Após um bom início de temporada, Lucifer consegue apresentar um excelente episódio e nos mostra que o roteiro está empenhado em desenvolver melhor a trama para este terceiro ano.
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Desde a primeira temporada, Amenadiel vem sendo deixado um pouco de lado. Seu relacionamento com Maze mal começou e foi largado, assim como suas interações com o irmão se resumiram em algumas frases para preencher o tempo em tela. Dessa vez, parece que finalmente veremos algo mais vindo do personagem. Em primeiro lugar, temos toda sua moral e crenças que foram amolecidas com o tempo, mas que estão voltando rapidamente agora. Sua verdadeira essência ainda clama pela sua forma angelical, incluindo as asas que, para ele, parecem ser o mais importante de todos os elementos. Ver o irmão com elas e as ignorando não desperta nele apenas a inveja, mas o ódio. É impossível ter certeza de algum envolvimento de Deus, mas talvez uma desavença entre ele e Lucifer seja exatamente o plano.
Por outro lado, temos uma ótima interação entre o anjo e Linda. Apesar de não fazer parte de nenhuma cena aparentemente importante, o diálogo dos dois foi bem escrito e os personagens parecem funcionar bem juntos. Com Linda incluída nesse plot, temos ela como mediadora entre os irmãos. Ela conhece Lucifer mais do que ninguém e agora está pronta para conhecer o outro lado da história. O modo como ela busca fazer Lucifer se importar com os problemas alheios e a forma como ela tenta mostrar para Amenadiel como o irmão não percebe a quem fere podem ser o que irá decidir, talvez futuramente, se a relação dos dois irá terminar em união ou em separação. Diferente de antes, é importante notar como o roteiro parece estar decidido a fornecer um bom background para cada um da história, algo com o qual ele não parecia se importar tanto no início.
Já o caso da semana novamente atingiu as expectativas e rendeu ótimas cenas para o lado humorístico da história. Indo além, foi possível ver um pouco mais de destaque para Ella, uma das personagens secundárias mais interessantes, mas que nem sempre acaba ganhando tanta importância. Diferente de Amenadiel, esse parece ter sido apenas um caso isolado, mas dado ao histórico de surpresas da série, não seria difícil vê-la inserida em alguma trama mais importante. Junto dela também temos Marcus que, depois de sua primeira aparição na semana passada, já parece estar bem fixado no elenco. Mesmo não aparentando ser tão interessante a todo o momento, o Tenente deve ser uma peça chave para a descoberta do Pecador e sua relação com Lucifer, que acredita estar cada vez mais perto de achá-lo.
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Seguindo, temos uma proposta interessante da série. Ainda crianças nós temos uma visão pré-estabelecida do diabo e, atendendo a ela, chegou a hora de ver um de seus costumes mais populares. Por estar na terra, é provável que os pactos sejam apenas acordos que irão envolver dinheiro, mas a ideia de pedido e pagamento é praticamente a mesma. Isso não é apenas importante para a mitologia da série, como também para o próprio personagem. Aceitar a si mesmo parece ser o novo objetivo dele, o que pode acabar sendo um fator decisivo para o que ele irá se tornar no futuro. Sua busca pelo Pecador, apesar de continuar fluindo, não parece mostrar muito para onde quer seguir. Será mesmo que ele acha que encontrá-lo já irá responder todas as suas perguntas? Se ele for mesmo humano, sua busca só vai levar a outros caminhos, já que um humano seria incapaz de devolver as asas de um anjo. Mas, se por acaso ele também for um ser sobrenatural, será mesmo que ele seria capaz de enfrentar alguém com a capacidade de manipular o próprio diabo?
Já o relacionamento dele com Decker continua excelente, mesmo com a detetive parecendo ter perdido um pouco a confiança no companheiro. Nesses dois anos já exibidos, foram inúmeras vezes as quais Lucifer falhou com ela e, levando em conta tudo isso, talvez não seja surpresa tal comportamento. Outro ponto importante para se notar é Dan, que parece mais perdido a cada episódio. Talvez seja algo impossível de acontecer, mas talvez não fosse surpresa se algum pensamento suicida ou algo do gênero passasse por sua cabeça. Mesmo sendo responsável por vários momentos humorísticos dos episódios, é possível ver como ele é tratado duramente por cada personagem, algo que pode acabar traumatizando o mesmo e, quem sabe, também fazendo com que trabalhem melhor o personagem, que é um dos poucos ainda deixados de lado pela história.
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No geral, Lucifer segue apresentando um ótimo terceiro ano. Mesmo com apenas dois episódios exibidos, são grandes as expectativas para a temporada e, até o momento, parece seguro dizer que elas devem ser atingidas.
Observações:
–Vou protestar lá na FOX se a Maze não aparecer no próximo episódio.
–Tricia Helfer aparecendo nos créditos iniciais e me deixando confuso.
–Acho que seria bem incômodo transar com asas daquele tamanho, mas cada um com seus gostos.
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