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Maratona Prison Break – 4ª temporada

Por: em 5 de janeiro de 2017

Maratona Prison Break – 4ª temporada

Por: em

Chegamos ao fim da nossa maratona de Prison Break, para aqueles que acompanharam comigo as quatro temporadas do show exibido pela Fox durante 2005-2009, encerram a série com um sentimento agridoce de satisfação.

Prison Break quando lançada foi uma novidade nas telas, uma premissa diferenciada que levou seus telespectadores a acompanharem cada episódio apreensivos pelas possibilidades infinitas de tudo dar errado na vida dos irmãos protagonistas. Ao longo das temporadas a saga Michael Scofield e Lincoln Burrows deu errado de todas maneiras possíveis e quanto mais próximos chegavam da liberdade, tinham que lidar com um novo contratempo que vinha para impedi-los de alcançar tal objetivo.

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A quarta temporada, no entanto, dividiu os sentimentos entre aqueles que relevaram as inúmeras falhas no roteiro para manter a nostalgia do fim e aqueles que saíram profundamente decepcionados com a conclusão da história dos ex-detentos. E verdade seja dita, Prison Break foi a série que viveu mais tempo do que deveria. Se em seu primeiro ano a premissa proporcionava momentos de tensão diante da impossibilidade de fuga que se tornou real, os anos seguintes deram lugar à tramas que se tornavam mirabolantes além da conta. Michael passou a ser o protagonista que aparecia com soluções para tudo, por menos críveis que as situações passaram a ser. A reutilização da fórmula inicial durante a 3ª temporada tentou prender os telespectadores que ainda confiavam no potencial da produção da Fox.

Por fim, sua última temporada teve uma decepção após a outra, conforme as circunstâncias tornaram-se simplesmente absurdas. A mistura de suspense e ação, somada à genialidade de Scofield que sempre vinha para surpreender, sem falar nos personagens bem elaborados e ganchos excelentes, tornaram a primeira temporada da série a melhor, no entanto, a ideia original da fuga e o cenário claustrofóbico deram lugar à uma trama conspiratória pouquíssima cativante sobre A Companhia. Trata-se de uma organização formada pelas personalidades mais influentes dos Estados Unidos que controlam o país por detrás dos panos. Houveram alguns momentos bons na reta final da série, porém a sensação de “se já chegamos até aqui, vamos até o fim” não passou despercebida, as coisas desandaram e o sucesso da atração saiu pela culatra.

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Dos inúmeros erros cometidos pela série, sobretudo na temporada em questão, ressalto dois que me incomodaram profundamente: a ressurreição dos personagens Sarah e Kellerman. A menos que estejamos assistindo qualquer série de cunho sobrenatural, ressuscitar personagens não é uma opção válida quando fica clara a falta de coragem dos roteiristas em mantê-los mortos. Posso ter aceitado o retorno à vida de Bonnie Bennet inúmeras vezes, mas simplesmente não consigo engolir as justificativas mal feitas e apressadas para trazer de volta personagens que optaram por matar outrora. Fica escancarada a falta de criatividade do roteiro em criar soluções plausíveis para seus problemas, ao invés disso apelam para um sentimentalismo barato dos telespectadores, só não se enganem, porque é possível farejar de longe as falhas absurdas no roteiro.

Se falar que foi de tudo um desastre estaria contando uma mentira absurda. A quarta temporada em si foi ruim, sim, mas conseguimos tirar alguns poucos episódios isolados que nos remetem aos momentos eletrizantes e dos protagonistas. A reunião do grupo de Scofield formou uma espécie de “Esquadrão Suicida”, e acreditem, eu tentei não estabelecer as ligações entre este grupo e o outro da DC Comics, mesmo que isso não tenha sido proposital, porém era inevitável enxergamos neles uma espécie de formação liderados por um agente do governo que resolve reunir criminosos para lutar sua batalha.

No entanto a busca pelos Scylla, os procurados cartões que, quando unidos forneciam informações suficientes para derrubar A Companhia, apresentou-se como uma ideia bastante promissora a princípio, até meados da quarta temporada ainda conseguíamos nos convencer que, afinal de contas algo sairia de bom dali, ledo engano diga-se de passagem. No entanto, a dinâmica inicial do grupo e episódios cheio de adrenalina conseguiram salvar pouco do que foi a quarta temporada. Em “Shut Down”, terceiro episódio da temporada, encontramos Mahone em destaque quando lida com a morte de seu filho e entendemos que a ameaça da Companhia é algo muito maior que o de fato esperado. Além disto, o capítulo em questão nos situa na trama quanto aos cartões e seus detentores, basicamente, Shut Down preparou o terreno para a temporada, só para estragarem tudo depois.

PRISON BREAK: The gang is back on the two-hour Season Four premiere episode of PRISON BREAK ("Scylla/Breaking and Entering") airing Monday, Sept. 1 (8:00-10:00 PM ET/PT) on FOX. Pictured L-R: Dominic Purcell, Wentworth Miller, William Fichtner, Amaury Nolasco and Wade Williams. ©2008 Fox Broadcasting Co. Cr: Greg Gayne/FOX

Parte da temporada responsável por conseguir salvar alguns bons momentos foram os personagens, sobretudo Gretchen. A gente da Companhia que apareceu na terceira temporada, revelou-se uma sociopata transgressora que conseguiu ser uma das melhores partes da 4ª temporada. De resto, temos Lincoln que ficou excelente em fazer cara de segurança de balada que vai te barrar porque é menor de idade e até mesmo Michael conseguir dar preguiça inúmeras vezes.

A series finale de Prison Break, ainda assim, conseguiu dar um final completo para o show. Killing Your Number deu uma sequência digna para o fim da série que conquistou fãs fervorosos. Um encerramento feito para agradar seus telespectadores no qual os malvados são finalmente punidos, os bonzinhos encontram seu final feliz e são recompensados. Uma coisa não posso negar, Prison Break ganhou um final digno para uma série cheia de altos de baixos e uma temporada inconsistente. As inúmeras controvérsias na saga de Scofield e Burrows são colocadas de lado para dar lugar à uma series finale das mais aguardadas.

A mãe dos irmãos faz sua última investida colocando a vida de Lincoln em risco ao atirar no próprio filho, no entanto acaba morta por Sarah, se fôssemos fazer um ranking das piores mães, Christina estaria lá ocupando o topo. Os retornos de C-Note e Sucre, sob o pretexto de uma imunidade total em troca dos Scylla e Kellerman voltando como o agente que faz tal proposta para os ex-protagonistas. Depois de quatro temporadas, Michael Scofield finalmente se encontra livre de uma vez por todas e a caminho de seu final feliz.

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O salto de quatro anos no final do último episódio nos traz uma revelação ousada, e é aí que os roteiristas revelam sua audácia que ficou perdida durante a temporada. Por um lado, se revela algo bonito e de certa forma, esperado, por outro, totalmente desnecessária a atitude de matar Scofield. É um final agridoce, que em muito agrada e desagrada, mas de certa forma traz o martírio de Michael ao longo das quatro temporadas, que carregou o peso do mundo e suas responsabilidades consigo.

The Final Break

Não dados por satisfeitos ainda, Prison Break faz um retorno em forma de telefilme para nos situar no salto temporal de quatro anos feito na series finale e justificar como as coisas terminaram de tal forma. The Final Break voltou à premissa original da série, Sarah encarando a consequência de seus atos após matar Christina, o governo decide fazê-la de exemplo e manda para um presidio feminino com uma sentença de 25 anos. A doutora Tancredi é uma mulher marcada dentro da prisão e Scofield inicia um plano de fuga para tirá-la da cadeia.

Toda a genialidade dos planos de Michael que se desenrolavam ao longo de vários capítulos e tinham o tempo necessário para serem elaborados de maneira eficiente são apressadamente costurados em uma trama que não atinge o mesmo nível que foi a série em sua primeira temporada, apesar da tentativa de trazer a mesma sensação de volta. Se uma coisa precisamos aprender é que não devemos mexer no defunto, e bem, o final de Prison Break já tinha sido satisfatório por si só. Os planos de Scofield não apresentam sequer o mesmo nível e nem de longe lembram os detalhados planos das temporadas iniciais. Apesar de tudo, o telefilme foi capaz de emocionar e concluir a trama de uma vez por todas. A morte de Michael tornou-se mais digna ao se sacrificar para salvar Sarah

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Por fim, Prison Break foi uma série com altos e baixos, encantou fãs e depois provocou a ira deles, apresentou temporadas excelentes, outras que, por sua vez, foram fracas de decepcionantes. Ao longo das quatro temporadas da série acompanhamos momentos eletrizantes, cada episódio por si só consistia uma prison break, uma fuga diária em busca pela conclusão e um final feliz. Quanto mais distante essa conquista parecia estar, a atração conseguia nos proporcionar ganchos incríveis que nos convenciam de uma luz no fim do túnel. A saga de Scofield e Burrows foi além da ação para o campo da família e parceria entre os irmãos no momento em que Michael decide elaborar a fuga de seu irmão.

Nem mesmo os momentos inconsistentes e as inúmeras razões para desapontar tiram o mérito de Prison Break como uma das melhores séries que já assisti e uma conclusão em muitos pontos revoltantes, mas inquestionavelmente, poética. Chegamos ao fim desta maratona e espero que você, como um bom Apaixonado por série, tenha aproveitado tanto quanto eu a história de Michael e Lincoln.


A história dos irmãos vai voltar às telas agora em 2017, enquanto isso podemos ver ambos protagonistas em The Flash e Legends of Tomorrow. Ainda assim, vamos aguardar ansiosamente o retorno da jornada.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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