Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Por que os atores do cinema estão fazendo TV

Por: em 17 de novembro de 2015

Por que os atores do cinema estão fazendo TV

Por: em

Desde a estreia de The Sopranos, em 1999, fala-se que a TV (principalmente americana) vive uma nova Golden Age. Diferente do cinema, onde quem “manda” é o diretor do filme, na TV há uma maior liberdade para a turma do roteiro. Showrunner e roteiristas são, na maioria dos casos, mais indispensáveis – algumas séries têm vários diretores convidados por temporada, enquanto a equipe que escreve costuma manter-se a mesma.

Cada profissional envolvido numa produção audiovisual tem sua importância – e não tenho intenção de ficar pesando quem é mais importante –, mas quem pensa e constrói a narrativa tem, a priori, o controle do que será falado. Claro, pensa-se estética, linguagem cinematográfica, quem e como vai atuar, dentre milhões de outras decisões que escapam da alçada de quem escreve; mas quem dá voz ao personagem, quem define quem ele será, tem um papel fundamental nas séries de TV. São essas pessoas que criam os personagens que amamos e continuam cultivando nosso amor. Concorda que a relação que temos com personagens de séries é diferente da com os do cinema?

Atores do cinema
A TV explora as narrativas com maior profundidade. E com essa afirmação não faço juízo de valor, não quero dizer que o cinema é pior por conta disso, é apenas uma questão de viabilidade. É possível contar a história de Tony Soprano em 2 horas? Não, não é. Quer dizer, não é possível fazer com que nos identifiquemos com ele, que compreendamos sua profundidade – se é que seria viável mostrar qualquer profundidade – sem parecer forçado. É simples, não dá tempo. Séries têm episódios, temporadas, há tempo de sobra para criar longos arcos narrativos e explorá-los da maneira que quiser.

Arcos mais longos normalmente significam personagens mais bem explorados. Junte isso à liberdade que os canais por assinatura têm – de fazer o que bem entenderem – e temos a fórmula de sucesso das duas últimas décadas. Os canais abertos já estão melhorando e muito em termos de conteúdo, mas ainda estão distantes da maestria de uma HBO, por exemplo. Essa é a pioneira, mas não a única: Showtime (Dexter) e AMC (The Walking Dead, Breaking Bad) têm dado pouca, ou nenhuma, bola fora. Com acertos atrás de acertos, natural que a popularidade da TV e, como consequência, dos atores que nela atuam, aumentasse.

Antes, a televisão era o lugar que os atores iam para “morrer”. Ou então, era onde eles começavam ou davam sorte. George Clooney, Tom Hanks e tantos outros ganharam nome graças a ela. Atualmente estamos vendo o fenômeno inverso: atores migrando do cinema para as telas da TV. Há algumas décadas seria inimaginável ver um ganhador do Oscar de melhor ator estrelar, no mesmo período, uma série de TV – Matthew McConaughey ganhou o Oscar por Clube de compras de Dallas e protagonizou a série True Detective, da HBO.
Matthew-McConaughey
Além de McConaughey, que vive o auge de sua carreira (depois de muitos galãs de filme meia-boca, o ator finalmente encontrou seu lugar), só nesses últimos anos vimos outros atores fazendo TV sem deixar o cinema de lado: Bradley Cooper, fazendo aparições em Limitless e em We Hot American Summer, Elizabeth Banks e Paul Rudd também em We Hot American Summer; Maggie Gyllenhaal em The Honourable Woman, Eva Green em Penny Dreadful, Rachel McAdams, Colin Farrell e Vince Vaughn em True Detective, Terrence Howard em Empire, Viola Davis em HTGAWM e a (longa) lista continua.

As séries também deram espaço para o retorno triunfal de alguns brilhantes atores, ganhadores de Oscar, que haviam sido esquecidos pelo público e/ou pela academia: Jessica Lange, sempre maravilhosa em American Horror Story, Kevin Spacey em House of Cards, a incrível Jane Fonda em Grace & Frankie; além de Robin Williams, Kevin Bacon, John Malkovich, Claire Danes – estes últimos três sem Oscar, mas muito premiados –, entre muitos outros.
Danes_Fonda_Spacey
A TV criou a oportunidade para que os atores se reinventassem, para que tentassem coisas novas. A possibilidade de arriscar é maior na TV, assim como a de ter mais controle – o impacto do trabalho pode ser medido semanalmente, além de ser uma relação mais próxima com o público.

Esperamos ver ainda mais astros das telonas estrelando séries apaixonantes, e vocês?


Fernanda Faria

Adora fazer nada, mas faz tudo ao mesmo tempo. Viciada em séries de tudo quanto é tipo, guarda um espacinho maior no coração para as de temática transgressora. Precisa de uma bela pitada de humor pra viver.

São Paulo - SP

Série Favorita: Breaking Bad

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

×