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Terriers

Por: em 10 de setembro de 2010

Terriers

Por: em

Terriers

Quase tudo que a gente precisa saber sobre Terriers tá lá na abertura da série. Divertida e simples pra caramba. O que não tá lá na abertura e nos resta saber é se daqui em diante só isso vai ser o suficiente pra manter a atenção em meio a cacetada de estreias e de novas temporadas que a gente tem pelas semanas a frente. A trama desse primeiro episódio não foi lá grandes coisas, mas como o maior atrativo da série tá na química entre Hank e Britt, talvez o ‘simples e divertido’ já consiga me prender pelo resto da temporada. Ou não. Sei lá. Tô na dúvida. Eu tinha uma certa expectativa com Terriers que acabou não sendo muito atendida.

Hank Dolworth e Britt Pollack são dois amigos de longa data que trabalham como detetives particulares em casos de pouca importância. Tipo o do começo do episódio, quando os dois recuperam o cachorro da dona da lavanderia que Britt frequenta, só pra que ele possa lavar roupa de graça lá. O que chacoalha a história e dá o ponta-pé pra que a série ganhe uma urgência maior é o sumiço da filha de um amigo de longa data de Hank — o que força a dupla a mergulhar numa investigação muito mais séria do que as que eles costumam trabalhar.

E essa foi a minha preocupação com Terriers, já que essa ‘investigação mais séria’ é o tipo de coisa que a gente já vê em 99% de outras séries procedurais. A dinâmica de Hank e Britt dá um ar fresco ao negócio, mas não o suficiente pra tornar a trama interessante. Durante esse piloto, eu fiquei torcendo pra que toda a história do sumiço da garota fosse um caso individual que fosse resolvido e esquecido no final do episódio, pra que, aí sim, nos episódios seguintes as histórias pudessem seguir uma linha mais leve que talvez combine muito mais com o que os protagonistas podem fazer. Eu me amarro numa boa história que se desenvolva com calma no decorrer de uma temporada, mas se de cara eu acho ela fraquinha igual aconteceu aqui, prefiro ver Terriers seguindo um outro caminho.

É como se eu tivesse torcendo pra que a investigação de cada episódio fosse justamente um resgate de buldogue. São divertidas o suficiente pra que me arranquem uma risada ou outra, e simples o suficiente pra darem espaço pras histórias dos personagens crescerem. Até porque elas têm mó potencial, principalmente a de Britt, interpretado por Michael Raymond-James (O Rene de True Blood). O cara é carismático pra caramba e passa a impressão de estar MUITO a vontade na pele do personagem. Quando Hank consegue abrir o portão da mansão e Britt mesmo assim acaba pulando o muro, é muito natural a risada que Raymond-James solta. Ele tem mó jeitão de criança (o medo dele quando encontrou o cara morto na cabana foi muito engraçado) e parece não ser a pessoa mais inteligente do mundo, mas é o tipo de pessoa, que quando necessário, faz bem e com uma disposição imensa tudo o que tem que ser feito.

Terriers

Hank (Donal Logue), por outro lado, tem um jeitão mais sério, e a preocupação dele em ser todo certinho chega a me irritar um pouco. Mas é um contraponto legal pra dupla. Além disso, Hank não é exatamente o poço de moralidade e razão que tenta ser, o que deixa a coisa ainda mais divertida quando Britt pega no pé dele. Também pode acabar sendo interessante a maneira como a série irá tratar os antigos problemas de alcoolismo do personagem, que muito provavelmente, foram responsáveis por ele sair da delegacia e começar a trabalhar como investigador particular com o amigo. O que provavelmente NÃO seria interessante é um caso entre ele e a mulher de Britt, Katie. A série tentou forçar um clima entre os dois na cena após o jantar, mas a história de pegar a mulher do melhor amigo é TÃO manjada que eu prefiro imaginar que foi coisa da minha cabeça.

Apesar de tudo, mesmo ficando um pouco abaixo das minhas expectativas, eu acabei me divertindo com o episódio. Vou ficar torcendo pra que daqui pra frente as histórias batidas de investigação sirvam só de plano de fundo pra que a química entre Hank e Britt se desenvolva mais e mais. Os personagens são legais, os atores são excelentes, e a FX é um canal que eu respeito — o que me lembra que eu não me apaixonei por nenhuma série de lá já com o piloto. Vou dar mais um tempinho pra Terriers, e tô com a impressão de que não vou me decepcionar.

Se não for o caso, eu xingo muito no Twitter.

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P.S.: Britt é tão mais divertido que Hank que até na cena de porrada isso fica claro. Ele dando risada e brincando com o capecete enquanto batia foi demais.

P.S. 2: E claro, a frase mais engraçada do episódio foi dele mesmo: Did you guys know that bears, since the very beginning of their existence, shit in the woods?

P.S. 3: Semi-spoiler sobre o personagem de Christopher Cousins (Robert Lindus): A 1ª temporada da série já tá toda registrada no IMDB e ele não aparece nos créditos de mais nenhum episódio. O final do piloto deixou uma certa brecha pra que ele se tornasse o ‘vilão da temporada’, mas do jeito que eu não curti essa trama, fico felizão de saber que aparentemente ele não volta.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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