Guilt colocou o pé no acelerador e não está a fim de soltar mais. Com mais um episódio excelente, fiquei feliz de ver que a série segue mostrando que tem mais o que apresentar. Confesso que após Exit Wounds, fiquei com medo que aquele seria o ponto alto do show, e, pelo contrário dos meus receios, Blood Ties vem nos entregar uma história cada vez mais alucinante.
O episódio distanciou um pouco o foco da investigação do assassinato de Molly Ryan, que segue em becos sem saída, deu um pause em algumas tramas desnecessárias, como o envolvimento da garota com e James, e voltou à construção de seus personagens, bem como na relação entre eles. É visível como estão confortáveis em seu papel e como tudo chegou a seu encaixe dentro da história. Um dos personagens que se mostra cada vez mais interessante é Stan Gutterie, o advogado de defesa de Grace Atwood no caso. O advogado não é apenas o alívio cômico necessário para a série, mas também o cérebro capaz de pensar com objetividade e com um jogo de palavras que colocou a promotora em seu devido lugar e tirou ambas Atwood das encurraladas daquela. Seu tempo em cena não é nem um segundo desperdiçado e tudo isso graças à maestria de Billy Zane, que nos entrega um profissional excêntrico disposto a vencer este caso.
Porém disposição é algo que claramente não falta para o núcleo da atração, já que Gwendolyn também parece cada vez mais determinada a punir a Atwood mais nova pelo crime (bem como sua irmã mais velha por qualquer deslize, aparentemente). A promotora colocou todo seu enfoque em provar a culpa da jovem americana, e sua imparcialidade ficou evidente nesta semana, com a “emboscada” para Grace no depoimento ao enfrentar provas que nem a Scotland Yard tinha conhecimento. Toda essa motivação nem um pouco neutra vem de um caso passado que ofusca o julgamento da promotora, conforme tomamos conhecimento, e a faz querer desesperadamente por um fim à injustiça. O que significa perseguir Grace e aqueles ao seu redor para puní-la, onde até Luc pagou o preço em uma armação da promotora. Se eu fosse apostar alguma coisa aqui, é que não demora muito para que Stan use esta cegueira para afastar Hall da jogada.
A jogada para levar a principal suspeita do caso para um depoimento nos deu mais alguns motivos para duvidar de Grace. Exit Wounds começou a dar os primeiros indícios do caráter da garota e em Blood Tides fiquei intrigada com a desculpa que o DNA encontrado na amiga seria em razão de um piercing. Sua reação de contar para Luc essa versão dos fatos me pareceu que ela estava colocando o namorado a par de uma versão que deu à polícia, já que nem ele mesmo lembrava-se perfeitamente disso. Desde o início, Grace demonstra ser uma das personagens mais curiosas da série, há aqueles momentos que não acho que seria possível ela cometer algum crime e outros que ficam claros cada jogada premeditada pela garota.
E conforme o caso não desembola, a integridade do detetive Bruno fica questionada e Gwen o tira da investigação sob o pretexto infundado que este não está pensando com clareza (já que obviamente se alguém ali está jogando em times, este alguém é você Gwen, querida) . Contudo, conseguimos tirar algo positivo dessa mudança, o oficial da Scotland Yard e Natalie finalmente ficaram juntos. A faísca entre eles era boa e a tensão presente podia ser notada, e, ainda que em lados completamente opostos, aquele tenta solucionar um crime onde o principal suspeito é a irmã desta, sair do caso os colocaram frente à oportunidade de aliviarem essa tensão.
É bom como não enrolaram e juntaram o casal em cena sem muitas delongas, mesmo que durante esses quatro episódios ainda não tinha enxergado já um “eu tenho sentimentos por você” tão rápido, porém as faíscas estavam ali e não demorou muito para o casal acontecer. Porém, as consequências dessa expulsão injusta da investigação, e o desenrolar da imagem da realeza vinculada ao caso, não devem demorar para dar seus primeiros indícios.
Enquanto a polícia parece estar correndo em círculos – talvez pela falta de conhecimento que alguns pontos essenciais para a investigação -, Patrick Ryan segue na sua jornada para vingar a morte de Molly. O plot era um dos que precisavam de um empurrãozinho para ganhar presença dentro da série e agora que o irmão mais velho da garota sabe do clube de acompanhantes isso pode dar novas proporções ao que antes permanecia em total desconhecimento, é aquele ditado né, vamo fazer o que, quem procura, acha. Seu claro desapontamento com a conduta da falecida irmã somado à sua sede por vingança pode causar alguns danos daqui para frente. E, finalmente, o final do episódio foi capaz de me deixar com aquele frio na barriga e esperando por mais.
Há rumores que o responsável pelo crime será revelado nesta temporada, e, ainda com o desenvolvimento lento da investigação, a série nos entrega algumas dúvidas sobre quem nos resta para confiar, então me digam qual é a aposta de vocês!
Observações:
- Quanto mais eu duvido da Grace, mais eu penso “leave Grace alone“.
- Gwedolyn já está na hora de rodar nessa história.
- Prince Theo é um colírio para meus olhos.
- Estou shippando muito forte Natalie e Bruno.
- Fui dar uma nova chance à Pretty Little Liars e me dei conta que as comparações não poderiam ser mais injustas, mesmo com o foco em uma investigação as diferenças são várias. Porém a série pode suprir o vazio deixado quando as Pequenas Mentirosas nos deixarem.