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Maratona Gilmore Girls – 2ª temporada

Por: em 29 de agosto de 2016

Maratona Gilmore Girls – 2ª temporada

Por: em

Desse lado da tela existe uma coisa chamada compromisso e, mesmo com algumas horas de atraso e uma semana e meia sem internet, declaro encerrada a segunda temporada de Gilmore Girls – que já fica como uma das minhas favoritas (não que eu tenha uma gama de critérios para comparação, mas ok).

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Considerando que eu vi 16 dos 22 episódios nesse final de semana, tenho bastante coisa na minha memória para comentar por aqui, o que vai ser muito bom, principalmente para alguém como eu que esquece das coisas alguns dias depois de ver. Assim como no nosso primeiro encontro, vou dividir os comentários em alguns tópicos só para facilitar a abordagem (e minha linha de raciocínio já que são duas da manhã e eu teimei em fazer esse texto mesmo assim). Vamos lá?

 

Lorelai

Essa foi uma temporada de grandes mudanças para Lor, apesar dos feitos não serem tão impressionantes assim quando tomamos uma perspectiva mais ampla. De noiva de Max a abandonada por Christopher, seu relacionamento mais estável foi mesmo com Luke, apesar dela não conseguir enxergar isso de maneira alguma – mas vamos por partes. Max era um erro sem fim (e eu não poderia me importar menos com o personagem). Acho a decisão do casamento apressada e Lor aceitar o pedido um erro ainda maior, mas confesso ter acreditado que poderia durar – talvez pela estabilidade que o professor traria para o turbilhão que é a personalidade de Lorelai. O ponto é que, antes mesmo de consagrar o matrimônio, as coisas já não pareciam certas. Talvez o que mais me chamou atenção fora o momento em que ele tenta interferir na educação de Rory, um dos pontos mais sensíveis da personalidade de Lor. Ela foi uma mulher que teve que batalhar sozinha aos 16 anos de idade e, a essa altura da vida, colocar um homem em casa para protagonizar o seu show nunca foi uma opção. Se isso não fosse o suficiente (o que já era e todos nós sabemos), foi através do discurso de sua mãe, em sua despedida de solteira, que Lor percebeu que não sentia o que “deveria” pelo futuro esposo – e é bem engraçado notar que, mesmo tentando se manter longe dos conselhos e da aprovação da mãe, é exatamente por Emily que Lor consegue ter uma visão mais clara da própria realidade. Não gosto do término. Ficou algo muito jogado e até um pouco infantil da parte dela ao fugir sem dar muitas explicações, mas no final acabou se tornando uma coisa boa só pelo sorriso de Luke ao descobrir que o caminho estava livre.

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Antes de entrar na sua trajetória com Luke, temos que falar de Christopher, que apareceu muito mais do que eu esperava durante a temporada. Eu gosto dele – o que vai ser bem difícil de aceitar para algumas pessoas que estão lendo. Mas eu acho que, na medida do possível, ele se esforça para ser uma pessoa melhor. Claro que ele nunca chegará aos pés de Lor, mas pelo menos ele está tentando. E eu entendo a afinidade dos dois, a história compartilhada. É interessante notar como Chris está sempre presente nos momentos chave da vida de Lor, quase sempre por escolha dela. Acho muito bacana o presente que ele dá de formatura, por exemplo – é uma clara demonstração do quanto ele a conhece e ainda sente algo. A introdução de uma outra mulher na sua vida era algo que eu esperava já, mas acabou me machucando. Eu queria tanto que ele tivesse uns momentinhos bons perto de Lor, mas tudo que tive foi uma noite de felicidade. A gravidez inesperada de Sheryl traz a tona vários assuntos mal resolvidos e que levantam um muro enorme em um relacionamento que estava prestes a tentar se reerguer. Isso tudo era demais e não tinha como tentar seguir diante desse cenário. Apesar de toda a afinidade, do reencontro, foi melhor que isso acontecesse agora, antes que Lor se apegasse a ideia de felicidade perto de Chris. Um momento dos dois que vale destacar nesse segundo ano é a discussão que acontece quando Lor aponta seu ex como o grande culpado de nenhum dos seus relacionamentos funcionarem: isso foi tão egoísta e sem sentido que, só nesse momento, eu quis dar uma gritada com ela para, pelo menos uma vez, assumir seus próprios problemas e não se vitimizar tanto.

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E teve Luke. O relacionamento mais trabalhado e bem cuidado que a série poderia ter. É como se víssemos todo o processo de perto, sem pressa, sem interferências. Um casal que já se gosta, já cuida um do outro, mas ainda não tem a maturidade de admitir isso um diante do outro. Foram inúmeros os momentos dos dois nessa temporada. Luke construindo um huppah para o casamento de Lor (com uma cena linda deles embaixo do arco denotando que só estaria ali quem fosse o par perfeito), o pequeno passeio dos dois no trenó depois do jantar do século passado organizado por Sookie, o piquenique com a cesta mal produzida por Lor e, claro, algumas brigas. Foi a primeira vez que vimos os dois se desentendendo de maneira mais enérgica e garanto que não foi legal. Mas era natural, já que se estamos vendo a formação de um relacionamento, os problemas precisam aparecer para que ele se solidifique. O que gosto muito é perceber como a parceria entre os dois cresce mais e mais, fundamentando a relação em cima de uma amizade linda. Chega a ser emocionante a maneira (louca) que Lor o ajuda depois da morte de seu tio ou como faz questão de implicar com seu jeito ranzinza. Só sei que estou torcendo muito para os dois e está sendo bastante difícil esse processo de espera até alguma coisa acontecer. De verdade (Emily, vem shipar com a gente!).

Sim, falei de relacionamentos porque eles tomaram muito tempo na temporada, mas Lor é muito mais que isso. E sua relação com outros personagens vai surgir, aos poucos, nesse texto – garanto para vocês.

 

Rory

Lembram que eu falei que achava a Rory meio sem sal? Pois bem, retiro tudo que eu disse. Estou em estado de paixão extrema pela personagem e quero inclusive saber onde que a gente acha uma pretendente igual!

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O desafio dessa temporada para a garota foi conseguir conciliar uma escola surreal (se adicionarmos Paris nessa equação, o negócio fica ainda mais pesado) com seu coração bastante abalado pela chegada de um forasteiro que mudou completamente sua noção do que é gostar de alguém. Bom, antes de tudo, temos Dean – um personagem que eu acho que aparece pouco demais, mas ok, estou tentando me acostumar com isso. Vocês lembram minha opinião sobre ele, né? Machista, obsessivo, impaciente. Isso meio que só se intensificou nesse segundo ano. Perceber que a garota tinha outras prioridades na vida que não ele, acabou fazendo com que surtasse mais vezes do que se considera tolerável, tirando qualquer chance de ganhar meu coração shipper. Tá, talvez eu tenha gostado um pouco dele quando o carro ficou pronto, mas acho que só.

Jess, como podemos começar? Ele é aquele tipo de personagem que se vende como detestável. Enfrenta todo mundo, veste a carapuça da rejeição e faz questão de não ser um bom exemplo. Por trás de toda essa fantasia, Jess é um garoto que se sente rejeitado pela mãe e que não viu outra opção senão morar com o tio em uma cidadela que tem mais personalidade que muita gente que vi nessa vida. Não que isso seja fácil de ver e acredito que a série só arranhou a superfície nessa segunda temporada. Perto de Rory vemos os seus momentos mais vulneráveis e verdadeiros, o que é muito interessante. A chegada de Jess, mas do que uma possibilidade para a garota, realça todo o universo que a separa de Dean: por mais que ela tente se convencer do contrário, ele nunca será o cara que discutirá veementemente uma leitura ou falará por horas de uma banda alternativa que curtiu. Jess é essa pessoa. Ele chega sorrateiramente e vai ganhando seu espaço, sem Rory nem perceber que está se apaixonando. Perder a formatura da mãe foi horrível? Claro que foi. Mas foi também o simbolismo mais claro de que algo tinha abalado complemente o mundo da garota e ela não podia mais esconder isso de si mesma. Com a volta dele para a cidade, acho que posso esperar por um triângulo bem definido na terceira temporada, o que pode ser muito interessante. Agora se vocês tinham dúvida de que eu shiparia esse casal, não tenham mais. Me abracem que já tô na torcida para ela largar Dean logo e a gente ver mais do que aquele beijo do final da temporada.

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Lá para os lados de Chilton, vimos Rory finalmente se aproximar um pouco mais de Paris, mesmo com tamanha resistência e constantes lembretes de que isso poderia ser horrível. Na verdade, nem sempre entendo porque a garota é assim. Cisma em ser odiável, quando tudo que precisa é de amigas de verdade por perto. Acho que a barreira entre as duas se quebra de vez quando Paris mente para ajudar a “amiga” a se livrar da situação com Dean. Dali em diante foram só algumas farpas, mas que acabaram em nada além de sarcasmo. Essa possibilidade de um verão inteiro ao lado de Paris me parece, no mínimo, promissora – quero ver se teremos chance de ver um pouco disso quando o terceiro ano começar. Ainda na escola, preciso comentar a pequena participação de Brad, que me fez chorar de rir com seu temor por Paris durante o debate, e também Tristin, que voltou só para ser expulso e trocar de escola, já que estava com emprego garantido lá pelos lados de Tree Hill.

 

Emily e Richard

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Outra vez que Lele terá que retirar o que disse. Se achei os dois insuportáveis na primeira temporada (ou, pelo menos, a primeira vista), realmente consigo entender o motivo de serem assim agora. O casal passou por umas boas nesse segundo ano e, em alguns momentos, achei que a relação não resistiria as questões profissionais de Richard. É um momento bastante complicado esse desligamento do trabalho e a série retratou isso de uma maneira bem real e até bonita. Eu gosto como Emily e Richard levam a união a sério, como valorizam um ao outro e se alegram com a alegria alheia – por isso, me preocupei ao vê-los brigando, episódio após episódio. Mas tudo acabou bem quando decisões foram tomadas (e Richard finalmente se afastou do trabalho que o fazia tão mal).

O que gosto é ver como Lor se aproximou dos pais, mesmo que involuntariamente. O episódio em que ela vai para o SPA com Emily é um dos mais memoráveis dessa temporada e pontua uma das maiores dores da personagem: saber que nunca terá com sua filha a relação que ela tem com Rory. Acredito que depois de tudo que aconteceu, a mudança vem com o tempo – nesse ponto Lor acerta e o lance do roupão acaba sendo bem bacana para mostrar que elas podem sim tentar ter mais do que um laço por obrigação. Lor também tem seus momentos com seu pai, principalmente quando o ajuda a  abrir seu novo negócio. Naquele momento, mostrando tanto conhecimento no que estava fazendo, ela consegue que ele a enxergue por outra perspectiva que não a filha que saiu fugida de casa com um bebê nos braços, e isso faz muito bem aos dois. Só que não existe maior momento do que formatura de Lor para representar os passos que foram dados nessa segunda temporada. Vê-los lá, orgulhosos e emocionados, encheu meu coração de alegria e fez com que eu compreendesse, de uma vez por todas, que de maneira nada convencional, eles só querem o melhor para a filha (claro que me emocionei, nem precisa perguntar).

 

Alguns outros comentários

  • Gente, eu morro de rir com a flexibilidade de Kirk. Ele simplesmente está em todo lugar, fazendo todos os tipos de coisas. Sério, obrigado por existir, Kirk.
  • Queria um pouquinho mais de desenvolvimento para Sookie. Seu relacionamento com Jackson ganhou um pouco de espaço, mas ainda ficou muito como pano de fundo para outros personagens. Enfim, o casamento dos dois foi bem bonitinho e aguardo ansiosamente para ver como será a vida matrimonial do casal.
  • Jackson e seus pijamas com fotos: sensacional.
  • Jackson e seu estado logo que acorda: eu na vida.
  • Adorei demais conhecer a mãe de Michel – não poderia ser mais a cara dele.
  • A passagem de Mia também foi outro dos momentos legais da temporada. Gosto da ideia de conhecer quem estendeu a mão para Lor e gostei ainda mais de vê-la de frente para Emily. Poderiam explorar mais sim.
  • A ideia de Lor abrir a própria pensão foi trabalhada, mas meio deixada de lado depois de um determinado ponto da temporada. Espero que voltem com esse plot.
  • AMEI o episódio do jantar inspirado no século passado.
  • Lane e seu vício por músicas me fez rir absurdos: aquele plano com Michel rodando a praça por mais de uma hora. Sério, sensacional.
  • Paris + Richard juntos e eles não levam o troféu? Roubo na certa.
  • Meu vício por café está atingindo níveis doentios.

 


Segunda parada concluída com sucesso. Seguimos em frente na nossa maratona e nosso próximo encontro acontece no dia 16 de setembro, para comentarmos um pouco do que rolou no terceiro ano.

Agora, claro, use o espaço aqui embaixo para me falar um pouco das suas impressões sobre a segunda temporada!

Confira aqui o que achei da primeira temporada.

 


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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