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Psychoville – Tudo estranhamente fora do lugar

Por: em 24 de junho de 2009

Psychoville – Tudo estranhamente fora do lugar

Por: em

Que dizer dessa série da BBC Inglesa? Confesso que estou a vários minutos procurando entender, definir alguma coisa, mas não tem jeito. O título já foi mudado umas 4 vezes, este parágrafo nem sei mais.

Psychoville tem um cenário meio de filme de terror, com o clima sombrio inglês, nevoeiro, casas de pedra, e a trilha sonora também segue por esse caminho, a trama segue por esse caminho, o design da abertura, das fontes utilizadas… Tudo é envolto num mistério e ficamos 28 minutos presos nesse cenário que lembra animações de Tim Burton, como A noiva cadáver.Não é propriamente terror, é quase.

Mas (sempre em um mas), os personagens são cômicos. Cômicos? Você pode me perguntar, e se tiver assistido pode até discordar de mim. Mas eles não se encaixam naquele cenário de terror, e apesar de nenhum ser realmente engraçado ou fazer piadas, a tristeza de cada um, a loucura de cada um, distorce completamente o cenário, tornando-os cômicos. Tornando-os caricatos, como se fossem uma paródia. Acho que isso resume muita coisa: É uma sátira de séries cômicas, de séries misteriosas, da vida, e ainda tiram um sarro com a cara de quem assiste.

Bom, sobre o que é essa série então? Ainda não sei. Os cinco personagens centrais recebem uma carta num estilo antigo, selada com cera, caligrafia toda bordada com os dizeres: “eu sei o que você fez”. Quem postou? ninguém sabe. Nós vemos um mascarado postando as cartas, mas ninguém sabe, e nem nós vemos o seu rosto. Mas, na agencia dos “Correios” ninguém estranha ver um homem mascarado naqueles trajes.

A primeira a receber a carta é a parteira Joy, que ao contrário do nome, é assustadora, e nutre um sentimento doentio por um boneco de um bebê que é “modelo” do curso. Outro que recebe é o Oscar Lomax, um velho cego, que mora numa casa enorme, sombria, e gosta de colecionar coisas, digamos, “inusitadas”, para o seu estilo rabugento e solitário.

Mr. Jelly é um palhaço com mão de gancho, amargurado que mais parece o Krusty dos Simpsons, assusta as crianças e vive numa competição com outro palhaço, o Mr. Jolly. O anão Robert é ator, encenando a peça branca de neve, interpreta o Dengoso, tem uma paixão platônica pela Debbie, a Branca de Neve e é meio “paranormal”. Lembra do Harry Potter, antes de descobrir que era bruxo, quebrando as coisas aleatoriamente quando fica bravo? Pois é, desse jeito.

Ainda temos Maureen e David, mãe e filho, e se isso é possível, mais estranhos do que o resto dos personagens. Tem uma relação estranha, a mãe tem um complexo de Jocasta, o filho tem uma paixão por serial killers. Não sabemos qual dos dois recebeu a carta, pois como em Bela adormecida, a carta fica sob o capacho.

Cada um destes personagens vive num lugar diferente e a principio não se conhecem, mas provavelmente irá ocorrer alguma ligação, algum encontro entre eles para a história ter uma continuidade. Essa meia hora serviu para nos apresentar os personagens e toda a loucura, e nos ironizar. A história ainda não começou de verdade.

Com alguns momentos tensos, outros beirando o engraçado, a mistura de elementos de várias histórias pode ter um excelente resultado. A sensação de que nada está no lugar certo nos deixa desconfortável no início, mas logo poderemos nos mudar para Psychoville.

Se você me perguntar se vale a pena assistir, eu diria que sim, pra ver uma coisa bem diferente do padrão americano, bem feita, irônica até o último segundo, perturbadora e engraçada. Não uma engraçada que você vá rir. É um engraçado assustador, que vai te tirar do lugar comum. Vamos esperar o segundo episódio, que vai ao ar dia 25, quinta, (no Reino Unido) e ver no que vai dar.


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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