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Reprodução/BBC America

Orphan Black – A última temporada

Por: em 14 de agosto de 2017

Orphan Black – A última temporada

Por: em

Sestras, é hora de dizer adeus! O clube das clones se reuniu pela última vez e podemos dizer que o final foi bem satisfatório. A quinta e última temporada teve lá seus altos e baixos, mas foi concisa em levar a história a um encerramento, aparando as arestas e culminando, finalmente, com a liberdade de todas as clones. Ou de quase todas.

As sestras reunidas/Reprodução BBC

Ao longo de dez episódios, entendemos como surgiram os projetos Leda, Castor, a Neolution e toda a mitologia envolvendo PT Westmoraland, Susan Duncan e Virginia Cody. Mesmo que em alguns momentos tenha sido maçante ficar vendo os diálogos entre eles, a explicação era essencial sim para que não ficassem dúvidas e a história fizesse sentido. Critico, porém, o tempo que foi perdido mostrando a comunidade criada na ilha, ainda que fosse necessário para que Cosima descobrisse toda a farsa do homem imortal que Westmoranland criou. Queremos saber sobre as clones, não sobre essas pessoas de quem nunca ouvimos falar, não é mesmo?

Falando sobre as clones, Tatiana Maslany trabalhou como nunca nessa temporada. Sarah, Helena, Alison, Cosima e Rachel sofreram para finalmente conseguirem se livrar de toda a loucura envolvendo sua criação. Sem contar as participações importantes de Krystal e MK para desenvolver a história. Então falaremos de cada uma delas separadamente.

Sarah

Sarah Manning/Reprodução BBC America

Sarah sempre a foi a personagem central de Orphan Black. A história começou com ela encontrando Beth, assumindo sua identidade e saindo em busca de respostas, então nada mais justo do que ser ela o centro da ação nessa temporada final.

Sarah passou a vida fugindo, muitas vezes sem entender exatamente o porquê. Kyra, em um dos momentos chave dessa quinta temporada, se recusa a fugir e mostra para a mãe que é preciso enfrentar a situação de uma vez por todas. A menina prefere se submeter aos experimentos da Neolution e conviver com Rachel, o que Sarah é incapaz de compreender num primeiro momento, mas vai aceitando ao perceber a sensibilidade da filha. Kyra, por ter uma ligação tão forte com as clones, sempre soube que Rachel ficaria ao lado delas no final.

A garota rebelde teve um dos melhores desenvolvimentos da série, crescendo ao assumir responsabilidades a cada temporada. Ela se abriu e criou laços de amor com suas irmãs e seu irmão adotivo Felix. Mas mais importante do que isso, foi capaz de compreender os motivos da sua mãe, Siobhan. Até por isso, a morte da mãe teve ainda mais impacto. Foi doído ver como ela não conseguia lidar com o luto, preferindo assumir a Sarah modo soldado, sempre lutando contra seus inimigos.

Eliminados os inimigos, o que sobrou para ela? Seus medos e inseguranças, que víamos muito nas primeiras temporadas, voltaram com força total. Ela não daria conta de ser mãe e sustentar sua filha. Cheguei mesmo a pensar que ela fugiria novamente, mas suas irmãs não deixariam isso acontecer. A cena com as clones reunidas no chá de bebê da Helena aqueceu o coração dos fãs e nos deu a certeza de que elas estarão sempre unidas. Só fiquei imaginando o trabalho que deu para gravar aquela cena. Um milhão de horas gravadas só com Tatiana!

O cartão que ela encontrou de Siobhan, dizendo que poderia demorar, mas aquela casa seria um lar, fez todo o sentido. Por fim, Sarah saindo com Kyra e Felix para um passeio na praia foi o resumo de tudo o que ela sempre quis.

Helena

Helena/Reprodução BBC America

A clone mais maluca, e uma das mais amadas pelos fãs, não poderia ter uma jornada mais cheia de aventuras. Ficamos sabendo um pouco mais sobre sua história e como foi criada para ser uma máquina de matar clones. Ela acreditava ser diferente – a clone original -, mas descobriu ao longo do tempo que era apenas mais uma. O encontro com as irmãs, no entanto, fez com que ela se sentisse parte de uma família finalmente, ainda que de maneira torta.

Em certo momento, depois da traição de Mark e sequestrada pela Neolution, Helena chega a pensar em desistir porque não se sente merecedora de ser mãe e nem capaz de cuidar dos seus bebês. Mas ainda bem que os roteiristas não foram em frente com a ideia de matar a personagem e ela acabou sendo salva por Sarah e Arthur. E ainda vingou as irmãs e a os Castor ao matar Virginia Cody.

Ela cuidando dos bebês foi bem divertido. A cara dela chamá-los de laranja e roxo, diferenciando cada um por um par de meias coloridas. E claro que seus nomes não poderiam ser outros do que Arthur e Donnie, os dois homens que a ajudaram em sua jornada. Se algum dia os criadores de Orphan Black quiserem fazer um spin-off, voto para que seja uma comédia sobre a vida de Helena, Alison, Donnie e as crianças. Eu assistiria!

Alison

Alison Hendrix/Reprodução BBC America

Depois de matar a melhor amiga achando que ela era uma espiã da Neolution e virar traficante de drogas, Alison precisava de um descanso. E é claro que ela buscou fazer isso da maneira mais Alison possível: um retiro espiritual maluco, um corte de cabelos radical e um novo hobby – sai o artesanato e entram os teclados.

Alison sempre quis ter controle sobre tudo, incluindo a vida dos filhos e do marido. Descobrir que era um clone não fazia exatamente parte dos planos de vida dela. Nos flashbacks dessa última temporada, vimos que ela tentou a todo custo evitar o encontro com Beth, numa tentativa desesperada de manter as coisas como eram. Cômico, claro, mas também muito explícito sobre a sua personalidade. Como as irmãs, ela sempre teve uma sensação de inadequação ao mundo, mas seu modo de lidar com isso era estar no comando.

Senti falta de mais espaço para a clone nessa temporada, mas ainda assim fiquei satisfeita com o encerramento da sua história. Depois de tantos percalços, nada melhor do que ver que ela e Donnie seguem sendo um casal unido e meio doido. O striptease dele no final foi engraçado e bizarro ao mesmo tempo, o que resume bem os personagens.

Cosima

Cosima/Reprodução BBC America

Cosima conseguiu tudo o que queria: encontrou a cura para as Leda, livrou as irmãs das garras da Neolution e encontrou o amor nos braços da Delphine. Nada mais do que justo. Mesmo em seus momentos mais difíceis, enfrentando a doença causada pela mutação genética, ela sempre esteve a frente dos acontecimentos e foi uma das que mais contribuiu para a liberdade das clones.

Seu tempo na ilha dos horrores de Westmoraland foi fundamental para desvendar os mistérios que ainda envolviam a criação das clones e também para salvar Kyra de ser mais um experimentos desses cientistas mal intencionados.

Com a ajuda de Felix, descobrimos que são 274 as clones do projeto Leda, espalhadas pelo mundo todo. Cosima e Delphine saíram em busca delas, para levar a cura, e a última vez que a vimos estavam na Colômbia. Bem que poderiam estar no Brasil, não é mesmo? Ficamos sabendo que há 14 clones por aqui e já queremos conhecê-las!

Rachel

Rachel Duncan/Reprodução BBC America

Sempre senti mais pena do que raiva da Rachel, porque ela foi criada dentro da Neolution, certa de que era uma clone especial. Descobrir que era só mais uma não foi nada bom para ela e ainda tenho pesadelos com aquela cena dela arrancando o olho espião. Sério, o que foi aquilo?

Rachel se redimiu de suas maldades ajudando a salvar Kyra e dando as informações necessárias para acabar de uma vez por todas com a Neolution, mas pagou um preço alto por isso. Além de ter ficado sozinha, ainda tem que se esconder dos inimigos que criou fazendo isso. Ainda assim, foi mais uma vez magnânima ao entregar a lista de clones para o Félix.  Ao dizer para ele que a última coisa que quer é encontrar com pessoas que tenham a mesma cara que ela, demonstra o que sempre quis: ser um indivíduo, não um número de série.

Outros personagens

  • Krystal teve um papel importante nessa última temporada, ao ajudar as clones a descobrir os envolvidos com a Neolution e encontrar Kyra. Além de ser um alívio cômico, a esteticista também serviu para mostrar a versatilidade de Tatiana Maslany em compor personagens tão diferentes uma das outras
  • MK teve uma morte horrível e muitos fãs lamentaram a perda da personagem. Achei triste sim, mas ela nunca foi exatamente do clube, não é mesmo? Teria sido muito mais chocante se fosse uma das principais.
  • Ferdinad matou MK e Siobhan, mas foi morto também pela mãe de Sarah. Uma cena tensa e muita bem feita, que dosou bem a ação e a emoção.
  • Siobhan morreu, mas cumpriu o seu propósito de vida: livrar Sarah e suas irmãs das garras da Neolution. Foi triste e eu preferia vê-la indo para a praia com a sua família, mas fez todo o sentido para a série.
  • Félix passou boa parte da temporada buscando respostas fora do país e teve uma participação reduzida nessa última temporada. Uma pena, porque é uma dos personagens mais queridos de Orphan Black. Por outro lado, teve um final feliz ao lado do namorado e o merecido reconhecimento como artista.
  • Arthur quase não apareceu nessa temporada, mas foi fundamental no regate de Helena e oficialmente já é parte da família
  • Susan Duncan já foi tarde, assim como Mark e toda linhagem Castor, uma bela bola fora da série, aliás.

E vocês, o que acharam do final de Orphan Black? Sentirão saudades das clones e da interpretação fantástica de Tatiana Maslany? Deixem seus comentários! Lembrando que os criadores da série não descartam a possibilidade de fazer um filme sobre a série no futuro, então pode ser que ainda veremos as sestras!


Thais Gonzaga

Jornalista, mãe, apaixonada por séries desde a época da Sessão Comédia, Gosto de dramas que emocionam e de comédias inteligentes. Também sou fã dos seriados de super-heróis.

São Bernardo do Campo, SP

Série Favorita: Outlander

Não assiste de jeito nenhum: The Blacklist

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