Lullaby teve Ahmad no centro dos seus eventos. É impressionante a influência dele em todos na corte, inclusive nas pessoas que trabalham nela – vide que um dos guardas foi prontamente e bem satisfeito contar o que sabia sobre a fatídica noite em que o cavalariço entrou no quarto e engravidou Kokachin – chancelado pela Imperatriz.
Sem muita surpresa, o único que permanece alheio à todo esse poder é Marco, afinal ele é o herói e protagonista da série – mesmo sem ainda não estar centralizando os acontecimentos desta temporada. Ele não só confronta Ahmad sobre suas posições na frente da corte toda, como se intromete sem medo nas questões que dizem respeito ao vice-rei. Desde a primeira temporada, o filho pródigo do Khan vem jogando para que as coisas aconteçam como ele deseja e que tudo culmine na cena que ele pintou naquele painel.
O motivo de todo esse ressentimento começou a ser explicado em Let The God’s Work Begin: Sua tribo foi atacada quando ele era pequeno e sua mãe morta na sua frente pelos soldados do Khan. Ou seja, ele foi forçosamente levado para o pai e madrasta, que o criaram com todo conforto e educação. Em um flashback vimos como Ahmad era diferente, menos duro e mais inocente. As cenas de carinho entre ele e os pais deixam latente que ele não conspirou contra Kublai toda sua vida, mas o que o transformou no homem que ele é?
Como Ministro das Finanças, ele viajou pela rota da seda e ao cobrar impostos de uma cafetina, ela Lhe oferece suas garotas. Uma delas possui os mesmos traços orientais de Ahmad e é com ela que ele decide ficar para perdoar a dívida do cabaré. O problema é que depois de transarem, eles conversam sobre as suas tribos de origem e ela divide o fato de Khan ter ceifado a vida do marido e do filho, religando o seu laço com o seu doloroso passado. Some-se à isso a canção que ela canta, dizendo ser uma composição para o filho morto. Restou em mim a dúvida se aquilo não se tratava de uma alucinação, mas não resta dúvidas que foi o momento que todo ódio pelo Khan que ele havia guardado abriu-se como uma caixa de pandora.
Ahmad também se moveu por mais dois núcleos, não só como Vice-Rei do Khan. Depois de saber que Mei-Lin havia servido à lascívia do pai – e que este desejava levá-la para Xanadu – ele se revolta e, como vingança, avisa que vai tirar a filha da proteção do seio de imperatriz e entregá-la como moeda de troca para Nayan. O embaixador cristão não apareceu em Lullaby, mas seu nome circulou como fator importante à balança da eleição – mal sabem todos que agora ele está jogando nos termos do Papa.
Se utilizando da sua posição como filho, o Vice-Rei consegue também fazer com que Chabi volte atrás em sua decisão. Vale lembrar que ele está com a faca e o queijo na mão, pois sabe que muito provavelmente o filho que Kokachin espera é do rapaz dos estábulos que foi morto pela imperatriz. Por seus épicos contornos, é difícil não comparar Marco Polo com Game of Thrones e a figura onipresente de Ahmad em lembra muito o Mindinho, respeitando – é claro – a enorme diferença de carisma dos dois. Os dois são responsáveis por movimentar a trama, armando golpes e fazendo maquinações para conseguir ascender ao poder e, tudo isso sendo movimentado por causa de um passado traumático.
Mas Marco Polo provavelmente vai se provar uma bela pedra no caminho de Ahmad. O latino está em uma boa posição junto à Kublai, mas perde a corrida ainda por ser um forasteiro e não dividir o “estimado” laço de sangue com o seu soberano. Mas ele pescou que tudo que o filho do rei faz parece preparar o caminho para algo mais à frente. Pelo menos ele está se mostrando perspicaz, pois até quando as atitudes de Ahmad passariam despercebidas, camufladas pela sua posição de filho e vice-rei. 100 Olhos também acredita que a especulação de Marco possa ter algum tipo de razão, tendo em vista forma com que esse se posiciona quando os dois debatem durante o treinamento.
Marco parece saber que Mei Lin possui uma relação que vai alem de sexual com Ahmad. Ambos dividiram momentos muito bons quando escoltaram o pequeno imperador chinês e ela sabe da retidão de Marco depois dele se prostrar diante do Khan e da corte sobre a honra de uma mulher que anteriormente tentou assassinar a imperatriz, e representa uma parte da própria China dentro do palácio. Ela aconselha que ele vá embora, confirmando que ainda tem muito mais azeite nesse dendê que ele mesmo acredita. Depois de ouvir a intenção do amante de entregar sua filha aos cães, ela decide parar de deixar mensagens subliminares e leva o Latino para ver o que seria a maior prova das intenções de Ahmad – porém, é claro, o painel não estava lá.
Ainda não há como saber como Marco vai confirmar as suas suspeitas e eventualmente expor Ahmad. Mas por enquanto ele está na dianteira, pois impressionantemente tudo está correndo como ele deseja. Seu pai seguiu com uma ínfima guarda para o Kurutai, o exército em peso vai cair sobre as cidades no sul da China para sufocar os rebeldes, seu irmão Byamba está em uma posição não muito agradável na infantaria do Khan e Chabi partiu com o marido, levando Kokachin. Ou seja, ele está como pinto no lixo para mandar e desmandar como substituto do rei mongol.
Falando nos rebeldes, finalmente eles se movimentaram para atacar o governo do Khan. Em um violento atentado, eles feriram diversos Mongóis e mandaram uma mensagem de que o povo da China não vai se curvar ao Khan. Lotus continua circulando facilmente nos lugares, e procura Mei Lin para restabelecer a parceria delas para derrubar o Khan. A rebelde quer trazer 100 Olhos para sua causa, porém ainda não entendi muito bem a relação entre eles. Provavelmente ela o conhece do seu passado e também está ambientada ao treinamento Kung Fu, mas qual motivo teria ela para se emocionar daquele jeito? Será que é por ver um conterrâneo como ele preso dentro da corte? Afinal ele personifica também as tradições da China. A sequência entre os dois foi muito bonita e me lembrou que eu quero ver mais luta em Marco Polo.
Alguém entendeu a aparição repentina da verdadeira Kokachin? Simplesmente ela apareceu lá bem viva – a princípio eu achei que fosse um tipo de visão por conta da crescente Paranoia por causa do bebê, mas não, a verdadeira Princesa Azul está viva e querendo a sua posição de volta. Isso provavelmente vai representar uma virada interessante, pois envolve não só a ex-serva, como também a Imperatriz – que deixou claro saber a ascendência nada nobre da nora.
– Observação: Vai ser só por aquele ritual que Kaidu vai conseguir ganhar do Khan? O migo entrou na vibe de festa junina de interior e caminhou sobre as brasas. Provavelmente toda essa magia vai tirar dele o espírito diplomático, que estava inclusive cogitando a abandonar a disputa em prol da sua família.
Chegamos a metade da maratona? O que você está achando? Fique a vontade para dividir conosco!
