O penúltimo episódio da temporada teve um ritmo bem diferente do que foi apresentado até aqui. Houve sangue, explosões, algumas reviravoltas, mas tudo soava de um jeito novo, quase estranho. Todos os núcleos pareciam acompanhar o estado de espírito de Pablo, introspectivo, discreto, contido. Porque mesmo que não interaja com muitos dos personagens, Pablo sempre foi o responsável por dar o tom da série.
Sem aliados, praticamente sem dinheiro e impossibilitado de entrar em contato com a família, a única coisa que restou a Pablo foi procurar ajuda com seu pai. Uma fazenda simplória, e uma vida distante tanto do luxo quanto do perigo que sempre rondaram o filho. Foi um exílio curto, mas necessário para que Escobar cicatrizasse algumas feridas, digerisse os sapos que teve que engolir e tomasse fôlego para uma última tentativa de lutar, de começar novamente. Apesar de ter recebido o filho em um momento de dificuldade, ficou claro que o pai não concordava com o que ele fazia para ganhar a vida, por isso se mantinha afastado. Também ficou claro que isso é uma mágoa que Pablo sempre levou. Na sua cabeça, ele fez coisas grandiosas e que seriam motivo de orgulho para qualquer pai. Ele colocou sua família na historia, se tornou um homem de quem ninguém esqueceria. E nada foi suficiente para ganhar a admiração de quem mais importava.
Com Escobar fora do circuito, Los Pepes também anunciaram a “aposentadoria”. Pelo menos, oficialmente. Mas a disputa entre eles estava apenas começando, e Judy foi a primeira a ser descartada do grupo. Depois do atentado, ela resolveu usar a última carta que tinha na manga: Peña. Era só uma questão de tempo até que ele fosse pressionado por causa das decisões que tomou, mas pelo menos aquele acordo beneficiaria as duas partes de alguma forma. Judy tinha informações preciosas sobre a operação do Cartel de Cali, e Peña poderia dar a proteção que ela precisava para sobreviver naquele momento. O que nenhum dos dois esperava era a virada do jogo que aconteceu em seguida, com Moncada sendo forçada a denunciar Javier para a imprensa americana.
Outra virada inesperada foi a de Limón e Maritza. Ao descobrir que as últimas reservas de dinheiro de Pablo tinham apodrecido enterradas, ele foi atrás da amiga de infância para recuperar o dinheiro que Escobar deu pela suposta ajuda na execução de Carrillo. Maritza subestimou a relação que Limón construiu com Pablo, e imaginou que poderia discutir com ele de igual para igual, como sempre fizeram. Mas as coisas não eram as mesmas, Limón não era o mesmo, ele era o único que restava para proteger e zelar por Pablo, então não poderia deixar no ar a dúvida se Maritza realmente o denunciaria ou se estava blefando. A verdade é que ambos estavam mortos desde o dia em que transportaram Escobar no porta-malas do táxi, o que veio depois foi só um adiamento dessa condição.
Algumas observações:
– Pablo podia ter enterrado o dinheiro dentro de uns sacos plásticos bem fechados, ou em uma caixa de chumbo. Mofar meio milhão é triste.
– Considerando o novo físico de Escobar, acho que dá pra dizer que alimentos orgânicos podem até ser mais saudáveis, mas não são lá muito “fitness”.
– Não entendo muito de crianças, mas achava que um bebê do tamanho da Salome já se assustaria com a mãe morrendo do lado. Ela estava bem de boas.
– Pablito está de volta a Medellín! Mas será que foi uma boa ideia?
Falta apenas um episódio! Como você acha que termina a saga de Escobar? Deixe seu comentário e continue acompanhando a nossa maratona no Apaixonados por Séries.
