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Continuum

Por: em 29 de maio de 2012

Continuum

Por: em

 

Eu li alguma coisa sobre Continuum cerca de dois meses atrás.

Lembro que, na época, a proposta da série tinha me soado interessante, especialmente porque eu sou declaradamente apaixonado por sci-fi e sempre fico me perguntando onde estão os shows do gênero na summer season. O piloto que estreou neste domingo, pelo canal Showcase, não traz exatamente uma premissa inovadora ou uma execução impecável, mas consegue apresentar sua história sem grandes erros e criar curiosidade.

Continuum é focada em Kiera Cameron (Rachel Nicholls), uma policial de 2077, que vive em um mundo futurista e nada democrático, dominado por grandes corporações, o que incomoda a algumas pessoas, especificamente um grupo de terroristas, Liber8 que começa um novo e pesado plano: Voltar no tempo, até 2012, para matar os ancestrais dos grandes “cabeças” desse novo mundo.

Tudo sai como eles esperava, exceto por um detalhe: Kiera vem acidentalmente com eles e se depara perdida em um mundo diferente, sem amigos, marido, filho ou qualquer coisa que lhe lembre sua época.

Como eu disse, não é uma premissa nova. Viagens no tempo e séries de ficção científica andam de mãos dadas em quase 90% dos casos e vez ou outra acabam sendo o calcanhar de Aquiles da produção. No caso de Continuum, eu não enxergo tantos problemas com isso, já que a série não se sustenta do artifício para contar sua história; é como se ele fosse apenas o ponto de partida, ao menos não parece que Kiera ficará transitando entre as duas linhas temporais da noite para o dia.

A construção estética do futuro, embora tenha aparecido apenas nos 10 primeiros minutos, foi bem feita, mesmo que siga os básicos clichês de uma produção do tipo: roupas coladas, armas ultra modernas, grandes prédios… A produção conseguiu passar todo o ar de um mundo dominado por grandes corporações e como fica subentendido que não veremos muito mais (por agora) de 2077, funcionou. Pela sequência final, o que deu a entender é que veremos flashbacks do futuro (por mais bizarro que essa frase soe).

O roteiro do episódio conseguiu passar bem a história. Apresentou os dois personagens principais, Kiera e Alec Sadler (Eric Knudsen) – um gênio da tecnologia que acaba sendo o primeiro contato acidental que Kiera faz em 2012 – e conseguiu construir uma boa dinâmica entre eles, por mais que os personagens não tenham chegado a se encontrar de fato. Ainda jogaram um possível “mistério” (que já ficou um pouco mais claro no final) quanto ao Alec do futuro e a relação que ele tinha com Kiera em 2077.

Ainda há pontos a se melhorar, como algumas cenas de ação que deixaram a dever em alguns momentos – acho que por conta da direção um pouco irregular – , a edição me incomodou em alguns momentos, mas nada muito grave que tenha tirado minha atenção. São detalhes que podem ser consertados com o tempo.

Rachel Nicholls está bem como protagonista. O que eu mais gostei foi de como ela conseguiu dar um ar meio robótico pra Kiera, o que é totalmente compreensível, dada ao mundo em que ela cresceu. Ela funcionou bem em cena com Victor Webster, que interpreta Carlos Fonnegra, aparente parceiro de Kiera neste mundo e que vai ajudá-la a caçar os Liber8 – sem saber da história completa, claro.

A história em si atrai por dois fatores. Por mais que a série assuma um ar procedural, o que deve acontecer um pouco, eu acredito que a mitologia do futuro continuará sendo desenvolvida aos poucos e eu vejo um bom potencial aí. Pode se tornar algo muito bacana. E tem também a discussão social, já que um futuro onde a economia entrou em ruínas e grandes corporações salvaram o mundo, tornando-o quase distópico, não é exatamente algo muito diferente do que pode acontecer, se continuarmos no ritmo em que estamos.

Fica então a questão: Os Liber8 estão mesmo errados em lutar para impedir isso? Os fins justificam os meios?

Acho que é algo interessante e que vai ser trabalhado.

Longe de ser um piloto irretocável, Continuum é correto e promissor. Pra quem gosta do gênero, acho que tem tudo para ser um bom sci fi pra se assistir na summer season, enquanto Fringe e Doctor Who não retornam.


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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