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Guilt – 1×07 A Fall from Grace / 1×08 Eyes Wide Open

Por: em 10 de agosto de 2016

Guilt – 1×07 A Fall from Grace / 1×08 Eyes Wide Open

Por: em

1×07 A Fall from Grace

Nessa altura do campeonato já estava na hora da história de Guilt ficar convincente, não é mesmo? A trama foi construída ao longo desses sete episódios cheia de altos e baixos e foram muitos “Grace did it/Grace didn’t it” falados. Essa rede de mentiras no entorno do assassinato de Molly começa a ser desfeita restando apenas três episódios para a season finale vender sua história de uma sociopata americana, afinal é isso que têm tentado contar para gente desde o piloto, certo?

O maior deslize da produção foi tentar criar uma tensão além da conta e esse vai e vem eterno, apenas para confundir nossa cabeça, afinal, se era para apresentar uma sociopata, os indícios não estavam lá sendo muito convincentes. A americana fazia de tudo para provar sua inocência, no entanto pequenos indícios aqui e ali mostravam o contrário (Now you like me better than Molly?), as provas apontavam para todas as possibilidades possíveis e nos restava apenas acompanhar os tropeços da própria trama em criar esse suspense.

Na reta final da série já era hora de parar de brincar de esconde-esconde e resolver a própria tensão que criaram. Mas ainda assim e personalidade de Grace continuou um mistério nesse episódio, um blackout seria conveniente o suficiente para se isentar de falar a verdade. Porém não dá para tampar o ouvido e olhar para o outro lado, a série confunde bem ao ponto que passamos a acreditar numa possível inocência pelo crime. Além disso, se o roteiro está seguindo a trilha dos fatos que evocam o crime real, podemos esperar já uma conclusão evidente: um caso falho diante das lacunas gritantes.

Longe de ser a trama mais interessante, a produção errou errou feio, errou rude nesse jogo cansativo de apontar todas as dúvidas para Grace e acertou cravado em algumas outras histórias. A princípio achei o plot do Príncipe Theo envolvido com Molly extremamente forçado, afinal, já sabemos que é a Inglaterra, que lá tem uma realeza, não precisa envolver a família Real em tudo, beleza? Porém, a menos que isso fosse necessário, aos poucos foi construída uma história despretensiosa que ganhou um bom motivo para ser contada. A possibilidade de Theo ser o assassino de Molly nunca foi apontada como razoável, já que o crime analisado aqui é passional demais para um príncipe se envolver. Ainda assim, motivos ele tinha, afinal um escândalo de uma prostituta de luxo grávida de um bastardo do trono é a última coisa que a Inglaterra precisaria enfrentar agora. Daí a série no faz entrar naquele dilema se o motivo era grande o suficiente para o próprio príncipe sujar suas mãos, afinal, ele poderia ter matado a irlandesa, mas é uma jogada razoável, já que alguém como ele poderia simplesmente ter feito a garota sumir? Quero bons motivos, produção.

Outra história que começou meio tímida e ganhou um destaque interessante são todos ao redor do The Courteney, afinal, aquele lugar tem o necessário para atrair problemas, que frequentemente eram resolvidos pessoalmente por Finch. E de longe quem mais destacou nessa trama foi Kayle, que foi da garota buscando um recomeço para uma acompanhante de luxo/amante do príncipe/assassina. O crescimento tímido da personagem contado no plano de fundo da série não passou despercebido nesse episódio enquanto ela passou de dominada para dominante (literalmente e em quatro paredes) e, conforme aprendeu as regras do mundo que concordou fazer parte, assumiu o controle das suas ações que antes eram somente guiadas ou por Roz, Finch e até mesmo o Theo.

Mais um ponto que merece um destaque nesse episódio tem sido a construção da defesa de Grace e a confiança cega de Natalie na irmã. No sétimo episódio a mais velha desmoronou na medida que não aguentava mais tentar fazer a irmã parecer inocente nisso tudo. No momento que admitiu para si mesma que talvez estivesse diante de uma sociopata esse tempo inteiro, a mais velha perde sua pose da mais forte ali. E ainda temos Stan Guterrie que é, by far far far far, a melhor pessoa ali. O advogado atua independente da inocência ou não de Grace, o que torna cada ação sua desmedida para convencer o resto que sua cliente não cometeu tal crime, o que garante uma série de situações um tanto, desonestas por assim dizer, enquanto tenta ganhar esta causa, e não tem nada que agrade mais que ver alguém mexendo todos os pauzinhos necessários para sair por cima nessa briga de gato e rato.

Enquanto o episódio vai chegando nos minutos finais respostas eletrizantes vão sendo entregues para as perguntas que nos bombardeiam desde o início da temporada, o suficiente para deixar uma vontade de quero mais para a próxima semana. Guilt não está fazendo feio nesses momentos finais, e mesmo com muitos tropeços a série mostrou em “A Fall from Grace” uma história que chegasse a ser boa.

1×08 – Eyes Wide Open

“I din’t kill Molly Ryan”. – Grace.

Foi blá blá blá para cá, blá blá blá pra lá, e finalmente chegamos à conclusão esperada nessa temporada. Tinha tanta enrolação que muitas vezes ficava difícil identificar em qual ponto da história estávamos. Nesse ponto ela seria culpada ou inocente? O clima de dúvida criado pela série funcionou logo no início, mas quando foi prolongado demais ficou simplesmente cansativo. Mas sem mais reclamações, e atendendo os pedidos de quem aguentou a série chegar nesse ponto, até mesmo a Freeform chutou o balde e resolveu apelar para a mais insana das alternativas para aliviar a americana do fardo do assassinato da sua colega de quarto.

Amnésia dissociativa, o nome me parece uma coisa que um sociopata em questão não teria se matasse alguém a sangue frio. Mesmo com todos os indícios que a série tentou colocar para confundir nossa mente ao longo da história, acho difícil sustentar uma versão com base apenas nessa personalidade de Grace como assassina após a conclusão dada pela hipnose. Embora tenha me causado um incômodo imenso pintar a garota como uma ciumenta maluca segurando aquela faca na mão, sendo já temos retratos caricatos suficientes de mulheres com ciúmes pintadas como loucas em muitas outras produções por aí e certamente não precisamos de mais uma. Porém engoli seco e esperei para ver o que mais a série podia apresentar além de um discurso errado. Se o episódio serviu de alguma coisa, foi para de alguma forma humanizar a suspeita principal do caso, como amiga e companheira da garota que foi assassinada, a série fez questão de contar a amizade que existia ali, tornando um crime tão brutal cometido pela melhor amiga de Molly tão improvável quanto pode ter sido.

Diante disso, surge um suspeito ainda maior e com um motivo muito mais convincente que a anterior, mas como incriminar a realeza do seu próprio país. A situação caiu no colo do D.S Bruno, que já tomou muitas decisões anteriores a essa um tanto questionáveis e agora está movido pela bússola moral, que aponta direto para Natalie, e agir corretamente. Como já falei, todo esse plot do príncipe e seu relacionamento com Molly surpreendeu, e de uma maneira boa. Enquanto tudo indicava só mais um escândalo sexual que o detetive ajudava encobrir, a trama se desenvolvia tímida para apresentar um novo suspeito bem mais interessante de acompanhar.

Quem ficou sem rumo naquela história agora foi Kayle e Patrick Ryan. A primeira ainda pode ter utilidade, como disse, seu crescimento não passou despercebido no episódio anterior e agora ela ainda pode ser uma peça importante para culpar Theo pelo crime. Porém Patrick já não convencia muito nessa sua sede de vingança, e nunca foi uma parte muito importante na série, se não fosse pela tentativa de desmascarar o The Courteney. O irmão de Molly Ryan acabou com uma trama ingrata que se desenvolve um passo para frente e dá mais três passos para trás, sendo de longe, o personagem que menos destacou ali. Essa história de um atentado contra o príncipe, quantas vezes já não vimos isso, tanto na vida real quanto na ficção e estamos saturados quantas vezes tudo saiu terrivelmente errado.

Além disso, Guilt não apresentou nada muito interessante. O episódio teve um ritmo legal, mas para um que deveria ser a grande revelação da temporada, passou longe de ser como deveria, deu até para dar umas “pescadas” durante algumas cenas. Se alguma coisa de útil podemos tirar desse episódio é que: não use drogas crianças, vocês vão ter um blackout e não lembrar se cometeram um crime ou não. E por fim, façam proerd sim. Até semana que vem.

Observações:

  • As reviews superficiais só correspondem ao que a série apresenta para gente, desculpa.
  • Desculpa por mais uma review dupla, podemos jogar nas costas da faculdade novamente?


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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