Vamos compartilhar o sentimento da última summer finale!

Só deus sabe o quanto comecei a defender que Pretty Little Liars estava reerguendo sua narrativa durante esse começo da sua mais que confirmada, última temporada. Os leitores que acompanharam minhas opiniões durante esse período devem ter percebido o quão monótono foi a estréia, mas a qualidade dos episódios seguintes foram crescendo e, por tentar muitas vezes ignorar os absurdos que a série ainda insiste em exibir, ficou impossível defender o que aconteceu durante as últimas semanas e, agora, no fechamento da temporada 7A.

Vejam bem, continuo defendendo que PLL ainda se permite ter algumas qualidades que a fez durar sete anos e sairá de cena deixando sua marca, o misto de emoções e opiniões que deixou em cada telespectador que se propôs à sentar na frente da tela e acompanhar a história dessas cinco meninas. Diante disso, a conclusão que chego depois da primeira parte do fim dessa trama, é a decepção de que vários momentos constrangedores do roteiro e direção poderiam ser evitados, tornando a experiência dos últimos acontecimentos muito melhor, mas The Darkest Knight é recheado da famosa vergonha alheia.

Começamos por Hanna, que ainda decidida à provar que Noel era filho de Mary Drake e, portanto, A.D. resolve torturá-lo (gravando tudo no jeito torto de ser) e fazer um exame de DNA com o sangue dele para provar que sua teoria estava certa. Obviamente, ela não estava. Tudo bem que ela queria se vingar do fato de ter sido sequestrada e torturada, mas o que incomoda demais é o fato de que durante os cinco anos que passaram, Hanna Marin não amadureceu em nada. Continua impulsiva, indecisa e correndo para as amigas quando percebe que fez besteira, mesmo com todo o treinamento dado por Mona para ser uma bela mentirosa.

Não só esse erro com a personagem foi cometido, como também todo o seu relacionamento com Caleb. Era claro que em breve os dois se reconciliariam, a declaração do garoto sobre como quer estar ao lado dela para sempre foi muito fofa, mas incoerente quando há poucas semanas atrás o vimos chorar e declarar-se para Spencer. Podemos dizer que ele estava confuso, mas não dá para apagar esses fatos da memória tão cedo, o triângulo amoroso acabou má construído e a magia de shippar HaLeb foi perdendo a graça.

Assim como, EzRia entre nesse quesito. O casal que passou boa parte da série juntos causando um pouco de exaustão, retornou de forma muito bonita e tudo poderia ter acabado ali, em breve o casamento, filhos e o felizes para sempre. Só que há uma insistência em colocar mais obstáculos sem sentido para os dois personagens que passaram anos lidando com isso, não há motivo para o retorno de Nicole, como também foi de cortar o coração Aria preparar um jantar para o retorno do noivo e ver pela televisão ele beijando a ex-noiva ao reencontrá-la viva. Foi quebra de magia total e só me resta uma torcida: Go Jason! Seria muito bom a série fugir do óbvio e trocar os casais, mas é algo bem fora de cogitação para Dona Marlene King.

A salada acaba ficando por conta de Spencer e Emily nesse horroroso foco nos relacionamentos amorosos das protagonistas. Além de flertar com o Detetive Marco, nossa menina Hastings finalmente percebe que não esqueceu Toby totalmente e vai atrás dele se despedir, pedindo um último beijo entre os dois. Foi a faísca que precisavam e não deixei de ficar feliz ao ver meu casal favorito juntos novamente, então para que manter o Detetive como interesse amoroso na história? Do mesmo mal sofre Emily, a garota praticamente tem um harém atrás dela, a insossa da Sabrina que nem aparece, sua ex-namorada de longa data que quer claramente retomar o que as duas tinham e sua paixão adormecida por Alison, que dessa vez estava com ciúmes ao ver a aproximação da ex-nadadora com Paige. Não existe explicação para manter tantos personagens assim que a única função seja garantir que Emily nunca esteja solteira. Após a revelação surpreendente de que Ali está grávida de Archer, sabemos que o próximo passo é as duas formarem uma família e, finalmente, entregar o endgame que os fãs durante anos vem pedindo.

Mas não só desses absurdos vive a série, conseguindo atingir o ápice nas cenas que deveriam causar tensão, mas a única reação é o riso de nervoso e incredulidade pela coragem de ter levado vários desses momentos ao ar, como comentei, que causam vergonha alheia. Ajudando Hanna à consertar o erro de sequestrar Noel, as cinco se unem para recuperar o vídeo que prova o crime que a patricinha cometeu ao verificarem que o menino fugiu do cativeiro. Ameaçadas para ir até uma antiga escola de cegos e entregar o pendrive que recuperaram em troca do vídeo, todas são encurraladas por Jenna e Noel.

Foi um festival de bizarrice e a única revelação pertinente foi que os dois sempre trabalharam juntos com Charlotte na época da Dollhouse. Jenna motivada pela vingança ao ter ficado cega, graças a Alison e consequentemente as meninas, mas e Noel? Quais eram seus motivos? Sem explicar, ele persegue Hanna e Emily com um machado pela escola e ao lutar com as duas acaba escorregando e morrendo decapitado pela própria arma que empunhava. Enquanto isso, Jenna perseguia o restante das meninas empunhando um revólver (???) no escuro e quando finalmente as encurrala, ela atira em Spencer e tenta matá-la, mas Mary Drake aparece e acaba com sua festa, revelando o que eu e muitos já suspeitavam, que Spencer Hastings é, na verdade, DiLaurentis.

Ficamos então com dois cliffhangers para nos alimentar durante os oitos meses de hiatus que teremos daqui para frente: indo embora da cidade (e muito provavelmente alvo de sabotagem) Toby e Yvonne acabaram sofrendo um acidente na estrada e aparentemente estão mortos, pois foi prometida uma grande e inesperada morte para esse episódio. Noel não se encaixa nesse quesito já que o personagem não teve longas storylines durante a série, ou seja, estaria menino Tobias morto? Não me arrasa não, I. Marlene King! Eu, realmente espero, que seja mais uma de suas pegadinhas e quando retornarmos para os últimos e esperados dez episódios, o polícial mais querido, honesto e sofredor de Rosewood volte para os braços de nossa menina Spencer.

Observações:

• Festival de Bizarrice 1: Sidney voltando para fazer cosplay da Jenna e enganar os trouxas.
• Festival de Bizarrice 2: Todos repararam que Barry Allen fez uma pequena participação na série? Não? É só prestarem atenção no momento que as meninas são trancadas na casa e deixam o pendrive sob a mesa, o objeto desaparece em questões de segundos! Cadê os créditos de Grant Gustin?
• Festival de Bizarrice 3: O melhor recurso de roteiro escancarado para separar as cinco personagens vai para o momento quando todas estão indo embora e Emily esquece o celular no andar de cima! Uma linda, né?
• Festival de Bizarrice 4: A luta de Noel com Emily. O menino caiu no chão com todos aqueles músculos depois de um simples soco e ainda perdeu a cabeça. R.I.P Noel Kahn!
• Festival de Bizarrice 5: Haviam cinco garotas, nenhuma delas pensou em imobilizar a vilã cega e armada que subia e descia normalmente as escadas no escuro da escola. Aliás, que ótima pontaria Jenna!
• Festival de Bizarrice 6: A.D. chegando para carregar o corpo desacordado da Jenna e desaparecendo em tempo recorde sem nenhuma das meninas perceber. É aqui o teletransporte, tour?

Enfim, é isso pessoal! Tentei não ser muito duro com Pretty Little Liars ainda mais tratando-se de sua última summer finale, mas infelizmente os fatos apresentados nesse episódio representam muito da bagunça e incoerência que a série representa ficando impossível de defender! Como um todo, a temporada até aqui foi muito boa e não tiro o mérito disso. Estamos finalmente nos aproximando da linha de chegada e mal posso esperar para comentar com vocês o fim desse jogo. Não esqueçam de comentar o que acharam, até abril de 2017!