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Maratona Prison Break – 2ª temporada

Por: em 27 de outubro de 2016

Maratona Prison Break – 2ª temporada

Por: em

Aprimeira temporada de Prison Break conseguiu conquistar os telespectadores com uma trama nada convencional e esperta. Sua segunda temporada, no entanto, dividiu opiniões, gerando bastante controvérsia. A mudança de cenário, dos corredores de uma prisão para os limites territoriais estadunidenses, se fez necessária, já que durante seu ano de estreia, a série cumpriu com o que propôs: a fuga dos Fox River Eight. Porém, foi essa mesma mudança que gerou desgosto, já que agora o foco era nos oito fugitivos, cada um correndo para seu canto no país, descentralizando a ação e denotando a confusão de um roteiro que não sabia qual caminho seguir.

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Se me perguntarem em qual lado estou, diria que essa temporada foi tão satisfatória quanto a anterior, mas não dá para ignorar a transição que a série acabou sofrendo com isso. O segundo ano não perdeu o ritmo sufocante característico de Prison Break, o fato de não estarem mais presos não tornou as coisas mais fáceis para os fugitivos. Depois que Michael Scofield, Lincoln Burrows, T-Bag, Fernando Sucre, John Abruzzi, C-Note, David Apolskis e Patoshik fugiram de Fox River, assinaram sua condenação de que seriam perseguidos para sempre.

A perseguição

Como disse, a série pode ter sofrido algumas mudanças após a escapada, porém a sensação sufocante não deixou de ser um elemento presente. Agora os ex-detentos correm de um lado para o outro sempre olhando por cima do ombro. A perseguição os levou à lista dos mais procurados com seus rostos estampando cada noticiário nos Estados Unidos. Esse novo ponto da série movimentou toda a segunda temporada e serviu para “substituir” a motivação inicial, que era apenas escapar. É lógico que uma fuga de um presídio de segurança máxima atrairia atenção por todos os lados, enquanto na primeira temporada os detentos se encontravam encantados pela ideia de voltar para suas casas outra vez, na segunda eles descobririam que não seria tão fácil assim retomar as coisas do ponto em que partiram.

A segunda temporada conseguiu proporcionar a mesma excitação que a primeira causava, partindo logo do ponto onde parou a temporada anterior. O primeiro episódio conseguiu colocar a vida de cada preso por um fio enquanto concluíam sua fuga. Os episódios iniciais trataram basicamente disso: da fuga e da perseguição, como se fosse um jogo de gato e rato. Outro ponto que esses episódios trataram de representar foi aquilo que são capazes para não voltar para Fox River, tudo isso dentro dos limites de cada um.

Se a série pecou em alguns aspectos, certamente seu primeiro erro foi quando os presos tomaram rumos diferentes. Logo ao final do episódio de estreia da temporada em questão, dois fugitivos já se separam do bando, são eles Charles Patoshik e John Abruzzi. Este primeiro não poderia ter uma jornada mais mal aproveitada e desinteressante. A princípio que já não entendia porque enfiar o personagem ali na fuga, já que ele não serviu para muita coisa além de ser um peso morto, felizmente não demorou muito para os outros detentos desprenderem dele. Patoshik tinha uma loucura interessante e tornava o personagem o mínimo de intrigante, só que suas cenas eram basicamente tediosas por completo. Abruzzi, por sua vez, teve uma trajetória boa, se o personagem não tivesse se perdido no seu desejo por vingança.

Os outros presos, porém, foram se reunindo ao longo dos episódios enquanto perseguiam o tesouro que DB Cooper havia falado para Michael. O fato de todos estarem a caminho do mesmo lugar criou uma expectativa diante do reencontro dos ex-presidiários e o que seria deles quando colocassem as mãos no dinheiro, a realidade, no entanto, foi outra. De tudo dando errado, até o ponto que T-Bag sai com uma sacola com milhões de dólares, a série pecou em alguns aspectos, principalmente a partir do ponto que eles se dividem. É a partir daí que parte do encanto com Prison Break vai junto. O foco agora não estava apenas no grupo e sim no percurso de cada um e seus objetivos, o que deixou tudo muito mais complicado de lidar. Enquanto a série se passava dentro das celas de Fox River era fácil manter todas as tramas unidas e em sintonia, depois que cada um seguiu seu rumo é que ficou difícil. Nem mesmo a ideia perspicaz Paul Scheuring (criador da série) de ditar um ritmo eletrizante conseguiu se safar da série se perder enquanto tentava acompanhar todos.

Toda a perseguição começou num jogo de gato e rato alucinante colocando Bellick e o FBI sempre atrás do rastro deixado pelos detentos. Até o ponto que continuavam juntos, era possível sentir a trama eletrizante, porém esse jogo deu lugar para subtramas incrivelmente tediosas e perdidas. Cada um corria para seu lado, feito cego em tiroteio, e algumas outras histórias simplesmente não sabiam para onde correr, por exemplo o caso de Benjamim “C-Note” Franklin, que embora tentasse criar uma empatia pela história do fugitivo, o personagem se revelou um traidor com cara de sono.

Alexander Mahone

Alexander Mahone, interpretado por William Fichtner, foi uma das aquisições para a segunda temporada que veio sem dúvidas para somar na trama que a série desenvolvia. O agente do FBI durante todo o curso da segunda temporada esteve no rastro de Michael Scofield e Lincoln, e dos demais fugitivos.

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Já estava na hora da série apresentar um adversário à altura de Scofield e que conseguisse entrar no seu pensamento. E Mahone estava sempre um passo atrás do que os protagonistas planejavam e deixava a perseguição de uma maneira muito mais excitante, enquanto não sabíamos exatamente o que esperar do agente. O agente do FBI tinha a função de “capturar” os fugitivos, porém ao longo de cada episódio fomos descobrindo que ele era muito mais que aparentava ser e estava de conluio com A Companhia, sua tarefa era executar Scofield e Burrows, o que tornou suas ações muito mais previsíveis, conforme capturar não era seu único foco, mas mata-los também.

Logo após Michael, o agente Mahone era o mais intrigante naquele núcleo, já que foi muito aos poucos que sua conduta foi fornecendo algumas respostas sobre quem era de fato. De qualquer forma, Alexander transformou essa captura num jogo muito mais interessante que moveu a segunda temporada num ritmo alucinante ainda.

And then they where five…

O decorrer da temporada foi deixando alguns corpos para trás. Depois da morte precoce de Veronica, que embora eu não gostasse tanto fiquei decepcionada com o corte desnecessário e repentino da personagem, diria que mostrou Prison Break não tem medo de cortar personagens importantes e nem aqueles que estavam somando pouco para a história, e assim foi acontecendo episódio após episódio do segundo ano da atração.

No episódio First Down (2×04), a série criou uma tensão misturado ao suspense sobre quem seria o primeiro a nos abandonar. Tínhamos T-Bag sem uma mão e a polícia no seu rastro fazendo perguntas, Abruzzi que ainda tentava se vingar de quem o delatou, “Tweener” que estava a um passo de ser descoberto também, bem como todos os outros enfrentavam problemas na sua escapada e tentavam se manter longe da polícia. Nessa roleta russa o tiro acabou indo para John, o mafioso foi, contrário à todas expectativas, o primeiro a ser morto na série. E ainda que eu gostasse do personagem na série, sua história foi tarde também, já que toda essa sequência de perseguir a vingança aos poucos foi perdendo o interesse.

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Depois de Abruzzi, quem também deixou a produção no segundo ano foi David “Tweener” Apolskis e Charles Patoshik. Este segundo realmente foi tarde, já que mesmo tentando ser tão intrigante com sua loucura e falta de noção, passou a protagonizar cenas no mínimo sem graça e nexo. Tweener, por sua vez, realmente fiquei com pena da sua morte. O fugitivo acabou na prisão por uma falha do sistema judiciário, já que foi indiciado por roubo qualificado de uns cartões de baseball valiosos, escapou junto de Michael por não aguentar uma vida como prisioneiro, e ainda assim tentou ajudar os demais presos que buscavam o tesouro quando foi capturado por Mahone e morto pelo mesmo.

Os oito fugitivos passaram a ser apenas cinco correndo por sua liberdade. Enquanto suas subtramas se desenvolviam, algumas chegavam a ser interessantes, outras faziam nosso cérebro desligar durante seu tempo em cena. O personagem que mais conseguia nos prender na tela, surpreendentemente, era T-Bag, sua amoralidade e perversão o tornaram um dos melhores personagens do show e um dos mais espertos do grupo. Ele é contraditório e isso o torna simplesmente intrigante. Enquanto busca sua vingança pela mulher que o colocou na cadeia, vemos uma evolução perceptível no personagem a partir de Bolshoi Booze (2×11), que aos poucos notamos como todos os fatores externos da sua vida influenciaram na sua compulsão e falta de caráter e, principalmente, quando ele luta contra a vontade de querer ser uma versão melhor do que é e por outro lado acha que já é tarde demais para se salvar.

Enquanto as demais histórias se desenvolviam, uma amizade que também caracterizou o programa neste ano foi a protagonizada por Scofield e Sucre. Os ex companheiros de cela mantiveram juntos ao longo da primeira parte da temporada na corrida pelo dinheiro e se reencontraram ao longo da segunda parte para executar um plano de fuga. A confiança um no outro se fortaleceu ao longo do ano, enquanto viam que não poderiam confiar em qualquer um que dizia estar ao seu lado (estou olhando direto para você C-Note).

A Companhia

A trama da Companhia foi importante para o desenvolvimento da segunda parte da temporada. Se durante o primeiro ano a série só foi apresentando algumas pistas pouco reveladoras que a advogada e amiga dos protagonistas corria atrás, foi no segundo ano que essa história ganhou contornos mais fortes e teve uma presença marcante dessa vez.

Mesmo que essa segunda parte não tenha sido nem de longe tão boa quanto foi a anterior e não conseguiu nos envolver tanto, talvez por razão das histórias demasiadas que provocaram uma queda na qualidade, ela conseguiu manter o traço da série, que era ditar um ritmo sufocante. Enquanto Michael tentava desesperadamente provar a inocência de Lincoln, a Companhia mais intervia e tornava qualquer plano obsoleto na medida que parecia que eles sabiam cada passo que aos irmãos estavam prestes a dar. No episódio Chicago (2×16) vemos esse enredo se mostrar forte. Quanto mais se aproximam de obter respostas efetivas, um passo mais longe elas parecem estar. Nesse episódio os irmãos fazem um aliado improvável, Kellerman, que também passa a querer acabar com os planos da Companhia.

Toda essa parte seria muito mais interessante se não fosse o número de episódios desperdiçados numa correria de um lado para o outro que tornou a temporada um tanto exaustiva de acompanhar. A série se revigora quando descobrimos que Terrence Steadman está vivo, porém isso não dura muito tempo, quando o personagem comete suicídio no momento em que finalmente tem a chance de contar a verdade para o mundo. Depois o foco volta para a fuga e correria de um lado para o outro, não sabendo se provam a inocência de Lincoln ou se fogem logo daquele país.

Season finale

A season finale retoma o ritmo da série e encerra com uma série de cliffhangers para o próximo ano. Kellerman acaba se revelando um forte aliado quando decide testemunhar a favor de Sarah, outro personagem que se destacou ao longo desse ano da série. Paul foi do agente de uma trama conspiratória a se tornar alguém cuja a fidelidade estava perdida, quando descobre que serviu anos de sua vida a um propósito que o descartou na primeira chance, e se aliou a quem desesperadamente buscava fazer o certo.

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No final das contas, a impressão que sobressai desta season finale é que a série vai tentar repetir os elementos da equação que tornaram a série o sucesso que foi em seu primeiro ano ao mandar os fugitivos novamente para uma prisão. Porém, a história que vai se passar em Sona vai fazer Fox River parecer um spa. A lição que dá para tirar disto é que: Prison Break parece a vida, quando parece que vai, não vai.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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