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The Finder

Por: em 17 de janeiro de 2012

The Finder

Por: em

Nunca assisti um episódio de Bones. Acho que esse precisava ser um ponto a ser deixado bem claro no começo desse texto, pois se houve quaisquer referências a série, eu não entendi. Vamos então começar a falar sobre The Finder, o spin-off lançado na última quinta  pelo canal americano FOX. A série trata sobre um ex-militar, que após um incidente em serviço, sofre danos cerebrais, o que o impedem de trabalhar na força. Mas claro, todo ônus, tem um bônus. Com isso, Walter consegue um estranho ‘dom’ qualquer coisa, utilizando de uma linha de raciocínio extremamente rápida e aparentemente imprecisa, mas que o leva até o ponto necessário para achar o que queria. Considerando essa premissa e uma visão superficial da sinopse da série, achei que não ia curtir muito o que a mesma propunha, mas acabei me surpreendendo, exatamente por não esperar demais.

Walter me pareceu um cara bastante carismático. É fácil gostar do personagem, que tem um ar leve e muitas vezes engraçado. Esse tom mais descontraído atrai facilmente a confiança do público no protagonista, que começa atrapalhado e correndo por um corredor em meio a tiros, mas que depois mostra um lado mais sério, dosando muito bem essa apresentação. Muitos questionamentos podem ser feitos sobre ele e isso o torna ainda mais interessante. Seu estranho dom surgiu de um incidente quando ainda servia a nação, mas até então esse incidente é desconhecido. A partir de então, ele passa a procurar e encontrar coisas para as pessoas em troca de dinheiro, guardando este em um cofre. A finalidade desse dinheiro também não sabe-se se é para benefício próprio ou algo maior. Essa compulsão em achar coisas parece ser uma espécie de vício par ao personagem, que abandonou sua terapia e agora só faz isso da vida, o que acaba preocupando uma das outras personagens que nos foi apresentada, Isabel. Bem interessante ela citar  o fato de quando não houverem mais coisas a procurar, o que seria do ex-militar, mas o assunto logo é esquecido pela brilhante recuperação do fugitivo pintado em tinta fluorescente.

Fato é que Geoff Stults deu o tom certo para o seu personagem, caracterizando-o de maneira leve, inteligente e algumas vezes caricata. E a química com o resto do elenco funcionou muito bem. As cenas que dividia com Mercedes Masohn, oficial Isabel, eram cheias de faíscas no ar e se, no passado esses dois ainda não foram um casal, pode ter certeza que isso acontecerá em um breve futuro. O jantar entre os dois foi a cena mais representativa disso, onde ele, cheio da graça, enche seu copo de ‘vinho’ para que ela passe a noite por lá. E nós, marmanjos de plantão, não pudemos reclamar da aparição de Isabel somente de roupas íntimas e uma camisa masculina, com uma arma na mão para render os capangas da Amadea Donaris. Realmente, um ótimo atrativo para o público masculino. Além do mais, funcionou muito bem a parceria entre Walter e Leo, num estilo meio Batman e Robin ou talvez Sherlock e Watson. Parece que a união dos dois é advinda de uma gratidão de Leo por ter sido salvo por Walter. A dinâmica deles é muito bacana mesmo. Rápida e inteligente.

Willa é a personagem mais estranha. Seu passado com uma família criminosa parece ter danificado bastante seu caráter, mas nem por isso ela é um caso perdido. Pelo menos não ainda. Mesmo tentada a fazer o errado, ela permanece na baía do Vidro. Basta saber qual foi o real motivo para essa permanência: a vontade de estar perto daquelas pessoas e mudar ou a chance de conseguir o que está dentro do cofre de Walter. Mesmo assim, só espero que não tem um tom de garota revoltada para sempre na personagem, pois isso com o passar do tempo se torna um clichê insuportável de assistir. Talvez o que mais me ‘desagradou’ na série foi o fato dela seguir os moldes ‘caso da semana’. Sempre achei isso meio fraco e previsível. Prefiro tramas mais contínuas e duradouras, que nos prendam na série. Claro, esse foi só o episódio piloto, portanto isso ainda pode vir a acontecer na série, mas parece que ela se encaixará mesmo no gênero.

Apesar disso, o caso foi interessante. A busca do pai pelo filho serviu como plano de fundo para que conhecêssemos melhor nossos personagens, seus caráter e motivações. E claro, mostrar um pouco como funciona a incrível linha de raciocínio de Walter. No final, o filho acabou tendo o que queria, encontrando o corpo do pai e descobrindo que ele havia morrido em nome de uma causa maior. Todas as cenas que envolveram a investigação do caso foram bem legais também. Bem diferente o approach que Walter utiliza para conseguir informações de suas testemunhas, além de enfiar seus amigos em algumas enrascadas, como o passeio de escuna acompanhado por Amadea, onde conseguem informações, porém terminam ensopados.

Divertida, leve e inteligente, The Finder entretem e pode ser uma boa aposta nessa fraca Mid-Season. Acredito que apostar em uma trama maior seria um passo interessante que a série poderia seguir, segurando assim a atenção do público que se manteria fiel em audiência. Apesar disso, seus personagens funcionam, sua trama é legal e a série cumpre seu papel de ‘procedural drama. Apesar da audiência ainda tímida na estreia, vamos esperar que a série melhore com o público e renda bons episódios para nós espectadores. Agora é a vez de vocês: o que acharam da estreia de The Finder, spin-off de Bones?

 

P.S.: Enquanto pesquisava algumas informações para o post, descobri que fora exibido um episódio de introdução da série dentro de Bones. Só para deixar registrado, também não o assisti.


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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