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Mulheres poderosas na Comic-Con 2012

Por: em 15 de julho de 2012

Mulheres poderosas na Comic-Con 2012

Por: em

Nem só sobre séries, quadrinhos e filmes é a Comic-Con. No paraíso dos nerds pode haver também grandes discussões sobreo papel das mulheres na cultura pop.

O painel promovido pela EW (Entertainment Weekly), “Powerful Women in Pop Culture“, contou com a presença das atrizes Kristin Kreuk (Beauty and the BeastSmallville), Nikki Reed (Twilight, Breaking Dawn), Sarah Wayne Callies (The Walking Dead), Anna Torv (Fringe), Kristin Bauer van Straten (True Blood), e a convidada surpresa, Lucy Lawless (Spartacus) num painel moderado pela crítica de TV Lynette Rice, da EW.

As atrizes comentaram sobre suas expectativas de trabalho, empecilhos que enfrentam e sobre como o cenário está mudando, aparecendo sempre mais papeis importantes para as mulheres na televisão e no cinema. Um assunto constante durante o painel foi sobre imagem corporal, que infelizmente ainda é muito importante para as mulheres, não só na TV e Cinema, mas em todas as áreas.

A ideia inicial era discutir temas femininos com mulheres que redefiniram regras sobre os trabalhos e personagens que as mulheres interpretam hoje em dia. O painel é livre e estas poderosas mulheres falaram muita coisa interessante, tomara que todos tenham escutado bem.

Anna Torv fala que se hoje as mulheres conseguem ser estrelas de suas séries ainda tem muita coisa para ser mudada. Para cada papel principal desempenhado por uma mulher, tem 5 homens coadjuvantes juntos, é preciso ser repensado rápido essa necessidade.

Nikki Reed apontou, acertadamente, durante o painel que as mulheres sofrem muito mais pressão nesse ponto do que os homens, e que estariam mentindo se todas elas não tivessem pensado nisso, e conta que houve momentos específicos em sua carreira em que lhe falaram muito mais coisa (sobre a aparência) do que deveria ter sido dito, e que isso afeta não só sua o seu trabalho, mas as escolhas que fazem e sua vida pessoal. E “todas poderíamos passar sem isso”.

A atriz foi bem certeira nessa questão e a plateia (e eu) a aplaudiu muito por dizer isso,  porque nós mulheres sempre temos a aparência levada em conta quando não devíamos.  Muitas vezes escutamos que não somos bonitas (ou magras, ou loiras, ou gostosas) o suficiente, ou então somos bonitas (ou delicadas) demais para o trabalho, ou coisa que o valha. Infelizmente ainda temos que lidar muito com nossa aparência e provar que conseguimos isso e também sermos mais competentes que os homens para poder competir (quem disse que precisa ser uma competição?), enquanto os seres do sexo masculino não sofrem essa pressão.

“Eu passei a primeira parte da minha carreira sem que ninguém acreditasse que eu poderia ser inteligente ou forte”, afirma Straten.

Todas as mulheres no painel admitiram que pensam todo dia na pressão para continuarem magras e dentro desse padrão estético. Até que ponto esses problemas afetam as escolhas dessas lindas mulheres?

Kristin Kreuk conta que quer em algum ponto do seu futuro parar de atuar para cuidar somente da sua produtora, Parvati Creative Inc., e que então poderá parar de atuar em todos os maravilhosos filmes bobos e começar a fazê-los. Poderá fazer os filmes que tem as mulheres como centro, onde poderão contar suas histórias.

Todas as atrizes presentes concordam que houve uma melhora grande nos papeis femininos, principalmente na televisão, e não tanto no cinema, é unanime a necessidade de que elas também tenham maior participação em outras áreas, como diretoras ou roteiristas, e também na criação. Não vemos muitas mulheres criando séries e filmes por aí né? Aparecem algumas diretoras na tv, mas ainda há muito poucas.

Sarah Callies diz que já ruim o bastante ver mulheres sendo desprezadas, mas que ver as próprias mulheres bringando entre si é pior. “Temos todas que ser camaradas”. Provavelmente é uma solução, não é mesmo?

Anna Torv em determinado momento de uma resposta (que não tinha nada a ver com o assunto) diz que ama a Pam! Falaram também sobre outras mulheres a quem admira, como Cate Blanchet, Lena Dunham e a mais amada, Sigourney Weaver, para quem a atriz Lawless já escreveu uma carta de fã. Elas admiram como Weaver ajudou no processo de trazer mais mulheres para grandes papeis na TV e no cinema. Terminam agradecendo à atriz.

As atrizes também responderam perguntas sobre outros assuntos, e o vídeo abaixo mostra a Anna Torv respondendo sobre o fim de Fringe, sobre como é fazer alguma coisa durante tanto tempo e saber que vai acabar, e ao final dele ela faz uma brincadeira e diz que não sabe como a série vai acabar.

Lucy Lawless comentou sobre sua prisão em fevereiro ao protestar contra um derramamento de óleo na Nova Zelandia, e que ainda espera uma uma sentença, e fala que é realmente culpada, culpada por tentar salvar o planeta.

Comic-Con não é só sobre spoiler afinal, pode abordar assuntos sérios, mas estas atrizes além de conseguirem grandes papeis e arrastarem milhares de fãs por onde vão, conseguem falar sobre a vida, sobre como é encarar novos projetos, lutar pela natureza, usar péssimos figurinos e o tema não se desgastar.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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