Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Primeiras Impressões: Atypical

Por: em 12 de agosto de 2017

Primeiras Impressões: Atypical

Por: em

Estreou ontem na Netflix a comédia Atypical, que conta a vida de Sam (Keir Gilchrist), um garoto autista que chega a idade adulta e passa a ter uma série de necessidades/curiosidades para descobrir quem realmente é. E nesse caminho de descobertas vamos entendendo mais sobre a sua personalidade, suas limitações e como tudo isso afeta a sua família e a todos que o cercam.

Divulgação/Netflix: Atypical

Trazer o universo adolescente parece ter sido uma maneira do canal de streaming se aproximar do seu público, trabalhando pautas mais complicadas através de uma abordagem diferente. Foi assim com o suicídio em 13 Reasons Why e agora com o autismo em Atypical.

Mas o que chama atenção mesmo é que, apesar de todas as limitações do personagem principal, ainda estamos vendo uma história que poderia ser minha, sua ou de qualquer outra pessoa. Assim como qualquer adolescente, tudo que Sam quer é ser enxergado pelo mundo da maneira que é – e todos nós sabemos que essa é uma rota complicada de trilhar.

A maneira que o roteiro se desenvolve, pescando nuances ora de drama, ora de comédia, dá o tom perfeito para o que série precisaria ser – afinal, não é simples tocar em um assunto como o autismo sem gerar polêmica. Assim como vimos com Max em Parenthood, com outro diagnóstico e outros desdobramentos, é importante trazer essa reflexão para o espectador, que muitas vezes nem conhece a doença e tem uma série de preconceitos infundados, um pleonasmo que cabe muito bem nesse caso.

Divulgação/Netflix: Atypical

Keir é o garoto perfeito para o papel principal e o abraçou muito bem. Na real, ele já tem um histórico de personagens dramáticos – e se você, assim como eu, ficar pensando da onde conhece ele, talvez seja de United States of Tara. Seus trejeitos, seus olhares, a maneira que se relaciona com os demais personagens, tudo parece se encaixar perfeitamente com o personagem Sam.

Mas, além do desenvolvimento do garoto, vemos os impactos que tudo isso gera na sua família, o que puxa para momentos mais dramáticos e que prometem bons desdobramentos quando a trama se desenvolver. Alguns rostos conhecidos compõe o elenco – que também farão você ficar pensando o piloto inteiro “da onde eu conheço essa pessoa”, então eu vou facilitar a sua vida: Jennifer Jason Leigh no papel de Elsa, a mãe do protagonista, que claramente passou por uma série de privações para fazer com que o filho crescesse em um ambiente saudável, que esteve em Revenge, Twin Peaks e Weeds; e Michael Rapaport vivendo Doug, o pai que não sabe lidar direito com os problemas do filho, mas que o ama muito, esteve em Prison Break.

Divulgação/Netflix: Atypical

Se vale a pena assistir? Sem dúvida nenhuma.

Apesar dos comentários serem de que a série sobe muito o tom na sua reta final, o tema do autismo precisa ser discutido e traz a tona uma parte da população que tem seus sentimentos postos de lado, pelo simples fatos de que nós, “os normais”, não sabemos lidar com isso.

Divertida e densa, Atypical é, provavelmente, tudo que você precisa para esse final de semana ficar perfeito – se rolar uma pipoca e um bom vinho (sim, somos filhotes de Livinha Pope por aqui), aí é só aproveitar.

Aproveita para contar nos comentários o que achou do primeiro episódio série – lembrando para não pesar a mão nos spoilers porque tem muita gente que ainda não viu, hein!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×