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Outcast

Por: em 26 de maio de 2016

Outcast

Por: em

Outcast é uma série que estreia com um grande peso sob os ombros. Desenvolvida por Robert Kirkman, criador de The Walking Dead, a produção chega com a responsabilidade de reproduzir o mesmo sucesso da adaptação da AMC de uma série de quadrinhos de Kirkman. Além disso, o canal Cinemax comprou Outcast do autor antes mesmo do quadrinho ser publicado e já renovou a série para uma segunda temporada antes de sua estreia – que estava prevista para o dia 03 de junho, mas já está disponível para streaming. Por isso, me sinto na obrigação de adiantar que Outcast responde às expectativas até mesmo do fã mais otimista e consegue seduzir aqueles que não estão envolvidos com a HQ.

O episódio piloto, intitulado de A Darkness Surrounds Him, introduz Kyle Barnes (Patrick Fugit), um homem que é amaldiçoado por uma possessão desde a infância e agora, tem que enfrentar os demônios que sempre o perseguiram. Mas Kyle tem que lidar com problemas que extrapolam as forças sombrias e, desde o primeiro momento que aparece na série, é evidente que ele não tem capacidade para resolver o que está errado em sua vida.

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A casa de Kyle é uma bagunça e espelha o momento em que o protagonista se encontra. Solitário e, provavelmente, depressivo, Kyle não consegue manter as necessidades básicas para sua casa, como água e compras, e conta com a ajuda da sua irmã, Megan Holt (Wrenn Schmidt), para ter o mínimo de humanidade que precisa.

Esse aspecto melancólico da vida do personagem é muito interessante para a série, pois garante que Kyle terá uma longa jornada para enfrentar seus problemas e derrotar os demônios que podem aparecer em seu caminho. E Outcast faz um trabalho intrigante ao lentamente juntar as peças que compõe o drama do protagonista – dos abusos sofridos quando criança ao fracasso do seu casamento.

Para isso, o tom intimista e tenso estabelecido desde a impressionante sequência de abertura é essencial. O piloto escrito pelo próprio Kirkman e dirigido por Adam Wingard (conhecido por The Guest e You’re the Next, e responsável pela adaptação de Death Note para a Netflix) domina todos os clichês de terror – o clima de Rome, a tradicional cidade pequena que compõe os filmes do gênero; a câmera que se aproxima ou se afasta lentamente anunciando “problema”; a criança que é possuída; a água benta; a cruz – mas a ignorância de Kyle diante desse universo garante originalidade. Outcast é uma série sobre exorcismo, mas seu exorcista não é treinado para isso. 

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Kyle descobre a possessão que abre o episódio por acaso. Duas senhoras comentam de forma maliciosa com o personagem sobre Joshua e ao pedir orações fazem uma comparação com o que a mãe de Kyle enfrentou. Sem entender muito porque a situação chama a sua atenção, Kyle oferece ajuda ao reverendo Anderson (Philip Glenister), que luta sem muito sucesso contra o demônio do menino.

Mas se Kyle não sabe porque deve estar com Joshua, o demônio certamente conhece o protagonista e entende sua presença ali. De qualquer forma, Kyle desvenda aos poucos como lutar contra o espírito e derrotá-lo. Essa cenas são pertubadoras e violentas, como se esperava de Outcast; e elas funcionam e chocam na produção.

Outcast terá dez episódios exibidos pela Cinemax nos Estados Unidos e simultaneamente pela Fox no Brasil. Já conferiu o piloto? Pretende assistir? Deixe seu comentário e acompanhe as reviews da série!


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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