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[Maratona] Battlestar Galactica – Minissérie

Por: em 3 de fevereiro de 2013

[Maratona] Battlestar Galactica – Minissérie

Por: em

Olá companheiros e companheiras de maratona! Todos prontos para começar? Se você chegou agora, estamos fazendo uma maratona de Battlestar Galactica aqui no Apaixonados por Séries. Gostou da ideia? Então antes de continuar, vá para este post, onde eu explico direitinho como a maratona vai funcionar. Se você ainda não começou a assistir, não continue lendo esse texto, pois esta é uma review, e portanto, está repleta de spoilers! Se você já assistiu a minisérie que inicia Battlestar Galactica, siga em frente. Se não, corre para assistir e volte aqui que ainda dá tempo de acompanhar a maratona com a gente. Acomode-se em sua cadeira e vem com a gente discutir a série!

“Os Cylons foram criados pelos homens.
Criados para facilitar a vida das Doze Colônias.
Certo dia, os Cylons resolveram matar seus mestres.
Após longa e sangrenta batalha, declarou-se um armistício.
Os Cylons mudaram-se para outro mundo, só deles.
Construiu-se uma estação espacial remota
onde Cylons e Humanos poderiam se reunir e manter relações diplomáticas.
Todo ano, os Coloniais enviam um oficial.
Os Cylons não enviam ninguém.
Há quarenta anos que não se ouve falar dos Cylons.”

Assim começa. Depois de 40 anos de silêncio, os humanos acreditavam que a guerra havia acabado e que os Cylons haviam desistido. Afinal, eles são apenas máquinas velhas. Se sumiram, é porque nunca mais voltarão. Este foi o grande engano da raça humana. Os Cylons tiveram um longo tempo para se desenvolverem e prepararem seu golpe final. O ataque foi planejado meticulosamente para ser único e definitivo. Os sobreviventes humanos foram resultado de pura sorte. Sorte nossa, já que esse é o plot principal da série.

A minissérie funciona como prólogo para história. Sua função principal é mostrar o ataque e explicar como e porque houve sobreviventes. Galactica é uma das 12 Battlestars construídas na época da Guerra dos Cylons, 50 anos antes. A nave estava sendo utilizada como museu em uma exposição e por isso não estava em Caprica durante o ataque. Junto com Galactica, havia uma frota de naves, onde os passageiros civis viajavam. Uma das informações mais importantes aqui é: Galactica é velha. Muito velha. O comando da nave não permitiu a modernização dela, proibindo os sistemas em rede. Exatamente isso que os salvou.

Um fator interessante na minissérie é a apresentação dos personagens. Nestas poucas horas destinadas à introdução, já podemos ver que a série tem de tudo para ser boa. Isto porque percebemos uma qualidade que é muito valorizada (e nem sempre bem executada): a caracterização dos personagens, com a devida profundidade. Percebemos também, neste momento, que a série não possui um protagonista definido (assim como histórias como O Senhor dos Anéis ou Game of Thrones, em que a história é construída ao redor de um grupo e não de uma ou duas pessoas).O que não se pode negar é que os personagens são interessantes. Eu gostei do Comandante Adama quase que instantaneamente.  Ele é amado por sua equipe, daquele tipo de velho que faz cara feia, mas ama profundamente o que faz. Como ninguém é perfeito, apesar de ter uma boa relação com seus subordinados, a relação com sua família é um tanto complicada. O X.O. (Oficial Executivo. É o segundo em comando) é um babaca. Ele tem cara de babaca. Tive vontade de comemorar quando Starbuck ataca ele. Falando em Starbuck, é fácil ver que ela é um pouquinho desequilibrada. Mas a princípio, simpatizei com a personagem. Também fomos apresentados à Apollo, o filho do Comandante Adama, que nutre grande ressentimento pelo pai. Outra personagem que achei interessantíssima é a Laura Roslin. A Secretária da Educação foi diagnosticada com câncer um pouco antes da viagem com Galactica. Ela acaba se tornando a presidente das 12 colônias e aguenta a situação de incrivelmente bem. Cada palavra que ela fala me faz admirá-la.

Mas há dois personagens extremamente intrigantes. Six e Gaius. A Six já começa a história matando criancinhas, então imagine só que o que ela ainda vai causar nesta série. Ela é  interessante, mesmo sendo a vilã da história, já que todos nós sabemos que os Cylons são terrivelmente maus e querem matar todos os humanos. Convenhamos, uma vilã que organiza um ataque para massacrar a raça humana e fica falando sobre amor é no mínimo estranho. Tudo que ela fala tem um tom de mistério que me deixa muito curiosa. Com certeza, ela promete ser uma das melhores personagem da série. Pelo menos é a impressão passada na minissérie.

Gaius é um super gênio arrogante e imaturo que acaba sendo responsável pelo massacre de sua própria raça. Egoísta como ninguém, ele começa a tentar a convencer a si mesmo de que ele não é tão culpado assim. Tudo isso com uma loira de vestido vermelho falando em seu ouvido o tempo todo. A relação entre os dois é interessante, porque assim como Gaius, não podemos ter certeza se ela é uma alucinação ou se a Cylon realmente descobriu uma forma de se comunicar apenas com Gaius. Os comentários que ela faz para Gaius são sempre ótimos.Apesar de ser um pouco lenta no início, a narrativa consegue se sustentar no suspense causado pela cena inicial com a Six. Esse suspense é potencializado pela trilha sonora, que é cheia de batidas de tambor. Este momento inicial é importantíssimo para conhecermos um pouquinho dos personagens, mas a expectativa permanece até mais ou menos um terço da minissérie. A partir daí, vemos, com grande pesar, a destruição de praticamente toda humanidade. É difícil evitar o sentimento de derrota. Mesmo como mera espectadora, há um sentimento pesado em volta desta destruição. A derrota é evidente e eu, como humana, sinto que em pouquíssimo tempo de série, nós já perdemos a guerra. Para mim, a série foi feita de uma forma que é difícil não se envolver com a narrativa. O desespero dos sobreviventes é visível e a cada momento que passa, esse desespero aumenta.

Tudo que acontece depois do ataque Cylon é simplesmente eletrizante. Em vários momentos eu tive que pausar a série para poder respirar. Os Cylons parecem estar em todos os lugares. É como se não houvesse saída. A angústia passada no momento em que as naves coloniais são deixadas para trás porque não tem a habilidade de saltar é enorme. Pessoalmente, concordo com a decisão de Apollo e de Roslin. Racionalmente, é a decisão óbvia. Mas como não sentir a agonia dos deixados para trás?

Em meio ao desespero, não morrer não basta. Para garantir a sobrevivência da raça, deve haver esperança. A Terra é a 13ª Colônia, mas tem localização desconhecida e é considerada por muitos apenas uma lenda. Nada além de religião. Mas é essa Terra que Adama promete para os sobreviventes como novo lar. Lar que nem ele acredita que exista.Como nada é tão ruim que não possa piorar, eles ainda encontram um traficante de armas que na verdade é um Cylon. Neste momento, Adama descobre algo que nós já sabíamos desde o começo: Os Cylons possuem modelos que são idênticos ao seres humanos. O que leva à conclusão óbvia: Qualquer um pode ser um Cylon. Para piorar ainda mais, o Cylon pode ser programado para pensar que é humano. Além disso, eles não morrem. Se o corpo de um Cylon morrer, a consciência é transferida para outro corpo idêntico. Agora, você, humano, me diga: Quais são as nossas chances de sobrevivência? São 12 modelos Cylons que parecem conosco. Até o presente momento, conhecemos os rostos de 4, inclusive a Sharon, que nos minutos finais se revela para o espectador.

Então pessoal? O que estão achando da série até este momento? Comentem aqui, porque um texto é pouco para discutir tantos acontecimentos e quero muito saber o que vocês pensam. Sintam-se a vontade para discutir tudo aí em baixo e não se preocupem que eu respondo todos os comentários. Assim nós podemos falar com detalhes sobre tudo que aconteceu. Mas cuidado! Se você está revendo a série, seja legal com quem está assistindo pela primeira vez e não dê spoilers do que acontecerá a partir de agora. Assista como se fosse a primeira vez.

P.S.1Fizemos uma alteração no post de abertura. Adicionamos uma agenda do Google. Quem quiser pode ir lá e adicionar à sua agenda para receber lembretes dos posts e sugestões de quando assistir os episódios para acompanhar direitinho.

Comecem a assistir a 1ª temporada, a review sai no dia 03 de março!


Keyla Mendes

Uma paulista vivendo em Minas esperando pacientemente o momento de sair para conhecer o mundo. Ou, quem sabe, o universo... Tudo depende de um certo Doutor e sua cabine mágica.

Lavras / MG

Série Favorita: Joan of Arcadia

Não assiste de jeito nenhum: Séries médicas

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