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Primeiras Impressões: Dark

Por: em 2 de dezembro de 2017

Primeiras Impressões: Dark

Por: em

Dark é uma produção alemã de suspense e terror, criada por Baran do Odar e Jantje Friese, lançada no Brasil pela Netflix no dia 1 de dezembro. O elenco principal traz Louis Hofmann, Oliver Masucci, Jördis Triebel e Maja Schöne.

O piloto de Dark é como um truque de mágica. Ele te deixa ver parte do que está acontecendo, mas esconde o principal, o que está por trás. Captura sua atenção com tantos detalhes que é difícil saber para onde exatamente olhar. E, por fim, como disse Mikkel, a questão não é como, mas quando. O tempo é um peça-chave na série, e tão importante quanto seus personagens.

A história se passa em uma pequena cidade alemã, sem registros comuns de violência, que lida com o desaparecimento praticamente sem pistas de um adolescente, um caso que pode estar relacionado a outros acontecimentos semelhantes no passado. O piloto mostra os primeiros impactos na rotina das pessoas: como os colegas de escola lidam com isso, que linha a polícia tenta seguir, e como o caso afeta até mesmo o turismo no local.

Há um forte senso de comunidade naquela pequena cidade, em que todos se conhecem e todos os núcleos possuem alguma conexão. O que ajuda na coesão da narrativa, mas também dificulta um pouco o entendimento inicial sobre as relações dos personagens e a cronologia dos acontecimentos. Mas suspeito que essa seja a intenção inicial do roteiro: jogar todas as peças de uma vez, sobrepondo umas às outras, para depois arrumar tudo e revelar o verdadeiro quadro.

Outro elemento que parece comum a todos os personagens é a inquietação de assuntos mal resolvidos, e a dificuldade de comunicação entre eles. Os diálogos são repletos de entrelinhas, quase ninguém diz tudo o que pensa. O que, obviamente, é um recurso comum em obras de mistério, mas mais do que isso, é um sinal de como aquelas relações são difíceis, e como todos eles compartilham algum tipo de angústia coletiva que não conseguem expressar.

Não é uma série de fácil digestão, e isso fica claro desde a primeira cena, exibindo um suicídio. Outros momentos pesados e temas inconvenientes já se revelam neste primeiro episódio, mas nada é gratuito e todas as pessoas e ações estão conectadas de alguma forma dentro daquele tempo-espaço. Parece abstrato demais? Pois é mesmo. A série entrega muito mais perguntas que respostas neste primeiro momento.

Aliás, um dos méritos de Dark é conseguir convencer o público de que é algo novo e original, ao mesmo tempo em que traz elementos familiares para quem gosta de The OA, Stranger Things e romances de Stephen King. Talvez o ritmo alemão ajude a desassocia-la da maioria das séries que consumimos por aqui.

Não dá para me aprofundar muito mais neste episódio considerando que ele em si não é muito revelador, e que a intenção deste post é não dar spoiler para ninguém. Mas a série é uma boa pedida para quem curte suspense, investigações, teorias da conspiração e está no clima de encarar um drama mais denso.


Laís Rangel

Jornalistatriz, viajante, feminista e apaixonada por séries, pole dance e musicais.

Rio de Janeiro / RJ

Série Favorita: Homeland

Não assiste de jeito nenhum: Two and a Half Men

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