Spoiler Alert!
Este texto contém spoilers leves,
nada que estrague a série ou a sua experiência.
Baseada no romance de 1996 de Margarte Atwood, a mesma autora de The Handmaid’s Tale, adaptado por Sarah Poley, transmitida pela CBC no Canadá e distribuída mundialmente pela Netflix – que não iria perder outra grande oportunidade, Alias Grace é uma minissérie que prende nossa atenção desde o primeiro minuto.
A minissérie conta a história de Grace Markens (Sarah Gordon de 11.22.63), condenada pelo assassinato de Nancy Montgomery (Anna Paquin de True Blood) e Thomas Kinnear (Paul Gross de Relatos de Guerra) que após 15 anos presa passa a ser avaliada pelo Dr. Simon Jordan (Edward Holcroft de Kigsman), responsável por dar um atestado que pode libertar a moça.
O episódio começa com um monólogo de Grace, onde ela nos conta todas as coisas das quais ela já foi acusada de ser, entre elas o demônio em forma de mulher e uma pessoa de mente fraca, mesmo que ela não entenda como é possível ser tantas coisas ao mesmo tempo. E os momentos mais interessantes ficam por conta das conversas que Grace tem com o Dr. Jordan, um médico que trata de doenças da mente, do cérebro e dos nervos – o que hoje conhecemos como psicólogo/psiquiatra.
O primeiro instinto dela é reagir negativamente a presença do médico, visto que ao longo dos 15 anos que esteve presa foi feita de cobaia por diversas vezes enquanto tentavam descobrir o que havia de errado com a moça. Mas aos poucos a moça vai se abrindo com o médico, mesmo que normalmente ela nunca responda a primeira coisa que vem à sua mente quando este lhe faz uma pergunta. É através da conversa com o doutor que descobrimos um pouco sobre seu passado.
É a filha mais velha entre cinco irmãos em uma família onde o papai era abusava do álcool e também da violência, e a mamãe vivia subjugada, sempre tentando controlar o mal gênio do marido. Vimos como foi a chegada da família à Toronto e a morte da mãe durante a viagem, que acabou sendo jogada ao mar e deixando toda a responsabilidade pelos filhos mais novos em cima de Grace. Vemos também a chegada da moça à casa onde trabalhou antes de ser condenada pelo crime que alega não ter cometido, e conhecemos Mary Whitney – outra criada que logo faz amizade com Grace, de quem ela cita o nome em sua confissão do crime e que deve ter uma boa participação em todo esse mistério.
À primeira vista Grace parece sempre muito controlada em seus momentos com o médico, mesmo que os flashbacks do passado nos permitam ver alguns momentos de histeria quando ela se encontrava sob a observação de outros especialistas. Esse autocontrole pode ser pelo fato de ser uma mulher em 1859 que deve apenas cumprir com aquilo que lhe foi designado, mas também nos coloca a pensar se não é uma forma de esconder algo.
Outro ponto interessante da história é ver como os religiosos reagem ao acontecimento que envolvido a moça, ao mesmo tempo com curiosidade, medo e crítica. Sarah Gordon consegue cativar nossa atenção com sua interpretação, e suas interações com Holcroft deixam a série mais densa O episódio foi um bom começo para uma história que promete ser interessante e que tem o necessário para ser um grande sucesso, assim como The Handmaid’s Tale.
E você o que achou do episódio? Vai dar uma chance de Grace tentar provar sua inocência?