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Anger Management

Por: em 3 de julho de 2012

Anger Management

Por: em

A nova série de Charlie Sheen finalmente teve sua estreia na TV americana, com direito a dois episódios. Depois de todos os problemas enfrentados e a demissão da CBS, ele volta ao mundo das séries tentando emplacar mais uma versão dele mesmo. Anger Management apresenta a história de Charlie Goodson, um ex jogador de Baseball que se viu obrigado a abandonar a profissão graças aos seus excessos de raiva, se tornando um terapeuta que tenta ajudar pessoas que sofrem do mesmo problema. A primeira cena da série provoca uma comparação com Two and a Half Men ao mostrar Charlie dizendo coisas do tipo “Você não pode me demitir. Eu me demito! Você pensa que pode me substituir por outro cara? Não será a mesma coisa!”. Em uma clara alusão a Chuck Lorre e o canal CBS.

Apesar de ir bem na audiência, a série trouxe mais do mesmo, apresentando um enredo aparentemente fraco. Como era de se esperar, Charlie é um mulherengo que vive saindo com várias garotas, sem querer compromisso. Ele tem um bom relacionamento com sua ex-esposa, Jen (Shawnee Smith), que parece lidar bem com o divórcio e volta e meia aparece com alguns namorados mais jovens. A filha do casal, Sam, possui transtorno obsessivo-compulsivo e procura entender ao máximo a necessidade do pai de sair garotas mais novas sem querer se comprometer com ninguém. O mais perto de uma relação amorosa que Charlie possui é justamente com sua ex terapeuta, a Drª  Kate (Selma Blair), relacionamento que passa por um leve conflito quando ele se vê obrigado a voltar se consultar com ela. No primeiro episódio, conhecemos os pacientes de Mr. Goodson. As sessões coletivas possuem no mínimo quatro pacientes fixos: Patrick  (Michael Arden), um gay com problemas de relacionamento com seu pai; Ed (Barry Corbin), já idoso, ex-soldado, mau humorado e de poucos amigos; Nolan (Derek Richardson), um garoto que tem atrações por garotas tão nervosas quanto ele; e Lacey (Noureen DeWulf), uma garota que foi obrigada pela justiça a fazer terapia depois de quase matar o próprio namorado. Como as sessões são realizadas na casa de Charlie, seu vizinho, Mike, também aparece de vez em quando para tentar pegar o telefone das mulheres que frequentam a casa.

A série apresentou um elenco fraco, sem sintonia em algumas cenas. As piadas durante as sessões não possuem o efeito desejado e soam um pouco forçadas, principalmente quando abordam Patrick ou Lacey. Por outro lado, existe uma atuação legal entre Charlie Sheen e Daniela Bobadilla. Pai e filha demonstram afinidade nos diálogos e funcionam bem. Já a Drª Kate, que possui certo destaque no contexto da história, não contribui nos momentos cômicos, deixando-os por conta das caras e bocas de Charlie.

Apesar de o segundo episódio ter sido um pouco mais agradável, ele serviu pra confirmar a falta de uma boa história e diálogos interessantes na série. E se ele teve uma qualidade melhor que o anterior, foi graças à uma participação especial. Charlie se vê obrigado a lidar com uma stalker – lembrando as perseguições de Rose à Charlie Harper, numa certa casa de praia em Malibu – que aparece na sua sessão com o pretexto de provar que ela podia ser muito mais do que a “espanta azar” que foi pra ele, nos tempos em que ele era jogador profissional. Enquanto isso, Charlie tenta mostrar pra filha que pode sim, ter um relacionamento maduro com alguém da mesma idade. O maior acerto do episódio foi fazer os pacientes aparecem menos, focando um pouco mais na família de Charlie. Talvez, o melhor caminho para a serie seja aparecer um paciente novo a cada episódio, interferindo de alguma forma na vida pessoal de Charlie enquanto os pacientes fixos continuam se alfinetando nas consultas.

O maior problema dessa série é que, além de não trazer nada novo ao público, ela vai ter que lidar com a natural comparação a Two And a Half Men. O que não é bom, principalmente porque Anger Management se mostrou sem graça, com um elenco fraco e que se sustenta em cima da fama de Charlie Sheen, que é carismático por natureza e consegue ter uma espontaneidade que sempre termina atraindo o público. A questão é que ninguém sabe por quanto tempo ele vai conseguir fazer isso sozinho.


Pollyanna Barreto

Vitória da Conquista / BA

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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