Depois de uma longa pausa, MacGyver retorna com um episódio não tão intenso como seus anteriores, mas com uma carga emocional maior. Diferente de outros, dessa vez conseguimos nos aprofundar um pouco mais no passado dos personagens e entender suas motivações.
Bozer finalmente conseguiu se encaixar na equipe. Claro, é impossível não notar a rapidez da história. Além de ter sido um pouco cedo, a reação dele talvez não tenha sido como se era esperado. Mesmo assim, foi bom ter o velho Bozer de volta. O bom disso é que poderemos ver mais do personagem, assim como conseguimos ver nesse. Antigamente, o fato de não estar na trama procedural atrapalhava sua evolução. Não mais no começo ou no final, agora ele poderá ter seu próprio brilho durante as missões. Mesmo não se encaixando tanto no perfil de agente secreto, o alívio cômico que ele traz para as missões se torna bem aceito. Além disso, é importante notar como sua relação com Riley está evoluindo. Se antes tudo parecia impossível, agora já é possível ter esperanças nesse relacionamento. No começo, os dois pareciam mais como amigos. Agora, mesmo com essa sensação continuando, já é possível notar uma melhora na relação dos dois. Mesmo não sendo o que Riley deseja no momento, isso pode acabar servindo para a trama principal no futuro. Afinal, não é por ser procedural que a série pode ignorar sua história principal.
E falando em Riley, parece que ela está aprendendo outras habilidades. É importante ter várias habilidades em uma missão, e é bom ver o quanto ela aprende a cada episódio. Não somente amigos, os outros também servem como professores. Afinal, com o conhecimento de Mac, quem não gostaria de aprender com ele? Claro, todo esse aprendizado pode ser importante para o futuro da série. Mesmo sendo uma boa personagem, ela não parece ter a força necessária para continuar marcante. Hackear nem sempre será a solução em uma missão, então qual será sua utilidade? Tanto as trocas de habilidades com os amigos e o treino com Thornton pode acabar resolvendo essa situação. O problema é que, mesmo após tantos episódios, ainda não sabemos quase nada do passado da personagem. Esse primeiro ano, além de apresentar a história, também deveria nos apresentar completamente os personagens principais. Nós sabemos que ela foi presa, mas qual o motivo? Ainda, qual a influência disso em sua personalidade? Quando Bozer comentou sobre isso, ela não pareceu dar importância. Será verdade? Com tantos episódios pela frente, seria interessante ver o roteiro mostrando a profundidade de seus personagens, antes que seja tarde demais.
Claro, não podíamos falar de personagens sem profundidade e não mencionar Thornton. Até o momento, a personagem não foi inserida em nenhuma trama satisfatória. Mesmo sendo a chefe, muitas vezes ela age como uma agente normal. Seria interessante ver mais diálogos independentes da missão ou, melhor ainda, uma missão focada apenas nela, assim como ocorreu com Jack em um dos primeiros episódios. A relação dela com a equipe continua boa. Uma das melhores coisas da série é a interação entre os personagens. Todos parecem ser grandes amigos, ou melhor, uma grande família. E, na verdade, isso não é totalmente ruim. Mesmo sendo perigoso, pois criar laços pode acabar interferindo no seu julgamento em uma missão, amizades como essas nos dão forças. E, assim como na série, são essas pessoas que precisamos manter ao nosso lado. Muitas vezes nos esforçamos para fazer parte de um determinado grupo, justamente quando poderíamos aceitar nossa própria personalidade e encontrar pessoas com quem podemos ser nós mesmos. E é isso que eles são: verdadeiros.
Já Mac continua sendo o melhor personagem da história. Não somente por ser o protagonista, mas por toda a profundidade do personagem, a qual é sempre bem trabalhada. Ele viu na garota ele mesmo, algo que ele estava evitando há muito tempo. Apesar das lembranças felizes, aquele sempre seria o local onde ele havia perdido a mãe. Valerie não foi apenas uma simples personagem, mas sim a responsável por fazê-lo enxergar a verdade. Não importa o quão difícil seja, nós precisamos continuar em frente. As pessoas morrem, mas não podemos ficar em luto para sempre. Mais do que tudo, as pessoas que nos são importantes querem que sejamos felizes. Então, por que tanta tristeza? Mac não soube disso na época, e agora vive arrependimentos por ter fugido de seu próprio passado. O importante é que, mesmo depois de tanto tempo, ele conseguiu reverter a situação. Claro, é bom notar que nem sempre teremos a mesma oportunidade que ele, por isso é preferível enfrentar tudo agora. Pode ser difícil lidar com a perda de alguém, mas mais difícil ainda é lidar com a perda de nós mesmos.
Jack, por sua vez, continua sendo um ótimo amigo. Ainda é triste não ver uma evolução maior do personagem em si, mas sua relação com Mac consegue se redimir por isso. Bozer é o melhor amigo de Mac, mas Jack tem algo especial. Não somente a amizade, mas uma parceria. É nítido que, não importa qual seja a missão, um sempre irá precisar do outro. Eles estão lá para se ajudarem e não há nada que possa impedir isso. É importante notar que, mesmo rápido, conseguimos mais algumas informações do passado dele. Ainda não sabemos mais sobre como a morte do pai o influenciou, mas é sabido que isso o ajudou a ser quem é hoje. E, falando nisso, talvez esteja chegando o momento de conhecermos o pai de Mac. Ele já foi mencionado anteriormente, mas o conselho de hoje serviu para si mesmo. Angus perdeu a mãe, mas o pai também perdeu a esposa. Ele não poderia ter desistido de sua família e, depois todo esse tempo, agora sabe da verdade. Será que veremos essa relação sendo explorada? Esse talvez seja o melhor momento para conhecermos melhor o passado do personagem, assim como já começamos a conhecer nesse episódio.
No geral, MacGyver ainda precisa se focar um pouco mais em sua história central. O caso da semana, mesmo estando em segundo plano, ainda conseguiu ser satisfatório. O problema é até quando essa fórmula irá durar. Para que isso aconteça, é preciso ter personagens fortes e carismáticos. Até o momento, o roteiro está pecando com alguns, mas ainda há tempo de mudar. Tanto nós quanto a CBS demos um voto de confiança para a série, e agora chegou a hora de cobrar os resultados.
Observações:
–Sempre quis ter uma casa na árvore. Mais um sonho de infância perdido.
–Imagino que eles tenham bastante grana pelo serviço que fazem, mas o Jack só reclama de dinheiro.
–Ainda não compreendo muito bem qual vai ser a utilidade do Bozer nas missões.
–Mesmo assim, foi bom vê-lo inserido nessa trama específica.
–Ah, se eu fosse a garota iria ligar todos os dias.
–Ainda não superei aquele toque de celular.
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