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How To Get Away With Murder – 3×15 Wes (Season Finale – Parte 2)

Por: em 26 de fevereiro de 2017

How To Get Away With Murder – 3×15 Wes (Season Finale – Parte 2)

Por: em

Se o season finale de How To Get Away With Murder fosse renomeado, o título mais apropriado seria “a expiação dos pecados de Connor”. Depois de assumir a posição deixada pelo Wes de “personagem insuportável da série”, resolveu virar “o mártir”. Tem muita coisa para falar, mas, ao mesmo tempo, pouco conteúdo. Vem entender o porquê enquanto discutimos os acontecimentos de Wes.

Já começamos com um rápido flashback. Alguém me lembra: a casa não explodia por volta da meia noite? Ou essa era a hora que a Annalise chegava lá? Pois bem, nesse primeiro minuto já descobrimos que nenhum dos personagens que conhecemos pode ter matado Wes, ficando claro que foi o homem que estava no carro do lado de fora da casa quando Connor sai correndo. Será que ele foi contratado por Denver?

A epopeia para tentarem descobrir o paradeiro de Connor é divertida e, ao mesmo tempo, meio entediante. Tipo, engraçado ver a Michaela desesperada na policia falando vários termos legais, mas o Connor não está desaparecido há nem 12 horas. O Asher entrando na sala do Denver e sendo expulso também deveria ser engraçado, mas foi outro exagero. Só gostei da Bonnie invadindo o banheiro masculino para confrontá-lo, o que seria um movimento bem Paris Geller, devo dizer. E o que descobrimos com tudo isso? Nada! E isso foi uma coisa que me incomodou muito nesse finale, a necessidade de introduzir vários momentos de alívio cômico durante o episódio. Esse é um show sobre assassinatos, não quero piadas sobre mastigar com a boca aberta e grávidas vomitando.

10 anos atrás, mas a pele é a mesma. Os ricos e seus produtos de beleza milagrosos!

O encontro de Annalise com Sylvia Mahoney foi realmente um dos poucos pontos altos do episódio. Ambas começaram tão cordiais, mas o tom foi escalando rapidamente e logo Annalise era quem nós conhecemos e amamos em discussões. Gostei muito do flashback de 10 anos atrás, quando Sylvia se encontra com Rose e o pequeno Christophe. Wes não é filho de Wallace, mas de Charles. São muitas as dúvidas. A primeira: qual é a idade do Charles? Sylvia reconheceu Wes apenas no momento do testemunho contra Charles ou eles já tinham contato anterior? De acordo com ela, Annalise realmente sofreu um acidente de carro, sem nenhuma interferência deles, será isso verdade ou ela apenas não sabe dos movimentos do marido?

Connor está em uma péssima situação. Primeiro, preso à uma mesa, Denver lhe oferece um acordo de imunidade total caso aceite testemunhar contra Annalise, depois é ameaçado a assinar, ou vão plantar o telefone de Wes em seu carro de modo a comprovar que ele é o assassino. Os questionamentos de Connor são válidos. Os movimentos de Denver não fazem sentido. Mesmo se ele tenha aspirações políticas, essa jogada é tão ilegal que, no melhor dos cenários, ele é desmascarado e vai preso. No pior, Connor morre e, mesmo assim, ele será desmascarado em algum momento.

Uma das minhas partes favoritas dos episódios marco são as montagens de cenas com a trilha sonora marcante ao fundo. Annalise visitando a casa destruída foi dolorido de ver, mesmo sabendo de toda dor que viveu naquele lugar, é uma vida inteira perdida. Mas no momento que ela encontrou a caixa de lembranças e a única coisa que sobreviveu ao incêndio foi a foto de seu bebê, chorei levemente.

Estou só cortando umas cebolas aqui, gente, está tudo certo!

Eu nem pensei que Michaela fosse deixar Asher terminar de se declarar antes de dar um jeito de fugir do assunto. É claro que ela não está pronta para assumir um compromisso. Com Aiden, era mais questão de interesse, de ambos os lados. Esse parece ser o primeiro relacionamento verdadeiro de Michaela. Fiquei sim com um pouco de dó do Asher, ainda mais depois, vendo-o fazendo exercícios para tentar reconquistar o coração da amada (que fofo!). Eles são, com certeza, o casal mais estruturado da série, já que conseguem resolver seus problemas através do diálogo e da comunicação franca.

As ameaças de Nate foram o que fizeram Denver acelerar o plano para forçar Connor, isso é fato. Mas me pergunto se Nate realmente tem algo contra Denver ou estava blefando. O plano do Connor era, primeiramente, comprar tempo para que Annalise e os outros conseguissem, de algum modo, tirá-lo dali. Como Denver o apertou com a ameaça da prisão, ofereceu a cópia do telefone como prova contra Annalise. Seria o plano perfeito, já que ele e Oliver tinham visto tudo anteriormente e não haviam encontrado nada. Ele pensava apenas estar comprando mais tempo. Connor apenas não contava que realmente havia algo escondido no celular.

A mensagem deletada de Wes é algo que, ligada às outras provas que Denver tem, poderia não apenas incriminar Annalise, mas todos os outros. Porém, isolada, ela prejudica apenas uma pessoa, Wes. O plano de Annalise é perfeito e sim, a melhor solução. Laurel obviamente fica revoltada, mas Bonnie faz o favor de relembrá-la que Wes é o verdadeiro assassino de Sam. (Momentos de tensão quando Laurel afirma que Bonnie matou Rebecca). É o melhor plano que poderiam bolar e não vejo nenhuma alternativa para se livrarem de Denver.

Mas o sangue latino de Laurel não permite que ela fique parada esperando o resultado da negociação e resolve agir de outra maneira. Usando Michaela como isca, ela quer arrancar uma confissão de Charles Mahoney, pois ainda acredita que ele é o culpado pela morte de Wes. Nada como prostituir os amigos por informações, não é mesmo?

Espero que a Shonda fique com dó de mim e me contrate para outra série!

A morte de Wes foi a mais difícil de acompanhar em toda a série, de tão gráfica que foi. Enquanto Annalise faz o acordo com Denver, descrevendo como Wes era uma pessoa agressiva e monstruosa, vemos como ele foi assassinado de forma vil e covarde. Drogado, sem domínio de seus movimentos e sem conseguir se defender, foi asfixiado. A cena foi muito bem feita, mas horrível de ver, de tão realista. Um ótimo trabalho do Alfred Enoch.

Mesmo assim, eu achei que Denver foi convencido muito facilmente. Depois de todo o trabalho que ele teve para prender Annalise, bastou uma ameaça de ser perseguido para deixar tudo de lado? É sério isso? Principalmente considerando o fato de que ele vai sair por baixo pelos olhos da impressa, por ter cometido um erro tão grave ao prender uma professora negra inocente por tanto tempo. Ou a perseguição ainda não acabou, ou a escrita foi muito mal feita mesmo.

Para encerrar o episódio, temos mais um monólogo maravilhoso da Viola entrecortado com cenas dos outros núcleos com trilha sonora pesada. O artifício já está virando clichê. Frank sai da prisão e já vai oferecendo os serviços de assassino para Annalise. Quando a gente pensa que finalmente vai sair da seca e vai rolar aquela cena de sexo que faz tempo que não tem, Oliver resolve parar tudo e soltar um pedido de casamento logo após Connor sair do cativeiro. Isso é o que eu chamo de timming perfeito – só que não. Michaela decide que o melhor lugar para declarar que também ama Asher é no banheiro do bar enquanto Charles Mahoney chama um táxi para irem ao apartamento dele.

Oh não! Eu acho que deixei a janela aberta e vai chover!

Laurel só quer vingança e vai atrás de Charles, mas é interrompida por um homem que ela conhece, Dominic. O problema é que Dominic é o assassino de Wes. E Dominic falava com o pai de Laurel ao telefone na noite da explosão. Ainda não sabemos qual é o relacionamento de Laurel e Dominic, mas será vital para entendermos por que Wes foi morto, afinal, Denver não é o mandante, ele não passa de mais um peão no tabuleiro. Pela cara de Laurel nos momentos finais, será que ficou com dúvida ao se encontrar com Dominic justo quando iria confrontar Charles? Será que está desconfiando de algo?

Annalise finalmente abriu o coração e entendeu que Wes não era qualquer pessoa em sua vida. Me espanta como demorou para que ela deixasse ele entrar e fazer parte de sua vida. Talvez ela fosse mais feliz se o tivesse adotado quando ele ficou órfão. Ou se ao menos tivesse se aproximado dele antes, ao invés de tentar manter distância. Agora é tarde demais para que ela possa expressar qualquer sentimento para ele.

Músicas tensas para encerrarmos a temporada:

Minhas considerações finais:

Esse finale deixou muito a desejar. Eu me senti sonolento em vários momentos, sem nenhuma ação acontecendo ou perspectiva de solução plausível. Quando Laurel sai correndo com a mão na bolsa, já achei que iriam repetir o finale da segunda temporada, com a cabeça de Charles explodindo, mas nem isso foram capazes. Sobre a solução de quem matou Wes, não digo que estou indignado, apenas gostaria de mais respostas. Eu entendo que deixaram o campo pronto para a quarta temporada, o problema é que fomos ludibriados com vários suspeitos e, no final, alguém que nunca foi cogitado aparece. Sim, Peter Nowalk disse que conheceríamos mais sobre a família de Laurel, e apenas 01 episódio não seria suficiente para tal, mas nunca mais falamos dele. E na época, Laurel ainda estava com Frank, nem sentido faz.

No geral, a temporada foi, na primeira parte, superior, depois foi decaindo. Ainda assim, acho que me diverti mais do que quando assisti à segunda temporada, que eu só queria que acabasse logo. Ainda não sei se matar Wes foi uma atitude acertada, veremos quando a quarta temporada chegar e finalmente entendermos qual é o plano maior que Peter idealizou e ainda não começou a contar.

Adorei fazer as reviews da terceira temporada de How To Get Away With Murder para vocês. Espero que tenham gostado tanto quanto eu gostei de escrevê-las. Nos vemos em setembro!


O que você achou do season finale de How To Get Away With Murder? Deixe sua opinião nos comentários.


Paulo Halliwell

Professor de idiomas com mais referências de Gilmore Girls na cabeça do que responsabilidade financeira. Fissurado em comics (Marvel e Image), Pokémon, Spice Girls e qualquer mangá das Clamp. Em busca da pessoa certa para fazer uma xícara de café pela manhã.

São Paulo / SP

Série Favorita: Gilmore Girls

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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