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How To Get Away With Murder – 2×09 What Did We Do?

Por: em 23 de novembro de 2015

How To Get Away With Murder – 2×09 What Did We Do?

Por: em

Enquanto o mundo todo só falava em Jessica Jones, eu arranjava um tempo pra tentar superar o que foi o winter finalle de How To Get Away With Murder. Conforme o prometido, finalmente nos foi revelada a identidade do autor do disparo. Não faltou emoção, tensão e nem aquela certeza de que eles conseguiram sim fazer um ótimo trabalho. As cenas que faltavam para resolver o puzzle desta primeira parte da temporada criou um misto de satisfação e ansiedade – principalmente naqueles momentos em que vemos nossos palpites sendo levados à conclusão dos fatos. Melhor mesmo só quando rolava aquele WTF mental – bem frequentes, já que o número de acertos foi de longe muito menor que os de surpresa, enquanto acompanhava o desenrolar da trama.

Disse em outra review que temia o fato de que existiam muitas informações sem resposta, e que talvez os roteiristas corressem com elas na ânsia de responder às nossas inúmeras perguntas. Ainda bem que isso não aconteceu – provando mais uma vez que em se tratando de HTGAWM o elemento surpresa é sempre força motriz – tanto que ainda existem alguns pontos em aberto, o que nos leva a aguardar ansiosamente pelo fim do hiatum da série (será falta muito pra fevereiro!?). A carga dramática presente em What Did We Do? foi muito além do fato de que um tiro seria dado em Annalise.

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Asher foi um dos grandes destaques do episódio. A perda de pai, somado à culpa por ter a imagem do pai arruinada nos periódicos; a forma em como a mãe o culpa pelo caos trazido ao seio familiar; a reação dos personagens com a notícia do suicídio do juiz; a tentativa de Bonie de tentar ampará-lo e ao mesmo tempo, controlar o evento que culminou com a morte de Sinclair; assim como a compreensão de Michaela de que eles nunca deram atenção a coisas que fossem um pouco além do próprio umbigo ou do quarteto, já que mesmo depois de meses trabalhando juntos não tinham o número de Asher na agenda. Deram ao episódio momentos importantes e que permitiram o crescimento do personagem de Millstone na trama. A forma encontrada para inseri-lo na trama principal foi sem dúvida um dos grandes momentos do episódio. Mostrando ali que nada mais será como antes e que cada um deles estaria quebrado, e que talvez o retorno da temporada retrate até que ponto é possível conserto.

Conhecida pelos finais cheios de cliffhangers surpreendentes, o episódio da semana não decepcionou, foi além, já que mais uma vez a revelação do autor do tiro acabou sendo quase que superado pelo plot twist que se seguiu rumo aos segundos finais. O desespero de Annalise chega a ser claustrofóbico, andar em meio ao caos parece ser algo cada vez mais difícil, ao ponto de tornar a máxima: momentos difíceis exigem medidas extremas, a única solução. E é assim que chegamos ao ponto máximo da desconstrução de Annalise Keating. Já que para que tudo corresse o mais próximo da melhor forma possível, era preciso que um de seus alunos atirasse na perna de Annalise, incriminando Catherine. O problema foi justamente esse. Exigir que seus alunos fossem além do próprio limite, afinal, eles ainda são assombrados pelos eventos que culminaram com a morte de Sam na temporada de estreia.

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A forma como Miss Keating tenta quebrar seus alunos reforça a ideia de que eles não passam de crianças em meio ao complexo mundo regido pelas ações de Annalise. A reação de Connor ao ser puxado para o limite pela própria AK, assim como a tentativa de Michaela – reforçando o quanto a relação entre a dupla cresceu – de evitar que Connor chegasse a um ponto sem volta. Foi um daqueles momentos em que piscar não fazia parte da fisiologia humana. Mas ao ver que Connor nem Michaela não seriam capazes, Annalise apelou para suas duas últimas e únicas chances: Laurel e Wes. Laurel, tida como a mais inteligente do grupo mostrou que era a única capaz de segurar as provocações de Keating. O que nos leva ao último candidato, Wes. O desespero de Annalise trouxe à tona a verdade por trás do desaparecimento de Rebecca, mas uma das partes que mais mexem com a gente está justamente na forma em como ela afirma estar mentindo o tempo todo, enquanto Wes chorava em seu colo. Usando da vulnerabilidade dele para garantir que tudo continuasse conforme o planejado.

A quebra de confiança muda a partir de agora todas as regras que conhecíamos em HTGAW. Desestruturando ainda mais os alunos de AK. Questionando de que forma a imagem de Annalise sobreviverá ao pandemônio de emoções e principalmente, o que teria ela feito há dez anos e que fazia de Eve sua cúmplice; sei que à primeira vista acreditamos que Annalise na verdade é a verdadeira mãe de Wes, mas nada me surpreenderia caso esse jogo de manipulação iniciado ainda na infância de Wes visse a ser algo relacionado mais à necessidade de AK em agir como que heroína, vide a história de Bonnie. É que mesmo tudo parecendo se tratar sim da origem de Wes – me chamem de cético, cego, enfim – HTGAWM tem me ensinado a sempre desconfiar do que se vê (ou só me deixou um pouco mais paranóico).


Resutado do Bolão Eu, Eu mesmo e Marcel:

Acertos:
– Caleb estava sendo protegido por Michaela, e o “ela” se referia a Catherine;

– Frank está forjando uma nova cena do crime;

– Não foi Bonnie quem atirou em Annalise- e a prova estava na quantidade de sangue da roupa, segundo o CSI Marcel.

Erros:
– Não foi Bonnie quem matou Sinclair;

– O tiro não foi do Philip. A propósito, por onde anda? Beijo, Leila Lopes!

– O plano de Nate não estaria envolvido diretamente com os de Annalise.


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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