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Homeland – 6×03 The Covenant

Por: em 31 de janeiro de 2017

Homeland – 6×03 The Covenant

Por: em

Em The Covenant, as coisas começaram a esquentar novamente em Homeland. Não vimos nenhuma grande novidade, mas todas as tramas que já tinham sido introduzidas começaram a ganhar contornos mais consistentes e a caminhar. Analisando individualmente, ou apenas considerando a sexta temporada, é um episódio que não deixa nada a desejar, mas se olharmos para o histórico da série, não é difícil constatar que tudo o que vimos foi uma repetição de temas já bastante explorados.

Faz sentido ver Saul assumindo a investigação sobre os iranianos, já que o legado dele está em jogo com a quebra do acordo. Mas não deixa de parecer um deja vu da tão pouco querida terceira temporada, em que a série perdeu boa parte da sua audiência e da força da narrativa (recuperaram na quarta, mas aí o estrago já estava feito). Emboscada, interrogatório, insights, perseguições, agentes despistando inimigos em ruas lotadas, carros escondidos… isso tudo é muito legal de se ver, mas começa a ficar manjado depois de seis anos. Sim, sabemos que quem deu carona pro Saul no meio do nada é alguém fora dos registros dos registros dos registros dos registros. Sabemos que é o secreto do secreto. E ainda assim, há um grande risco de ser alguma missão em conjunto com Carrie – porque no fim das contas, tudo sempre termina neles dois.

Adal espionando a presidente eleita é outra coisa muito típica. Tão típica que todo aquele jantar pode ter sido um tipo de isca que ele deveria mesmo morder. Não sei se estou me fazendo entender, mas é fato: a gente já espera que alguém esteja um passo à frente, sempre. Não importa a surpresa, a gente sempre está esperando por uma – a dúvida é só “qual?”. Talvez seja a hora de Homeland repensar um pouco suas alternativas, sua forma de contar as histórias. Deixar de levar tudo para o lado técnico, do campo de batalhas, e usar melhor os personagens e suas motivações. Com a morte do Brody, a série perdeu um pouco dessa abordagem, mas acho que já é hora de fazer o caminho inverso – o que não significa focar em tramas pessoais fracas como o casamento falido do Saul, o noivado sem química da Carrie com o Jonas ou o Quinn saindo com a fornecedora de drogas.

Carrie passando dos limites, usando sua rede de contatos para solucionar um problema (mesmo que criando outro e colocando em risco um monte de gente) e terminando triunfante com o seu clássico “sorriso” também é de praxe, mas disso não dá pra cansar nunca! A relação com a presidente ainda não está muito clara, ou pelo menos até que ponto vai essa confiança. Acredito que a trama de Sekou não deve ir muito longe, e que o grande plot de Carrie na temporada realmente seja ao lado de Keane e, talvez, Saul. Por enquanto ainda a vemos circulando em todos os ambientes, direta ou indiretamente, só que mais como um elemento de ligação que como uma protagonista. Já que estão reciclando tantas coisas, poderiam tirar a medicação pra ela ficar daquele jeitinho surtado que sempre rende uma indicaçãozinha pra algum prêmio.

Foi estranho saber, do nada, que o Saul tem uma irmã. Pelo visto, as ideias conservadoras do marido dela acabaram afastando os dois, já que ela também passou a pensar e agir mais guiada pela religião que pelo bom senso. Durante toda a série, vimos o quanto Saul é ligado às questões políticas de Israel, mas há poucos indícios de apego religioso. Por mais que ele apoie um lado, tem discordâncias suficientes para se afastar da parte da família que carrega a bandeira israelense com tudo o que ela representa. Não sei se essa relação dos irmãos vai ser mais aprofundada, mas se esse for o caso, tomara que seja mais interessante que as brigas com Mira ou o namoro esquisito com a Alison. Torço para que sim. O último “relacionamento” interessante do Saul foi com a Aileen.

Quinn pode estar com paranoia por causa do trauma, especialmente depois de ver o vídeo, mas é possível que esteja de fato sendo perseguido… até para ter alguma função na temporada mais relevante que dar piti e convulsionar. O que é ruim de aceitar é ele tomar a arma de um cara forte e provavelmente acostumado a brigar por aí. Se eles queriam mantê-lo como o super assassino invencível de reflexos perfeitos da série, não deveriam ter criado toda aquela situação debilitante, porque simplesmente não encaixa uma coisa com a outra. Só falta colocarem ele para lutar com espiões treinados e ainda sair ganhando. Vão com calma aí, povo.

Algumas observações:

– Quinn deve tomar catuaba Selvagem antes de dormir. Só isso explica acordar com aquele fogo todo depois de sonhar que tá todo vomitado numa ducha de sarin.

– Se a Carrie já consegue um monte de coisas com gravações de conversas ao telefone, imagina o estrago que ela faria com prints do seu WhatsApp.

– Eu não peguei o lance da embalagem de cigarro. Alguém tem ideia de como ela foi parar ali?

– Será que até o fim da temporada a Keane assume ou vão ficar chamando de “presidente eleita” até ano que vem?

– Para onde vai o carrinho do Saul? Apostas?

Gostou do episódio? Acha que a temporada está ganhando mais ritmo ou ainda precisa de algo mais para engrenar? Deixe seu comentário e até semana que vem!


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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