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Lucifer – 2×12 Love Handles

Por: em 28 de janeiro de 2017

Lucifer – 2×12 Love Handles

Por: em

Passando da metade de seu segundo ano, Lucifer conseguiu nos apresentar mais um ótimo episódio. Com ótimos diálogos e cenas intensas, uma pequena questão permaneceu: até onde iríamos pelos nossos sonhos?

Dando continuidade aos eventos passados, o relacionamento de Chloe e Lucifer finalmente começou a dar frutos, mas não seguiu o caminho esperado. Depois do término com Dan, ela nunca se deixou entrar em um novo relacionamento. Mesmo tentando, alguma coisa a prendia fora dessa meta. Mas, com Lucifer, tudo se tornou diferente. Sim, ao que tudo indica, Deus pode ter orquestrado tudo isso, mas será verdade? Esse encontro poderia ter sido profetizado, mas e os sentimentos? Ao analisar o episódio, talvez seja possível ver a verdade escondida. No contexto mitológico, Deus pode traçar rumos, mas não sentimentos. Se fosse possível controlar cada movimento de alguém, porque existiria tanta descrença ou coisas erradas? Livre arbítrio? Claro, esse questionamento engloba o contexto apresentado na série, não na vida real. Se nessa história Deus pode definir os sentimentos das pessoas, por que não fez com que todos o seguissem? Por que permitiria que as coisas seguissem os rumos que vimos? Para tudo funcionar como um jogo, onde as pessoas escolhem e arcam com as consequências, mesmo tendo o poder de impedir? Sentimentos são fortes demais e dificilmente o amor que Chloe nutre por Lucifer é falso. Reiterando, esse questionamento se baseia no que foi apresentado na história, não na realidade.

Apesar disso, agora Lucifer realmente acredita que tudo foi uma armação de seu pai. Foi interessante ver Chloe tentando ser outra pessoa, mas ainda mais interessante ver que a mesma só atingiu seus objetivos quando escolheu ser ela mesma. Foi sua personalidade que o conquistou, não a de outra pessoa. Na vida, precisamos entender que não precisamos nos adaptar para sermos aceitos em algum lugar ou em algum grupo. Nós precisamos estar onde as pessoas nos aceitam como somos. Nós precisamos lutar pelos nossos objetivos sendo quem somos de verdade, não outra pessoa. Senão, todo o mérito não será nosso, mas dessa outra personalidade que nem existe. Mas, como algo sempre atrapalha o relacionamento dos dois, dessa vez não foi diferente. Entretanto, o que os separou dessa vez não foi uma pessoa ou um acontecimento, mas a descoberta da verdade. Chloe é um milagre de Deus, fazendo com que Lucifer deixe de acreditar no amor que a mesma parecia sentir. Não é possível saber como essa trama seguirá, mas é fácil perceber que teremos um aprofundamento maior nos personagens e, quem sabe, um trabalho melhor no lado sobrenatural da série. Ao que tudo indica, chegou a hora de conhecermos mais dessa mitologia tão rica.

Junto ao relacionamento dos dois, o caso da semana também conseguiu levantar outra questão polêmica, algo que parece rotineiro nesse segundo ano. Se precisássemos escolher entre algo estritamente importante para o nosso futuro ou a vida de um desconhecido, qual seria nossa escolha? Será mesmo que colocaríamos o nosso sonho de um futuro acima da vida de outra pessoa? Essa questão, ao que parece, é retórica. Ela não depende de argumentação, mas do entendimento de cada um, que pode acabar divergindo de pessoa para pessoa. Não posso falar pelos outros, mas se ocorresse comigo, confesso que não saberia o que fazer. Ao ver a situação ocorrendo com outro, é fácil levantar o dedo e apontar o certo. Mas, quando ocorre conosco, é totalmente diferente. Por natureza, o ser humano é um ser egoísta. E, atualmente, é possível ver o quanto as pessoas tentam trabalhar esse lado. Mas, ao nos deparar com essa questão, será mesmo que podemos chamar de egoísmo ou podemos chamar de medo? A verdade é que, independente do que o episódio mostrou, ninguém saberia o que fazer. Infelizmente, só é possível saber algo quando ocorre conosco. Salvar a vida de alguém é, sobretudo, o mais correto. Mas, será que estamos aptos a seguir o caminho certo?

Seguindo para os personagens secundários, é importante notar a relação que Linda está mantendo com os outros personagens. Atualmente, pode-se dizer que ela é a mais esperta em cena, já que sabe quase tudo sobre todos, mas ninguém sabe nada sobre ela. Linda é a pessoa que sempre tem a resposta para as perguntas difíceis ou questionamentos que levam o próprio paciente a descobrir a resposta. E, por ter tamanha importância, acaba sendo triste o foco que o roteiro tem na personagem. Ainda, por ter mais conhecimento da verdade, sua vida corre cada vez mais perigo. Afinal, se Charlotte precisar, algum dia, descobrir algo sobre seu filho, será que se contentará apenas com um não? E, se por acaso algum inimigo do diabo aparecesse, ela não seria a primeira que iriam procurar? Ocorreu algo parecido entre ela e Amenadiel no primeiro ano, mas na época a profissional não passava por tamanho perigo quanto agora. Mesmo assim, ela acaba sendo um dos meios de vermos um maior aprofundamento nos personagens, mesmo que pequeno. Ainda não é possível saber qual será sua importância para o futuro da série, mas é possível notar sua importância no momento.

Maze, que acabou perdendo o foco no decorrer dos episódios, também passa por um momento complicado. Afinal, agora que ela sabe a verdade sobre Chloe, como será o relacionamento das duas? É engraçado notar como uma série previsível se tornou tão imprevisível, trazendo problemas difíceis de achar uma solução. Ella, que acabou sendo reduzida para elenco de apoio, acabou perdendo a força que demonstrava quando apareceu pela primeira vez. Não que a personagem não seja importante, mas é triste ver que a forte relação que a mesma cultivava com Lucifer e sua devoção à sua religião foi totalmente deixada de lado por outros acontecimentos, algo que poderia se tornar uma trama em potencial para o futuro da série. Já Dan e Amenadiel, ao que parece, já cumpriram seus papéis nesse segundo ano e estão esperando novas tramas. Se no início da temporada parecia que veríamos todos os personagens sendo trabalhados, agora podemos perceber que o roteiro estava apenas escolhendo quais teriam mais potenciais de história, desse modo, focando toda a atenção neles.

No geral, Lucifer está apresentando uma temporada satisfatória. Já entrando em sua reta final, esse segundo ainda parece ter muito que mostrar. Mesmo sendo pouco trabalhado, o lado sobrenatural da série parece prometer grandes novidades, algo que devemos ver logo. Agora, fica a ansiedade para ver como o relacionamento de Chloe e Lucifer irá se encaminhar depois da chocante revelação. Estão preparados?

Observações:

Esse episódio foi tão Black Mirror.

Como eu amo os momentos de comédia. Parecem melhorar a cada episódio.

A trilha sonora da série me conquista mais a cada dia.

Na vida, eu sou a Charlotte. Não atendo ligações de jeito nenhum.

Momento inocência: como assim usar o e-mail apenas para pornografia? Para salvar links?

Novamente, os questionamentos religiosos se baseiam totalmente na mitologia apresentada na série, não possuindo a intenção de criticar ou subjugar nenhuma religião e/ou crença.

Sim, a série irá entrar em hiatus novamente. Mas, ao invés de ser após esse episódio, como estava previsto, será no próximo.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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