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Orgulho e Preconceito

Por: em 24 de março de 2010

Orgulho e Preconceito

Por: em

“É uma verdade universalmente conhecida que um homem solteiro na posse de uma bela fortuna deve estar necessitando de uma esposa.”

É assim que começa Orgulho e Preconceito (Pride and Prejudice), o grande clássico de Jane Austen e é assim que, de certa forma, também começa a série britânica homônima da BBC, com seis episódios, produzida em 1995.

A série, tal qual o livro, conta a história da família Bennet: o Sr. e Sra. Bennet e as suas cinco filhas, Jane, Elizabeth, Mary, Lydia e Kitty. Elizabeth, protagonista dessa história, é independente, sagaz, e só perde em beleza para Jane, a mais velha e mais serena das irmãs Bennet. As duas se vêem levadas ao convívio da mais nova e nobre família vizinha, os Bingley, irmão e irmãs, na companhia de um amigo talvez não tão nobre em seu caráter, o Sr. Darcy. Claro, nem sempre as coisas são como aparentam.

Muitos outros personagens inesquecíveis completam a história, entre eles, o Sr. Collins, primo distante que herdará as terras da família (já que não há herdeiros homens); Lady Catherine, benfeitora do Sr. Collins, uma mulher distinta, respeitada e intragável; Wickham, jovem integrante da milícia sediada no vilarejo; Caroline Bingley, irmã do Sr. Bingley, disposta a arranjar um excelente casamento para si e seu irmão; e Georgiana, a tão jovem e tímida irmã do Sr. Darcy.


Orgulho e Preconceito se passa na Inglaterra vitoriana, uma época em que moças pobres corriam o risco de morrerem solteiras por falta de dote e jovens casadoiros procuravam suas futuras esposas em famílias dignas e de preferência bem afortunadas, quando não na sua própria. Uma época na qual quem viva na capital muitas vezes realizava trabalhos simples vistos como indignos, e o interior era habitado pelas famílias nobres e suas grandes mansões, e pelos mais pobres, com suas pequenas propriedades rurais afastadas dos vilarejos. Um tempo em que o orgulho não deixava de ser uma virtude, e o preconceito uma necessidade.

A série, como não poderia deixar de ser, não é tão boa quanto o material original de Jane Austen, mas a diferença, frente à fidelidade da adaptação, é pequena. Ao contrário do filme de 2005, estrelado por Keira Knightley, corrido e tedioso, conseguindo o incrível feito de tornar a obra de Austen desagradável aos olhos de quem a conhecer através dele. O longa tem apenas duas horas e é excessivamente fiel, parecendo não cortar um momento sequer do livro. Faltou coragem (e talvez liberdade) a quem adaptou o material, que para caber em um filme de apenas duas horas, teria que ter ao menos uma de suas tramas totalmente cortada.

A série é grande responsável por revelar ao mundo o ator britânico, indicado ao Oscar, Colin Firth, intérprete do enigmático (e desejável) Sr. Darcy. Colin inclusive é um dos protagonistas de O Diário de Bridjet Jones, que pode ser encarado como uma releitura moderna do livro de Austen. É uma homenagem assumida, tanto que o protagonista do livro de Helen Fielding também se chama Darcy, há ainda citações ao clássico, e as duas principais tramas dos dois livros de Bridget Jones são adaptações claras dos das duas maiores tramas de Orgulho e Preconceito. Entre os extras do DVD de Bridget Jones: No Limite da Razão, há inclusive uma pequena brincadeira com a confusão de Colin Firth interpretando os dois Darcys.  Bridget aparece entrevistando Colin Firth, ator que interpretou o Sr. Darcy na série, e é “coincidentemente” muito parecido com seu namorado!

Mas, antes de apostar na série, vale sempre a pena conhecer o livro, que não tem nada de chato, ao contrário do que muitos possam imaginar. Tal qual a série, Orgulho e Preconceito, o livro, é cheio de vida, charme, sagacidade e sarcasmo típicos de sua protagonista, Elizabeth Bannet. Para quem se interessar, o livro está a venda na Fnac, e a série, está fora de catálogo no Brasil, mas de acordo com os boatos deve ser relançada em breve, está a venda exclusivamente na Livraria Cultura (obrigada Lourdes!).

O relançamento da série se deve muito ao fato de que Jane Austen está na moda. Recentemente a sua obra passou a domínio público e desde então diferentes versões da história de Elizabeth Bennet e suas irmãs vem tomando o mundo. A mais famosa talvez seja Orgulho e Preconceito e Zumbis, livro aparentemente trash que vem recebendo boas críticas pelo mundo e está sendo lançado no Brasil essa semana. Se interessou? O primeiro capítulo está disponível aqui.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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