O BBC Three é um canal derivado da BBC original que tem como público alvo os jovens entre 16-34 anos. É um canal que tenta inovar, trazendo conteúdo jovem, fresco e com atores desconhecidos mas talentosos. É comum do canal nessa época exibir pilotos de várias produções para analisar audiência, crítica e a resposta dos fãs para escolher quais deles devem ser transformados em série. Foi assim que Being Human, o drama sobre três amigos – um lobisomem, um vampiro e uma fantasma – tomou forma, tendo exibido o piloto e recebido uma resposta gratificante. Hoje a série espera para estrear sua 3ª temporada e deverá ter uma versão americana ainda em 2010.
Dessa forma, com 2010 não seria diferente e dentre os dias 27/05 e 03/06 o canal exibiu 3 pilotos para o público britânico analisar. Enquanto a BBC Three não se pronuncia sobre a escolha, nós do Apaixonados por Séries, contamos para vocês quais são, sobre o que falam e se aprovamos. O resultado você descobre abaixo:
Pulse
Pulse pode ser definida, em poucas palavras, como uma série médica de terror. Com uma premissa dessas, poderíamos esperar algo inovador ou muito bizarro. Pelo episódio piloto, a impressão que tenho é que a série vai pelo segundo caminho.
A história acontece dentro de um hospital, onde são tratados os casos comuns que estamos acostumados a ver em séries médicas e também alguns experimentos. É nisso que Pulse foca: as “doenças” misteriosas de alguns pacientes. A protagonista é Hannah Carter, a nova interna que sofreu um baque emocional com a morte da mãe e, para piorar, consegue ver a falecida sempre por perto, como que observando a filha. Hannah é ex-namorada de Nick, um cirurgião que foi infectado por um experimento que sua equipe estava realizando em um paciente e precisa aplicar a vacina o tempo todo ou começa a ter os mesmos sintomas que o infectado (e Nick esconde de todos, dizendo ser câncer).
Durante o episódio, temos demonstrações de quão perigosos podem ser os experimentos, e o quanto são bizarros. Na verdade, o piloto não explica nada; vai apenas mostrando o ritmo do hospital, Nick tentando esconder o paciente diferente e tem algumas cenas bem clássicas de filmes de terror fracos, em uma tentativa meio falha de querer assustar e prender o público.
Eu gosto de filmes de terror e amo séries médicas; achei que Pulse me surpreenderia e mostraria algo, no mínimo, divertido de ver. Não achei nada de extraordinário e os cliffhangers apresentados no piloto mais queriam assustar do que instigar. Alguns detalhes me chamaram a atenção (mas pelo lado ruim): como um médico se corta e continua operando, quase como se nada tivesse acontecido? E por que os internos estavam sem máscaras de proteção enquanto observavam os residentes operarem o paciente-zumbi? Erros graves, mesmo levando em conta ser uma série de ficção.
Minha crítica foi bem negativa, mas os britânicos pensam diferente de mim, Pulse foi a série com melhor audiência entre os três pilotos. Se a série continuar a ser produzida, vai ter que, pelo menos, reescrever seu roteiro. Ou durará apenas o suficiente para ser um filme de terror dividido em capítulos.
Elenco: Stephen Campbell Moore (Ashes to Ashes) como Nick Gates, Claire Foy (Little Dorrit) como Hannah Carter, Ben Miles (filmes Speed Racer e Ninja Assassino) como Joe Sennet, Caroline Goodall (filme O Diário da Princesa) como Juliette Randall, Arsher Ali como Adam Hussein, Emily Beecham como Stella Hamilton-Collins, Alan Williams (Rome) como Charlie Maddox, Gregg Chillin (Being Human) como Rafee Hussein, Matti Houghton como Jess Black e Eileen Davies como Sra. Maddox.
(por Bianca)
Resultado:
Stanley Park
A série é sobre um grupo de pessoas que moram na mesma rua, na mesma vizinhança. Lá conhecemos Dirty Debbie, uma garota de 17 anos, auto intitulada Carrie Bradshaw da rua, que mora com a tia Pat, outra solteirona que vive arrumando encontros online. Debbie também tem inúmeros parceiros, mas no fundo quer encontrar alguém para se apaixonar. Ela pensa encontrar isso em Harry, um de seus vizinhos, que está noivo de Sadie, mas é infeliz ao lado da noiva. Sadie sonha com um lindo casamento e uma família com filhos, sem perceber que o noivo dá bola para Debbie. O irmão de Harry, Lee, é virgem e sonha em perder a virgindade com a vizinha de frente Raggedy Ann, que também ama o garoto. Ainda conhecemos Ben, homossexual reprimido que tenta enganar a todos, apesar de adorar Beyoncé, Zac Efron e Barbies e é o melhor amigo de Raggedy. Os pais de Herry e Lee, Robert e Julie também são importantes e fecham o elenco principal.
De cara eu amei a série!! Ela lembra Skins pelos dramas adolescentes, apesar de ser um pouco mais forçado, falando de facebook e twitter. A trama tem uma boa história e com algumas mudanças aqui e ali conseguirá ser uma boa série. Os personagens são extremamente carismáticos, e não tem como não gostar deles. Raggedy e Lee (lembra Ron Weasley pelas caretas) formam um casal daqueles que o público acaba torcendo. A amizade da garota com Ben também é bonito de ver e os diálogos, apesar de alguns forçados como os do facebook, que já comentei, são bons e em várias cenas deu para rir bastante. As interpretações são ótimas, desde Sharon Horgan como tia Pat até Antonia Thomas que está perfeita como Sadie. Os cenários todos pertos como o parque e as casas da vizinhança me agradaram e muito, então estou torcendo mesmo para que seja transformada em série. O cliffhanger deixado é a promessa de mudança na vida de todos aqueles personagens, o que não seria muita coisa se eles não fossem tão interessantes.
A audiência na Inglaterra foi boa e o público, assim como eu, adorou a série de cara, deixando inúmeros recados no blog do canal. A crítica está dividida, com alguns achando o pior dos três pilotos, enquanto outros dizem que será um grande erro do canal não produzir Stanley Park, pois é uma jogada estratégica para competir com os dramas adolescentes do E4 como Skins e Misfits.
Elenco: Sharon Horgan como tia Pat, Holliday Grainger (Demons) como Debbie, Antonia Thomas (Misfits) como Sadie, Morwenna Banks (Skins) como Julie Stevens, David Kennedy (filme Fúria de Titãs) como Robert Stevens, Jennie Jacques (Desperate Romantics) como Raggedy Ann, Richard Southgate como Bent Ben, Joe Cole como Lee Stevens e Nick Blood como Harry Stevens.
(por Caio)
Resultado:
Dappers
Ashley e Faye são duas mães solteiras e melhores amigas que vivem com a ajuda do governo. As duas são sonhadoras e esperançosas e tentam começar um negócio levando cães para passear. Mais do que amigas, são confidentes e vivem ajudando uma a outra, até para voltarem com seus ex e pais de seus filhos: Marco, ex de Faye, está abrindo um bar e espera dar certo, e Ryan, ex de Ashley, que adora a filha, mas vive se metendo em encrenca. A série mostra o dia-a-dia das duas e suas tentativas de trabalho e relacionamentos, além dos vizinhos chatos ou divertidos dependendo o andar do prédio em que moram.
Apesar de algumas cenas em que o uso de flashback para algo que já aconteceu e/ou foi engraçado ser desnecessário, eu gostei da série. Ashley e Jaye tem uma química perfeita e são muito simpáticas. Faye é fisicamente uma mistura de Lilly Rush (Cold Case), Terri Shuester (Glee) e da atriz brasileira Maria Luisa Mendonça, e acaba sendo divertida boa parte do tempo. Ashley parece mais centrada, mas é igualmente engraçada. Os pais das crianças também são ótimos e a história é mais rápida e divertida, apesar de algumas tramas bem conhecidas como trocar de cães durante um momento de desespero. A cena inicial das duas brincando ao som de Paper Planes foi fantástica e de perfeita sincronia.
A crítica britânica também adorou Dappers e li poucos falando mal da série. Os fãs também gostaram apesar de existirem mais comentários para Stanley Park do que para Dappers, mas dos que li, o público gostou.
Elenco: Lenora Crichlow (Being Human) como Ashley, Ty Glaser como Faye, Tom Ellis como Marco, Jack Ashton como Ryan, Darren Boyd como Ben, Olivia Poulet como Anna, Gwen Taylor como Wendy e Eddie Large como Barney.
(por Caio)
Resultado:
