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Primeiras Impressões: Six

Por: em 24 de janeiro de 2017

Primeiras Impressões: Six

Por: em

Existem algumas séries que, mesmo não saindo do habitual, ainda conseguem ser boas. Muitos não simpatizam pelos clichês ou temas saturados, mas precisam reconhecer a força da narrativa e da direção. Em primeiro momento, Six consegue se encaixar exatamente nessa descrição: uma série que não é especial, mas que consegue se manter.

A nova aposta do History Channel é uma série (ou minissérie) baseada no SEAL Team Six, o United States Naval Special Warfare Development Group – NSWDG (em tradução, Grupo de Desenvolvimento de Guerra Naval Especial dos Estados Unidos). É um grupo da Marinha dos Estados Unidos, sendo parte da Joint Special Operations Command (em tradução, Comando Conjunto de Operações Especiais) e, por parte administrativa, é controlado pelo Naval Special Warfare Command (em tradução, Comando Naval de Guerra Especial). Eles são a principal unidade antiterrorismo das forças armadas dos Estados Unidos. Apesar de ser um grupo formado para operações no mar, ele acaba cobrindo outras missões em diversos meios e regiões, sendo responsável também por resgate de reféns, infiltrações e assassinatos, juntamente com a Delta Force (em tradução, Força Delta), a principal força contra-terrorismo e de Operações Especiais do Exército dos Estados Unidos.

No elenco principal temos Walton Goggins (Sons of Anarchy), que interpreta Richard “Rip” Taggart, um ex-integrante do SEAL Team Six e Barry Sloane (Revenge), atual Comandante do grupo e grande amigo de Rip. Junta-se ao elenco principal Kyle Schmid (Blood Ties), Juan Pablo Raba (Narcos) e Edwin Hodge (The Purge), todos integrantes do grupo. No elenco de apoio temos Dominic Adams (Devious Maids), Brianne Davis (Heartbeat), Nadine Velazquez (Z Nation) e Jaylen Moore (Homeland). Em geral, as atuações são completamente satisfatórias e não deixam a desejar, mantendo o selo de qualidade History Channel. Apesar de pecar em alguns momentos mais dramáticos, os atores conseguem conduzir bem o papel como integrantes de um grupo especial, mostrando sabedoria ao interpretar os soldados e conseguindo passar a emoção necessária. O elenco de apoio, que não teve grandes cenas, também não decepcionou, mostrando que estão prontos para terem um maior aprofundamento nos próximos episódios.

A direção do episódio ficou por conta de Lesli Linka Glatter, famosa por dirigir alguns episódios de Mad Men e Homeland. A história consegue ser bem conduzida, não deixando espaço para coisas desnecessárias ou cansativas. O roteiro, ao que parece, não aparenta conter grandes falhas e consegue fluir bem com a ótima direção. Ao assistir, é fácil perceber o cuidado com a fotografia e edição, algo já conhecido das produções do canal. A trilha sonora, por sua vez, não deixa a desejar, casando bem com os momentos de ação e drama. Apesar de ter o foco em guerra e drama, a série ainda consegue apresentar pequenos momentos de humor, algo bem aceito e que serve para “quebrar o gelo” em alguns momentos intensos ou mais pesados, algo que provavelmente veremos se repetir. Em geral, na parte técnica, a série não decepciona e consegue apresentar um ótimo piloto.

A temática de guerra, mesmo baseada em diferentes fatos ou histórias, já é considerada saturada. Mas, mesmo com esse problema, a série ainda consegue agradar. E, se como eu, você é um apaixonado pelo tema e não concorda em nada com o “saturado”, essa talvez seja uma aposta certa. Em minha opinião, cada história de guerra consegue trazer uma realidade nova, com emoções novas. Para a grande massa pode ser um tema comum, mas para mim continua sendo um tema especial. As cenas de ação são ótimas, lembrando o telespectador de certos jogos. Ainda, é impossível assistir e não se lembrar de “Beasts of No Nation” que, mesmo com uma temática diferente, ainda mostra a realidade de pessoas mais carentes e a consequência da guerra para elas. Por ser baseado no SEAL Team Six, é difícil saber se a história se baseou em algum acontecimento real, já que a maior parte de suas atividades são confidenciais. Entretanto, a série ainda consegue se encaixar no cotidiano, comparando várias vezes o terrorismo apresentado com o Islamic State in Iraq and Syria – ISIS (em tradução, Estado Islâmico do Iraque e da Síria – ou, do Levante), um dos grupos terroristas que ganhou destaque nos últimos anos. Por sua vez, a história apresenta o Boko Haram, uma atual organização fundamentalista islâmica terrorista. E, além dos momentos de guerra, a série também consegue focar na vida pessoal de cada soldado, o que deve ser importante para a trama nos próximos episódios, contando também com uma grande diversidade no elenco.

No Brasil, de forma geral, o público gostou e, pela maioria dos comentários após o episódio, pretendem acompanhar. Nos Estados Unidos, no entanto, a série não foi tão bem recebida. No IMDb, a série ganhou vários feedbacks negativos e fechou a nota geral em 6,8/10, uma nota não tão boa na lista de séries. No Metacritic, ela está em 54/100, com maior base na crítica especializada. No Rotten Tomatoes, a série atingiu uma média de 55%, mas 97% gostaram do piloto. Em minha opinião, a melhor maneira de saber se algo é bom ou não é assistindo. Na maioria das vezes, a crítica especializada fica muito presa aos detalhes técnicos e se esquece das sensações que a mesma passa no telespectador, que é o mais importante. Várias pessoas disseram que a série trata o grupo como pessoas irresponsáveis e com atitudes adolescentes, mas comparando a outros filmes do tema, não acaba tendo grande diferença nas personalidades, o que acaba não prejudicando a experiência. O único ponto negativo, ao meu ver, é a sensação de que será mais uma série que colocará todo o povo islâmico na mesma posição, sem se aprofundar mais neles, o que seria um grande ponto positivo para a série, se houvesse.

No geral, Six fez uma estreia satisfatória. Mesmo não apresentando um piloto excelente, a série ainda parece ter muito que mostrar. Ainda, ela está programada para ter apenas oito episódios, o que facilita ainda mais para quem quer acompanhar. As opiniões variam, mas com certeza eu indicaria a série para outras pessoas.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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