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Grey’s Anatomy – 13×18 Be Still, My Soul / 13×19 What’s Inside

Por: em 10 de abril de 2017

Grey’s Anatomy – 13×18 Be Still, My Soul / 13×19 What’s Inside

Por: em

Ainda que estejamos conscientes de que a morte faz parte do processo da vida, nós nunca estaremos preparados para lidar com ela. A ideia de viver o carpe diem ou a totalidade das coisas, quase sempre se esbarra no simples fato de que nosso controle sobre quando e como iremos partir é praticamente nulo. E mesmo que desde a primeira aparição de Diane se sabia da iminência da morte, Be Still, My Soul foi sem dúvida o episódio mais emocionante da décima terceira temporada de Grey’s Anatomy.

Mais que um episódio feito para emocionar Be Still, My Soul trouxe elementos que a série sempre soube captar e, principalmente, trabalhar. Como a sutileza do discurso feito por Diane para Maggie, onde ela insiste em deixar para a filha a importância de saber reconhecer-se a “person” de si mesma. Uma mensagem muito importante em tempos em que nunca se falou tanto sobre o empoderamento. Reflexões que, infelizmente, são tomadas da nossa consciência ao longo da correria do dia a dia, ou da busca constante por corresponder ao que se espera que façamos, ou que seja o tal ideal de vida aos olhos da sociedade.

As escolhas de Maggie não a fazem melhor ou pior, apenas ajudam a trazer mais verdade e força ao discurso que se apresentava ali. Reforçando a importância de compreendermos o que cada um está destinado a passar. E embora seja um caminho solitário, o ato do sofrer tem como reflexo a descoberta de um outro eu diante da morte de um ente querido.

Mesmo que não seja a primeira vez em que veremos as fases do luto representado na tela de Grey’s Anatomy, a situação é nova para Pierce. O que nos deixa fortes indícios de que talvez a médica venha a ter um plot melhor explorado no próximo ano da série – assim espero.

Sobre lágrimas, dores e o sentimento de incapacidade, vimos Maggie se culpar em busca de respostas e caminhos que infelizmente não estavam ao alcance de ninguém. E que mesmo em um momento de fúria, o que existia ali era apenas a figura de um alguém desamparado, sozinho e com medo de tudo o que está por vir. Afinal, cada dor é pessoal e intransferível. Onde o pensamento constante e insistente busca meios de infligir ainda mais sofrimento, questionando se de fato tudo o possível havia sido feito.

O luto de Maggie, ainda que usado como barreira para evitar a aproximação de Meredith e Riggs, se estende além do episódio que finda a vida de Diane, o que nos leva a What’s Inside. Um forte indício de que talvez tenhamos que viver as fases do luto de Pierce. E por falar em What’s Inside, era de se esperar que depois de um episódio tão visceral as emoções se acalmassem um pouco e que os pequenos dramas da série retomassem para o primeiro plano. Mesmo que isto não ajudasse muito em se tratando de um ano tido como um dos mais fracos da série.

O fato é que se Be Still, My Soul focou no drama de Pierce, What’s Inside representa a retomada das pequenas coisas, o primeiro passo, um recomeço de uma outra Maggie. Mais que isso, o último episódio exibido sinaliza quais serão os próximos passos a serem dados. Indicando um pouco do que esperar para a décima quarta temporada. O que me faz lembrar que estamos a poucos episódios de nos despedir de Stephanie, já que conforme noticiado aqui a atriz irá assumir o papel de protagonista em outra série.

Não por acaso estarmos tendo há umas semanas um destaque maior na personagem, e que aos poucos vem demonstrando questionamentos recorrentes à sua postura como profissional. Características que dão sinais de que não devemos esperar um final trágico vindo junto à Season Finale – assim espero. Mas, em se tratando de Shonda, não se deve pagar pra ver.

Engana-se portanto quem pensa que a menção de Yang há alguns episódios, o discurso do “seja sua própria pessoa”, ou a clássica cena da dança na sala de Meredith – agora representada por Grey, Amelia e Maggie – estivessem no roteiro aparentemente de forma aleatória. São detalhes que simbolizam que os tempos são outros, mas que a mensagem ainda se mantém bem próxima do que pode esperar para os próximos episódios e anos de Grey Anatomy. E ainda que Riggs nunca venha a ser um Derek, cabe ao público decidir se deve ou não assumir que as mudanças são necessárias e que o ineditismo, cada vez menos presente, e que nos leva a antecipar alguns passos antes mesmo que eles aconteçam. Como a existência de um próximo episódio focado muito mais em Grey e Riggs que necessariamente em Maggie, ou até mesmo na aproximação de Pierce e Avery.

Não se pode negar que todo esforço tem sido válido, ainda que insuficiente para apagar o grande martírio que tem sido acompanhar o atual ano de Grey’s Anatomy. E você o que tem achado dos últimos episódios? Não deixa de comentar aqui embaixo suas expectativas rumo ao fim da atual temporada.

 


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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