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Maratona The O.C. – 2ª temporada

Por: em 23 de dezembro de 2016

Maratona The O.C. – 2ª temporada

Por: em

Spoiler Alert!

Este texto contém spoilers pesados,

siga por sua conta e risco.

Este post estava planejado para o dia 15 – que também foi dia de festa: eu e Adam Brody (nosso Seth Cohen na TV) fizemos aniversário! -, então houve uma alteração no cronograma. O tempo extra foi bom para digerirmos a segunda temporada de The O.C., que começou com Seth fugido de casa e Ryan como pai de família. É claro que esse cenário durou pouco – senão a série se chamaria Portland e Chino: nenhum estranho no paraíso.

Theresa inventou que havia perdido o bebê, o que deixou Ryan livre para ser feliz longe dali e convencer Seth a voltar para Orange County. Embora os garotos imaginassem que a vida seria como antes – isto é, que Summer e Marissa estivessem de braços abertos para eles -, a fila andou. E eu achei ótimo. Pudemos conhecer novos personagens e dar uma oxigenada na série, depois de uma primeira temporada que insistia nos casais Ryan-Marissa e Seth-Summer. A temporada também trouxe maturidade e destacou os dramas dos personagens mais velhos.

Precisamos lembrar que os roteiristas tentaram destruir meu casal dos sonhos – Sandy e Kirsten – ou podemos fingir que nunca aconteceu? O primeiro amor de Sandy ressurgiu das cinzas (eu diria quase literalmente) e acendeu uma chama no coração do homem. Quase joguei um balde d’água na tela para apagar o fogo, mas não consegui e tive que ver Sandy beijando Rebecca – fugitiva da lei, acusada de um assassinato que supostamente não cometeu. Ora, Sandy, francamente. Enquanto isso, o roteiro já começava a apontar uma tensão no relacionamento dos Cohen e o início do alcoolismo da Kirsten, sempre evidenciando os copos de bebida que ela tomava. Quando chegou Carter – o editor da Newport Living, bonitão e charmoso -, eu peguei meu baldinho novamente… mas, em vez de jogar água na tela, usei para coletar a baba da Kirsten. O rosto dela entrava em modo offline toda vez que o Carter aparecia.

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A pessoa responsável pelo casting da série também não deixou barato e contratou um par de atores que se parecia muito com os Cohen – Rebecca e Sandy certamente dividem DNA, e Carter tem um narizinho igual ao da Kirsten. Existe explicação para isso na psicologia. A essa altura, eu entreguei meu ship para o universo. Fiquei pensando se o Sandy havia sacado a paixonite da esposa pelo colega de trabalho logo no começo, fazendo todas aquelas perguntas sobre o Carter a ela. Acho que não. Talvez minha pulga venha à tona porque eu conhecia o final da história – afinal, já vi The O.C. outras vezes. Em todo o enredo extra-conjugal dos Cohen, a verdadeira protagonista é Julie Cooper-Nichol, que fez caras e bocas para todo o romance.

Julie também traiu o marido nesta temporada – e, sim, vale como adultério quando o amante é o ex-marido, Jimmy, ou o ex-namorado, que dirigia filme pornô nos anos 1980. O caso dela com Lance pode parecer inusitado – afinal, o homem abalou sua reputação com um “queima-filme” do passado. Mas gostei de vê-la dançando ao som de Whitesnake como se não houvesse amanhã e completamente embalada pelas lembranças de uma vida simples, longe da MacMansion. O affair serviu para humanizá-la e nos trazer uma Julie romântica e carente, que parece exausta com a vida de caça-Nichol e CEO do Newport Group. Julie sonha em proporcionar conforto às filhas (nem sei por que uso o plural aqui, já que Kaitlin foi abandonada na escola) e em recuperar o relacionamento com Marissa. Acho lindo quando ela admite a Sandy que precisa impedir que Marissa veja o filme pornô – mesmo que seu casamento e seu status sejam prejudicados.

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Já falei que Julie é a melhor personagem de The O.C. e, se alguém ainda pensava nela como eterna megera, provavelmente mudou de opinião agora. O próprio Caleb percebeu isso, quando Julie chorou diante da possibilidade de divórcio e decidiu dar-lhe outra chance. Ele mal sabia que Lance havia convencido Julie a envenená-lo e aplicar o golpe do baú mais engenhoso da TV. Felizmente, ela voltou atrás e acabou protagonizando uma das cena mais emocionantes da temporada, quando pulou na piscina para salvar o Cal:

A morte do Caleb levou Kirsten (ou Kiki, em homenagem a ele) para o fundo do poço. A família, preocupada com o vício em “sucos de tomate” de manhã cedo, decidiu mandá-la para a rehab numa casa paradisíaca. Fico pensando que, na temporada anterior, Julie quis fazer o mesmo com Marissa – que, aos 16 anos, teve overdose de analgésicos em Tijuana, alô? -, mas todo mundo se recusou a intervir. Sim, estou defendendo a Julie novamente, mas não faz sentido, né?

Marissa começou esta temporada pior do que na anterior (insira aqui a cena em que ela jogou uma cadeira na piscina). A garota teve momentos de experimentação com o jardineiro DJ e a roqueira Alex – que, aliás, também saiu com o Ryan e namorou o Seth. As duas viveram juntas por um tempinho, no apartamento de Alex, o que serviu para Marissa amadurecer e Alex se apaixonar perdidamente por ela. Mas Marissa confessou para Summer que nunca esqueceu Ryan, seu porto seguro. Eu até simpatizei com ela naquele momento, embora minha torcida contra o casal continue de pé e eu concorde quando a Summer diz que “eles são um desastre juntos.” Por mim, Ryan casava e tinha vários filhinhos com a Lindsay (a gêmea perdida de April Nardini – será que algum fã de Gilmore Girls concorda comigo?). Mas é claro que viria encrenca: quando descobriu que era filha do Caleb, Lindsay se mudou para Chicago e abandonou o pobre coitado. Senti falta dela no funeral. Foi tudo parte do plano infeliz dos roteiristas para nos fazer shippar Ryan e Marissa. Nunca vão conseguir!

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Summer foi terrível nesta temporada. Dói meu coração, mas é verdade. A garota namorou o Zach – uma versão atlética e bronzeada do Seth -, durante seis meses, e sempre foi tratada como princesa. Mesmo que dê vontade de bagunçar o cabelo impecável do Zach e vê-la novamente com o Seth, precisamos admitir que foi feio terminar com o Sr. Perfeito logo no aeroporto (e também bizarro ela olhar para uma criança! parecida com o Seth e se lembrar de como era apaixonada por ele). De todo modo, pudemos festejar o retorno do casal “Sethummer” para a telinha, com direito a beijo na chuva e máscara do Homem-Aranha. E a saga da Summer terrível continuou.

Seth está sempre disponível e até limpa banheiros do Bait Shop para ganhar ingressos e agradá-la. Mas, quando ele consegue a oportunidade de lançar seu gibi (ou graphic novels…) e fazer um filme com George Lucas, a garota não o apoia – simplesmente morre de ciúmes porque Reed, a coordenadora do projeto, é mulher. Para completar, no baile de formatura, ela se recusa a escolher um par e deixa que os meninos decidam quem vai levá-la. Tenha dó, Summer.

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Trey está na lista dos novatos em Newport Beach. O irmão de Ryan saiu da prisão e, como já poderíamos prever, só causou problemas na vida do caçula – suspeita de roubo, tráfico de drogas e tentativa de estupro com Marissa. Os personagens de Chino sempre despertam um sentimento intenso no Ryan – seja bom como a Theresa, ou péssimo como o Trey -, o que enriquece a trama e também nos apavora.

Desta vez, a presença de Trey provocou uma equação interessante na série: Marissa tentou fazê-lo feliz, defendê-lo e até organizar uma festa de aniversário. É como se ela quisesse retribuir, através de Trey, tudo que Ryan já fez por ela. No final da temporada, Marissa salva a vida de Ryan e atira no irmão dele. Fechamos um ciclo em que, pela primeira vez, Ryan é a vítima e precisa da atitude heróica da Marissa.

A trilha sonora da cena é fantástica: Hide and Seek, da cantora Imogen Heap. Você pode ver a lista completa das canções da segunda temporada aqui no blog, dividida em parte 1 e parte 2.

Esta temporada nos deixou com várias tramas em aberto. Será que Trey morreu? Como Kirsten ficará na rehab? E a casa dos Cohen, sem ela? Jimmy está de volta para valer? Kaitlin vai mesmo passar o verão com a família? Seth e Zach vão lançar a revista Atomic County? A terceira temporada promete. Nosso próximo encontro está marcado para o dia 15 de janeiro de 2017.

 


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Feliz Chrismukkah para todos!


Alice Reis

Jornalista que não bebe café, mas vai ao Central Perk com frequência. Gostaria de viver em todas as séries filmadas em Nova York.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Friends

Não assiste de jeito nenhum: Game of Thrones

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