Spoiler Alert!
Este texto contém spoilers pesados,
siga por sua conta e risco.
Este post estava planejado para o dia 15 – que também foi dia de festa: eu e Adam Brody (nosso Seth Cohen na TV) fizemos aniversário! -, então houve uma alteração no cronograma. O tempo extra foi bom para digerirmos a segunda temporada de The O.C., que começou com Seth fugido de casa e Ryan como pai de família. É claro que esse cenário durou pouco – senão a série se chamaria Portland e Chino: nenhum estranho no paraíso.
Theresa inventou que havia perdido o bebê, o que deixou Ryan livre para ser feliz longe dali e convencer Seth a voltar para Orange County. Embora os garotos imaginassem que a vida seria como antes – isto é, que Summer e Marissa estivessem de braços abertos para eles -, a fila andou. E eu achei ótimo. Pudemos conhecer novos personagens e dar uma oxigenada na série, depois de uma primeira temporada que insistia nos casais Ryan-Marissa e Seth-Summer. A temporada também trouxe maturidade e destacou os dramas dos personagens mais velhos.
Precisamos lembrar que os roteiristas tentaram destruir meu casal dos sonhos – Sandy e Kirsten – ou podemos fingir que nunca aconteceu? O primeiro amor de Sandy ressurgiu das cinzas (eu diria quase literalmente) e acendeu uma chama no coração do homem. Quase joguei um balde d’água na tela para apagar o fogo, mas não consegui e tive que ver Sandy beijando Rebecca – fugitiva da lei, acusada de um assassinato que supostamente não cometeu. Ora, Sandy, francamente. Enquanto isso, o roteiro já começava a apontar uma tensão no relacionamento dos Cohen e o início do alcoolismo da Kirsten, sempre evidenciando os copos de bebida que ela tomava. Quando chegou Carter – o editor da Newport Living, bonitão e charmoso -, eu peguei meu baldinho novamente… mas, em vez de jogar água na tela, usei para coletar a baba da Kirsten. O rosto dela entrava em modo offline toda vez que o Carter aparecia.
A pessoa responsável pelo casting da série também não deixou barato e contratou um par de atores que se parecia muito com os Cohen – Rebecca e Sandy certamente dividem DNA, e Carter tem um narizinho igual ao da Kirsten. Existe explicação para isso na psicologia. A essa altura, eu entreguei meu ship para o universo. Fiquei pensando se o Sandy havia sacado a paixonite da esposa pelo colega de trabalho logo no começo, fazendo todas aquelas perguntas sobre o Carter a ela. Acho que não. Talvez minha pulga venha à tona porque eu conhecia o final da história – afinal, já vi The O.C. outras vezes. Em todo o enredo extra-conjugal dos Cohen, a verdadeira protagonista é Julie Cooper-Nichol, que fez caras e bocas para todo o romance.
Julie também traiu o marido nesta temporada – e, sim, vale como adultério quando o amante é o ex-marido, Jimmy, ou o ex-namorado, que dirigia filme pornô nos anos 1980. O caso dela com Lance pode parecer inusitado – afinal, o homem abalou sua reputação com um “queima-filme” do passado. Mas gostei de vê-la dançando ao som de Whitesnake como se não houvesse amanhã e completamente embalada pelas lembranças de uma vida simples, longe da MacMansion. O affair serviu para humanizá-la e nos trazer uma Julie romântica e carente, que parece exausta com a vida de caça-Nichol e CEO do Newport Group. Julie sonha em proporcionar conforto às filhas (nem sei por que uso o plural aqui, já que Kaitlin foi abandonada na escola) e em recuperar o relacionamento com Marissa. Acho lindo quando ela admite a Sandy que precisa impedir que Marissa veja o filme pornô – mesmo que seu casamento e seu status sejam prejudicados.
Já falei que Julie é a melhor personagem de The O.C. e, se alguém ainda pensava nela como eterna megera, provavelmente mudou de opinião agora. O próprio Caleb percebeu isso, quando Julie chorou diante da possibilidade de divórcio e decidiu dar-lhe outra chance. Ele mal sabia que Lance havia convencido Julie a envenená-lo e aplicar o golpe do baú mais engenhoso da TV. Felizmente, ela voltou atrás e acabou protagonizando uma das cena mais emocionantes da temporada, quando pulou na piscina para salvar o Cal:
A morte do Caleb levou Kirsten (ou Kiki, em homenagem a ele) para o fundo do poço. A família, preocupada com o vício em “sucos de tomate” de manhã cedo, decidiu mandá-la para a rehab numa casa paradisíaca. Fico pensando que, na temporada anterior, Julie quis fazer o mesmo com Marissa – que, aos 16 anos, teve overdose de analgésicos em Tijuana, alô? -, mas todo mundo se recusou a intervir. Sim, estou defendendo a Julie novamente, mas não faz sentido, né?
Marissa começou esta temporada pior do que na anterior (insira aqui a cena em que ela jogou uma cadeira na piscina). A garota teve momentos de experimentação com o jardineiro DJ e a roqueira Alex – que, aliás, também saiu com o Ryan e namorou o Seth. As duas viveram juntas por um tempinho, no apartamento de Alex, o que serviu para Marissa amadurecer e Alex se apaixonar perdidamente por ela. Mas Marissa confessou para Summer que nunca esqueceu Ryan, seu porto seguro. Eu até simpatizei com ela naquele momento, embora minha torcida contra o casal continue de pé e eu concorde quando a Summer diz que “eles são um desastre juntos.” Por mim, Ryan casava e tinha vários filhinhos com a Lindsay (a gêmea perdida de April Nardini – será que algum fã de Gilmore Girls concorda comigo?). Mas é claro que viria encrenca: quando descobriu que era filha do Caleb, Lindsay se mudou para Chicago e abandonou o pobre coitado. Senti falta dela no funeral. Foi tudo parte do plano infeliz dos roteiristas para nos fazer shippar Ryan e Marissa. Nunca vão conseguir!
Summer foi terrível nesta temporada. Dói meu coração, mas é verdade. A garota namorou o Zach – uma versão atlética e bronzeada do Seth -, durante seis meses, e sempre foi tratada como princesa. Mesmo que dê vontade de bagunçar o cabelo impecável do Zach e vê-la novamente com o Seth, precisamos admitir que foi feio terminar com o Sr. Perfeito logo no aeroporto (e também bizarro ela olhar para uma criança! parecida com o Seth e se lembrar de como era apaixonada por ele). De todo modo, pudemos festejar o retorno do casal “Sethummer” para a telinha, com direito a beijo na chuva e máscara do Homem-Aranha. E a saga da Summer terrível continuou.
Seth está sempre disponível e até limpa banheiros do Bait Shop para ganhar ingressos e agradá-la. Mas, quando ele consegue a oportunidade de lançar seu gibi (ou graphic novels…) e fazer um filme com George Lucas, a garota não o apoia – simplesmente morre de ciúmes porque Reed, a coordenadora do projeto, é mulher. Para completar, no baile de formatura, ela se recusa a escolher um par e deixa que os meninos decidam quem vai levá-la. Tenha dó, Summer.
Trey está na lista dos novatos em Newport Beach. O irmão de Ryan saiu da prisão e, como já poderíamos prever, só causou problemas na vida do caçula – suspeita de roubo, tráfico de drogas e tentativa de estupro com Marissa. Os personagens de Chino sempre despertam um sentimento intenso no Ryan – seja bom como a Theresa, ou péssimo como o Trey -, o que enriquece a trama e também nos apavora.
Desta vez, a presença de Trey provocou uma equação interessante na série: Marissa tentou fazê-lo feliz, defendê-lo e até organizar uma festa de aniversário. É como se ela quisesse retribuir, através de Trey, tudo que Ryan já fez por ela. No final da temporada, Marissa salva a vida de Ryan e atira no irmão dele. Fechamos um ciclo em que, pela primeira vez, Ryan é a vítima e precisa da atitude heróica da Marissa.
A trilha sonora da cena é fantástica: Hide and Seek, da cantora Imogen Heap. Você pode ver a lista completa das canções da segunda temporada aqui no blog, dividida em parte 1 e parte 2.
Esta temporada nos deixou com várias tramas em aberto. Será que Trey morreu? Como Kirsten ficará na rehab? E a casa dos Cohen, sem ela? Jimmy está de volta para valer? Kaitlin vai mesmo passar o verão com a família? Seth e Zach vão lançar a revista Atomic County? A terceira temporada promete. Nosso próximo encontro está marcado para o dia 15 de janeiro de 2017.
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Feliz Chrismukkah para todos!