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Personagens idosos têm menos de 10% das falas na televisão, diz estudo

Por: em 15 de setembro de 2017

Personagens idosos têm menos de 10% das falas na televisão, diz estudo

Por: em

Divulgação/HBO

Na primeira temporada de Grace and Frankie, vemos as personagens principais tendo um pequeno ataque de nervos na fila do mercado depois que os funcionários do local as ignoram – principalmente em favor de clientes mais jovens (veja cena aqui).

Algo parecido acontece no mundo da televisão. Segundo um estudo da USC sobre mídia, diversidade e mudanças sociais, em parceria com a compania de seguros Humana, personagens com 60 anos ou mais representam somente 9,4% dos personagens com fala e 8,2% de personagens regulares, abaixo dos 19,9% da população norte-americana, de acordo com o último censo.

A pesquisa examinou um episódio das 50 séries mais populares da TV aberta e TV a cabo da temporada de 2016-2017 entre espectadores entre 18 a 49 anos, assim como os 50 shows mais assistidos entre as pessoas de 65 anos e acima. Isso resultou em 28 séries em comum e um total de 72 programas.

Dezesseis dos 72 episódios pesquisados não tinham personagens idosos com falas e 38 não tinham mulheres idosas em tela. Dos 151 personagens idosos com fala, 27,8% eram mulheres. Quase três-quartos eram brancos, 14,6% negros, 6,6% latinos, 1,3% asiáticos e 5,3% mestiços ou outras etnias. Nenhuma das séries tinham uma personagem feminina idosa asiática com falas, enquanto as idosas latinas estavam presentes em somente duas séries. As idosas negras estavam em seis.

Foram contabilizados um total de 48 personagens regulares LGBT. Os idosos contabilizaram por quatro: dois homens bissexuais, um homem gay e uma mulher trans.

O estudo também analisou aspectos da vida dos personagens. Os idosos com emprego representam 70% do total, com as mulheres menos associadas por alguma ocupação do que os homens (62,8% contra 73,9%). Idosos não-caucasianos eram mostrados mais frequentemente com trabalho do que os brancos (74,5% contra 69,4%).

Sobre a posição no trabalho, 29 idosos (sete deles não-brancos) foram mostrados como presidente, secretário de estado, políticos, juízes, médicos, policiais, bombeiros, generais e donos de petrolíferas. Seis idosas entraram na lista, incluindo duas juízas, uma administradora de hospital, uma diretora da CIA e Lady Olenna Tyrell, de Game of Thrones (a única mulher em alto escalão na política).

Em relação à saúde, dos 154 personagens analisados, 12 (todos brancos) tinham algum problema de saúde e nove morreram na série. Vinte e quatro personagens foram mostrados como avós e avôs e 47,1% foram vistos usando alguma tecnologia como computador ou celular.

Por trás das câmeras, 12,6% dos 296 indivíduos envolvidos na produção das séries têm 60 anos ou mais. Onze dos 100 showrunners da amostra são idosos, sendo uma mulher e nenhuma pessoa não-caucasiana. Dezenove dos diretores tinham 60 ou mais anos, com somente duas mulheres e cinco (incluindo as mulheres) são não-caucasianos.

A pesquisa mostrou (obviamente) que ter showrunners ou roteiristas idosos na equipe diminui a possibilidade de ter algum tipo de discriminação etária nos roteiros.


Bianca

Feminista interseccional, rata de biblioteca, ativista, ama filmes, séries, cultura pop e BTS. Twitter sempre vai ser a melhor rede social.

São Paulo - SP

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Lost

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