“Obscuridade é um destino pior do que a morte.”
Ao ser apresentado à Kublai Khan, o pequeno Zhao Xian se deixa levar pela inocência que é esperada de uma criança e senta no trono dourado do imperador mongol. Sabiamente, a imperatriz Chabi começa a rir para tirar o peso da ação do menino. Kublai segue a atitude da esposa e logo, é seguido pelas outras pessoas da sala. A criança não tem consicência ainda, mas alguns símbolos são mais importantes do que algumas atitudes e seu destino vai ser determinado por issso.
“Ele é um símbolo. De uma época, de um povo, de uma forma de pensar. Ele é esperança para um inimigo derrotado. Enquanto ele viver, a esperança vive”, argumenta Ahmad. Kublai não sabe, mas os interesses pessoais do seu conselheiro o desqualificam para tal função. Ahmad quer que Khan mate o “Filho do Céu”, porque esse é um grande erro. Afinal, Matar uma criança não envia uma mensagem de força e poder aos inimigos, mas de desespero. Chabi, que implorou pela compaixão do marido no primeiro episódio, tinha uma visão mais clara sobre a morte do imperador menino, mas ela não consegue apelar para o lado misericordioso ou político do marido. Kublai acredita que Zhao Xian iria crescer o odiando e um dia, tentaria se vingar; e por isso, já devia ser condenado a morte. Então, com um “abraço”, o Khan tira a vida de uma criança e acaba condenando seu próprio governo.
A mudança no olhar de Marco Polo sobre seu líder é uma pequena amostra do que deve acontecer com a opinião de outras pessoas no império. E com uma rebelião já arranjada por Ahmad, vai ser difícil para Kublai provar que é o verdadeiro imperador dos mongóis no Kurultai.
O que facilita (ou pelo menos, não dificulta) a vida do Khan, é que Kaidu também não é um homem político. O príncipe de Karakorum tem os ventos soprando ao seu favor. Alguns clãs já duvidam da legitimidade do governo de Kublai e relembram que a eleição que deu o cargo máximo a ele não foi justa. Ainda assim, Kaidu precisa de outros votos e precisa deixar seus princípios de lado para conquistá-los. No entanto, diante de Nayan, o príncipe cristão, Kaidu não consegue ceder e prefere perder o apoio. Resta saber até quando isso vai ser possível.
Mesmo que “Hug” tenha seguido uma fórmula parecida com a season premiere e guardado sua cena mais dramática para o final, o episódio é melhor que o anterior. Com as peças bem posicionadas, Marco Polo pode explorar as intensões e motivos de seus personagens para construir sua história com consistência e isso é bem mostrado nesse episódio.
Outras observações:
– Não sei como Byanba vai se posicionar no embate entre seu pai e tio, mas imagino que ele não consiguirá manter uma postura neutra por muito tempo.
– A cena em que Ahmad conversa sobre seus planos com Mei Lin é brilhantemente dirigida. Não existe forma melhor e mais acertada de mostrar a obscuridade dos dois personagems.
– A pressão para gerar um herdeiro já está tomando conta da princesa Kokachin, mas essa não é a única coisa que a incomoda. Os sentimentos por Marco Polo ainda estão presentes e podem atrapalhar seu relacionamento com Jingim.
E o que você achou desse episódio? Como acredita que a morte do menino vai perseguir Khan? Deixe seu comentário!