Com um formato inteiramente novo, produzido em apenas um país, a Record TV traz para televisão brasileira o reality show A Casa. A ideia do programa é confinar 100 pessoas completamente diferentes em uma casa de 120 m², com quatro camas, quatro toalhas e somente dois banheiros.
Divulgação/Record TV
A atração é apresentada por Marcos Mion, que com toda sua irreverência, vem conduzindo o show todas terças e quintas-feira, desde o dia 27 de junho. O conceito é inédito e trazido com exclusividade da Europa, onde foi exibido apenas na Holanda. Apesar de ter uma boa audiência desde a estreia, se mantendo entre os três assuntos mais comentados do Twitter nos dias de exibição, A Casa já foi até denunciada pelo Ministério Público por violação dos direitos humanos – porém até agora a Record TV alega não ter recebido nenhuma notificação e o reality continua sendo transmitido firme e forte.
O interessante é que o programa é realmente diferente de tudo que já foi visto na TV brasileira, sem exageros. E funciona assim: o prêmio inicial é de R$ 1 milhão, que deve ser administrado pelos moradores da casa, durante a permanência no jogo, para comprar suprimentos, de alimentação a higiene pessoal. Os 100 recebem diariamente uma cesta básica generosa com alimentos e produtos de limpeza que servem para abastecer uma família de quatro pessoas, por isso precisam comprar mais coisas para sobrevivência dos demais, só que isso tudo custa bem caro e é descontado diretamente no valor do prêmio.
Para não virar uma bagunça completa, toda semana os moradores da casa votam em cinco pessoas com quem querem ficar até o final do reality, a partir dessa votação a pessoa mais votada se torna dona da casa, ficando responsável pela administração da grana. Os menos votados ficam na zona de risco e aptos a serem expulsos.
Reprodução/ Record TV
De cara o primeiro “líder” já usou a estratégia de fazer os participantes desistirem pela fome, comprando poucas cestas básicas, que deixava a maioria da galera passando mal por falta de alimento, realmente desumano!
Com o tempo todos entraram em consenso de que esse tipo de estratégia não era a ideal e passaram a comprar mais comida, diminuindo o índice de visitas médicas devido ao mal estar geral. Porém, as brigas são diárias, por infinitos motivos, pois até o consumo de água diário é descontado do dinheiro. Ou seja, se gastarem mais água que uma família de quatro pessoas gastaria, o valor também é abatido no prêmio.
Não dá para negar que o formato chama atenção, no entanto, tem mais contras do que prós. São 100 pessoas, tem psicólogo, youtuber, modelo, dona de casa, chef de cozinha, e as idades variam também. Eles são identificados por números, é quase impossível gravar o nome de algum participante. No mínimo, dá para saber como chama o dono da casa naquela semana e olhe lá! Como torcer por alguém que você nem sequer sabe o nome?
Outro ponto discutível: como um reality só é exibido duas vezes na semana e não possui nenhum streamming para vermos o que acontece 24 horas por dia? Não é atoa que existem tantas teorias por aí dizendo que a Record está manipulando tudo e os que mais tem tempo de tela são, na verdade, atores contratados. Como saber? Só é de conhecimento público que o programa já foi quase todo gravado, pois Mion tirou até uma mini férias.
Divulgação/Record TV
Falando nele, difícil mencionar outra fator relevante para o, até então, sucesso da atração, que não seja o Mion. O apresentador tem dado um show de talento, conduzindo o programa com muita espontaneidade, que fica complicado identificar quando ele está lendo o teleprompter. Sem contar a interação com os participantes, sempre simpático e com tiradas de humor e piadas naturais, sem forçar a barra.
A parte técnica deixa a desejar, a casa parece não ter câmeras suficientes e câmeras man são inseridos entre os moradores. Como se já não bastasse ter o lugar lotado de pessoas, ainda tem que dividir espaço com a produção. Pois não são só os câmeras, tem os carinhas que ficam metendo microfone boom para captar as conversas mais baixas. Sim, até o áudio do programa é precário, porque não são todos que usam microfone capela. Será que faltou verba?
Até então o programa teve mais desistências que eliminações, porque até isso não tem regras. A cada semana o dono da casa deve expulsar um certo número de pessoas, que é sempre aleatório e por sorteio, já teve eliminação de 1 e até 11 moradores. Nunca se sabe a quantidade, mas só o líder pode escolher quem serão os expulsos.
Indo para o nono episódio, o número de participantes ainda está mais que a metade e o valor beira os R$ 500 mil. Resta saber se até o fim do programa o prêmio compensará todo o perrengue que o vencedor passou. Acho difícil!
O reality show A Casa é transmitido na Record TV todas as terças e quintas-feira, após o Jornal da Record.
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