Demorou, mas Jesse entendeu.
Foi preciso um tapa na cara de Cassidy e toda a situação envolvendo Eugene para que Custer tivesse uma consciência do quão perigosos são seus novos poderes. Vê-lo admitindo para a personificação de Eugene que apareceu para si que não cabe a ele julgar e que deveria devolver a Genesis é a prova definitiva de que a conversa com o vampiro no episódio passado surtiu mais efeito do que pareceu inicialmente. O Jesse dos primeiros minutos, implorando a Deus para que ele devolva Eugene e prometendo não usar mais a voz, é um Jesse bem diferente daquele que vinhamos acompanhado até então e é bacana ver essa mudança começando a acontecer.
Uma coisa legal disso é ver que, mesmo com consciência, Jesse não perdeu sua personalidade. Por mais que entenda as consequências do uso do Gênesis, ele ainda acha que de alguma forma pode ser o escolhido e que o poder não chegou ao seu corpo aleatoriamente. E essa teoria ganha força no momento em que Genesis volta ao corpo de Jesse, mesmo após Fiori e DeBlanc usarem o ritual para tentar tirar o poder de dentro do pastor. O que parecia ser uma aliança entre Custer e os anjos burocratas acabou saindo pela culatra e, depois dos acontecimentos, acredito que eles poderão agir de modo mais hardcore em sua tentativa de parar a entidade.
O episódio também aproveitou para nos mostrar um pouco mais da história de Odin Quincannon. As primeiras cenas nos levaram a um passado não definido, onde um Jesse criança assistiu a um Odin atormentado pela perde de toda sua família e exigindo que John Custer denunciasse alguém por aquilo. De certa forma, isso justifica a obsessão de Odin pela igreja, que se anteriormente parecia uma necessidade de comprar terras, agora encontra no passado uma explicação plausível para existir: Vingança. De alguma forma, Odin parece acreditar que o Custer pai poderia ter denunciado alguém pela trágica morte de sua família e vê no filho uma chance de acertar o que ele acredita ser uma dívida.
E ele encontra apoio em pessoas como Miles, que acredita piamente que tudo o que Jesse prega é uma fantasia (Colocar isso na cabeça de Emily não será fácil, já que ela se encontra cada dia mais encantada, embora nem ela mesmo saiba disso) e de Donnie, que já havia sentido na pele o que a Genesis era capaz de fazer. Danificar sua própria audição para que não fosse mais suscetível a influência do preacher foi uma ideia ousada, um tanto quanto suicida, mas que deu temporariamente a vitória a Odin e mostrou que o ódio de Donnie ao pastor era muito maior do que aquele aparentado na superfície.
O momento em que Odin toma a igreja e tenta fazer com que Jesse assine os papéis de transferência da igreja mostram um pouco aquilo que vinhamos comentando há algumas semanas: O Genesis se torna algo relativo porque cada um interpreta as “ordens” de uma forma. Na cabeça distorcida de Odin, tudo que ele estava fazendo era realmente seguir a um deus, o seu deus, que nem de longe é o mesmo deus que Jesse serve e prega a palavra aos domingos.
A nova ideia de Custer, de trazer Deus para a cidade de maneira literal, parece ser sua última cartada. A dois episódios do season finale, dever ser nisso que a série irá investir e eu estou bem curioso para ver a que rumos esse plano vai nos levar. Jesse vai mesmo atrás de Deus? Seria ingênuo acreditar que a Genesis funciona nele também… Enfim, de um jeito ou de outro, teremos que esperar pra ver.
Outras observações:
— Que lugar é aquele que Tulipa está e o que aconteceu com o pobre, lindo e inofensivo cachorro????
— E a a última cena? Alguém entendeu?
— Notícias do Cassidy seriam interessantes e bem vindas.
