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Maratona Gilmore Girls – 5ª temporada

Por: em 29 de outubro de 2016

Maratona Gilmore Girls – 5ª temporada

Por: em

Foram duas semanas intensas perto das garotas Gilmore, tempo suficiente para fazer dessa quinta temporada a minha favorita até aqui.

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Depois de tanto demorar para chegar até ela, entendo a ansiedade nos comentários. O quinto ano corrigiu muita coisa que deu errado na temporada anterior, trazendo o relacionamento que mais esperamos e Rory aproveitando do ambiente universitário como deveria. Claro que os personagens tiveram seu altos e baixos, mas mesmo nos piores momentos, eu estava lá, comprando a dor e querendo viver tudo aquilo junto. Passei também pelo 100º episódio da série, sempre um marco e que veio acompanhado de dor e sofrimento (MUITO sofrimento). Foi uma excelente temporada. Há quem diga que eu vou gostar ainda mais da sexta, mas com a expectativa lá em cima, não sei o que pensar. Vamos comentar sobre os principais núcleos que eu preciso ir ver o 6×01 para descobrir a resposta de Luke!!

 

Lorelai

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Que ano incrível Lorelai teve. Depois de uma temporada voltada exclusivamente para a construção de sua pousada, finalmente vimos a personagem descobrindo um outro lado de si mesma perto de Luke. Eu amo demais tudo que está relacionado a esses dois. Amo a maneira como eles tentam esconder o relacionamento da cidade (porque aquela gente é insana e fez até uma reunião para discutir o futuro do casal – acho que nunca ri tanto), amo que eles se entregam logo de cara (com direito a história do horóscopo que eu não vou superar jamais), amo que eles foram feitos um para o outro e todo o resto não passou de um degrau, só isso. Confesso que eu tinha um medo muito grande de Luke perder um pouco da sua identidade ao entrar de cabeça nessa relação, mas nem isso aconteceu. Ele continua resmungão como a gente gosta. Só que existe uma pedra no caminho e essa pedra se chama Christopher.

Eu queria me redimir com vocês. Eu errei. Errei grande, errei rude ao falar que eu tinha qualquer simpatia por Christopher. Quando eu terminei de assistir “Wedding Bells Blues” (o centésimo episódio), minha vontade foi voltar em cada post que eu tinha escrito até agora e colocar uma nota falando o quanto eu odeio o Christopher. Eu me deixei cegar por toda a história de amor adolescente e ignorei o fato dele nunca estar presente, mas, de repente, se querer fazer lembrar. Ignorei que ele não estava na formatura de Rory, mas reclama quando sua atual mulher (ou sabe lá Deus o que Sheryl é) o abandona com um bebê. Juro para vocês, eu nunca senti tanta raiva de um personagem como naquele momento. Se fosse possível entrar na tela para socar a cara daquele imbecil, eu faria isso. Todas as verdades que Luke joga na cara dele serviram para me lembrar do traste que ele é. Ele nunca esteve na vida de Rory por pura falta de interesse e agora estava de volta para atrasar a vida de Lor. Claro que não vamos tirar a culpa de Emily, que também conseguiu uma parcela bem significativa do meu ódio.

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A parte boa de tudo isso é que, apesar do sofrimento horrível que passei em “Say Something”, as coisas não demoraram muito a se resolver. E eu espero, de verdade, que a série esteja satisfeita nesse quesito, porque eu realmente não queria ter que chorar de novo com esse casal – sim, trabalhamos com emoções aqui, chorei mesmo, queria abraçar a Lor o tempo todo, fiquei preocupado e quase me atrasei no trabalho porque fiquei vendo um episódio atrás do outro até as 3 da manhã só para saber que ficaria tudo bem. Enquanto deixamos pairar no ar aquele pedido inesperado do final da temporada, fica difícil prever quais serão os próximos passos do casal. Eu queria que eles investissem numa vida a dois. Apesar de independente, Lor sempre quis uma companhia e Luke é perfeito para ela. Além disso, eu tô com um pouco de medo do que Dean (que podia ter ficado no limbo para onde foi mandado) falou para Luke. A situação não é igual, Lor e Rory são mulheres bem diferentes. Mas né, bate aquele medinho e a gente só fica na torcida para ele estar completamente errado.

 

Rory

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Tudo que eu reclamei de Rory na última temporada foi corrigido. Parece que a experiência universitária dela só começou agora, mesmo com o atraso de vida chamado Dean no começo desse ano. Cara, foi tudo tão errado na retomada desse relacionamento, que até agora eu fico pensando como foi que aconteceu. É tipo quando a gente manda aquela mensagem e logo depois se arrepende, só que Rory foi até as últimas consequências. Mas assim, confesso que pensei que seria ele a largar ela e não o contrário. Achei é ótimo, ainda mais depois de como as coisas foram se desenvolvendo. Dean é um cara ótimo, mas não tem ambição. Não sabe para onde está indo e isso atrasa demais Rory, que demora a perceber por estar blindada pela cegueira do primeiro amor. Acho bonito que ela perca a virgindade com ele, apesar de ter todas as circunstâncias erradas. Mas é isso, fim. Vida que segue, pelo amor de Deus.

A chegada de Logan é excelente para trazer esse mar de novidades para a vida da garota. Eu gosto de Logan. Não um gostar do tipo: estou torcendo para eles ficarem juntos. Ele é importante para o exato momento que ela está vivendo, assim como Dean e Jess também foram. Claro que ele tem um monte de pontos nada favoráveis, sendo a inconsequência o mais forte deles, mas, no fundo, ele é um bom menino que tem uma família que sufoca (o que Lorelai deveria entender muito bem). Nada justifica, no entanto, a maneira que Rory é tratada no jantar de “But I’m a Gilmore” ou como o pai de Logan (que eu odeio por causa de Scandal, onde ele faz uma versão de Trump sem tirar nem por) passa aquele feedback horrível – ambas situações que a gente só quer fazer uma coisa: esfregar a cara daqueles imbecis no asfalto quente. E, por isso, eu entendo tanto a Rory. Estar na faculdade é um momento incrível, porém muito inquietante. Você é colocado a prova a todo momento e parece que todo mundo duvida do seu potencial. Em algum momento, você se sente perdido e é nesse ponto que nossa personagem se encontra. Naquela transição entre escola e vida real, onde a gente não sabe se está no caminho certo ou se existe algum caminho para seguir.

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Mais uma vez, não gosto da maneira que Richard e Emily lidam com a situação, passando por cima dos sentimentos de Lor, mas obrigar a filha a seguir um caminho que não vê sentido nesse momento, é agir exatamente como Emily no passado. Lor pode ser mais que isso, mas todo esse lance da filha ter mudado de casa, ter uma vida independente da sua, acaba limitando seu poder, como ela mesma cita em uma conversa com Luke. Vai ser um estranho começo de temporada com as duas brigadas, ainda mais com a proporção que isso pode tomar. Espero, de verdade, que não dure muito tempo, porque a série não é a mesma quando Lor e Rory estão separadas.

 

Emily e Richard

 

Os tradicionais Gilmore tiveram um ano bem agitado, que começou com os dois separados. Apesar de trágico, acabou sendo engraçado ver como Richard e Emily não funcionam sozinhos, mesmo que tenham tentado tanto. Me diverti com Richard entrando numa banda ou a tentativa frustrada de Emily namorar novamente, eles simplesmente não queriam admitir que longe um do outro, eles não existem mais. É um relacionamento de uma vida, que não poderia acabar assim, de uma hora para outra. Da mesma maneira tempestuosa que tudo acontece, tudo acaba e voltamos aos nossos tradicionais jantares de sexta, como se nada tivesse acontecido. Só que esse é um grande problema dos Gilmore: querer ignorar o passado.

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Emily teve uma das piores atitudes da sua história ao chamar Christopher para a revalidação do seu casamento, mesmo mascarada por boas intenções. Ela não tinha esse direito, só por acreditar que Luke não é alguém digno da filha. Parece que ela não é capaz de entender que esse tipo de atitude nunca funcionou e nem nunca irá funcionar com Lorelai – na real, só piora e muito as coisas. E, geralmente, eu consigo ver as boas intenções por trás do que ela faz, mas dessa vez foi impossível mesmo. Não teve como perdoar. E não pensem que todo aquele discurso de “eu perdi” na lanchonete do Luke, apaga qualquer coisa. Aquilo ali só foi uma demonstração de que ela não tinha mais cartas para jogar e não queria ver sua filha longe, mas ela continua não aceitando o relacionamento, o que é horrível.

Odeio também a maneira que eles tratam Rory em algumas ocasiões, como no evento que organizam para ela conhecer rapazes da sociedade ou no jantar que chamam Logan. É errado, é quase abusivo. Ainda bem que Rory bateu de frente com os dois com relação a Lor, porque se ela se mantivesse neutra, eu ficaria bem irritado. Agora, aceitando a estadia da neta no final da temporada, os dois compram (mais) uma briga com a filha, que deve perdurar um bom arco de episódios. É, eu amo eles, mas tem horas que só consigo pensar na raiva que tenho sentido.

 

Outros personagens

  • A participação do cachorro que foi o motivo maior da reconciliação de Richard e Emily foi demais. Pensei que eles iam adotar o bichinho :/
  • Lane teve sua chance na temporada passada e nessa só caminhou como uma boa coadjuvante. Desenvolveu seu relacionamento com Zack, que é bem estranho em muitos momentos, e conseguiu reconquistar o apoio de sua mãe, principalmente na reta final. Gosto também da maneira que o roteiro arrumou para traze-la para cena com seu trabalho no restaurante do Luke.
  • Paris também foi incrível, mais uma vez. Depois de perder seu namorado velho, ela deu uma boa surtada e essa é a fórmula perfeita para ela funcionar em tela. Seu relacionamento nada tradicional com o chefe da redação também gera bons momentos, mesmo eu não curtindo o personagem. Adorei a participação da babá, como sempre. Melhor momento: Paris, bêbada, pedindo dinheiro na rua.
  • Star Hollows teve seu destaque, como sempre, com destaque para a interpretação de Kirk na nova história de proteção da cidade e a distribuição de laços depois do término de Luke e Lor.
  • Sookie ficou ali, de lado. A verdade é que a personagem funciona assim, com pequenas pitadas de humor e um pouco de influência na história de Lor. Me pergunto se Melissa engravidou tantas vezes ou se o roteiro decidiu que a personagem precisava de filhos tão na sequência.
  • Sabe de quem eu gosto? De Marty. E odeio que os amigos de Logan o façam sentir menor por não ter dinheiro. Achava bonitinha a amizade dele com Rory, que parece ter acabado agora.

 


Foi uma excelente temporada mesmo. Estamos a menos de um mês do revival (vocês já viram esse trailer maravilhoso que eu não superei até agora? Sim, eu vi porque não sou obrigado a não saber como minhas meninas estão. Ainda bem que não tinha nenhum grande spoiler!) e a maratona precisa andar.

Vou correndo assistir o 6×01. Minha curiosidade está me matando. Nos vemos em duas semanas.

P.S.: Duas xícaras de café enquanto escrevia esse post. Precisarei de tratamento quando essa maratona acabar.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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