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Punho de Ferro – 1×03 Rolling Thunder Cannon Punch

Por: em 17 de março de 2017

Punho de Ferro – 1×03 Rolling Thunder Cannon Punch

Por: em

A força que carrega um nome.

De maneira geral, esse foi o mote principal do 3º episódio de Punho de Ferro, que segue desenvolvendo muito bem suas tramas e tem funcionado, muito graças ao enorme carisma de Finn Jones, que tem construído muito bem seu herói perturbado. Seriam poucas as pessoas a rejeitar um acordo milionário como Danny rejeitou. 100 milhões de dólares não é qualquer dinheiro, mas foi bem bacana vê-lo demonstrar que seu nome e sua personalidade não são coisas que possam ser compradas. Danny não quer sua parte nas empresas por mesquinharia ou alguma ambição capitalista, mas sim porque, depois de tanto tempo, ele quer ser reconhecido enquanto ser humano. Quer existir. Quer recomeçar de onde parou.

Mas é sempre difícil, em situações assim, entender que o tempo passou e a vida seguiu em frente sem você. É por isso que é doloroso pra Danny ver que Ward e, principalmente Joy, não são mais as crianças que brincavam com ele antes do acidente. O peso da vida adulta chegou e longe da doçura e da inocência que eles possuíam (ao menos Danny e Joy), é difícil se reaproximar e conseguir reconstruir a relação como se nada tivesse acontecido. Joy sofreu muita influência do irmão e por mais que ela esteja convencido de que ele é mesmo Danny e a nostalgia da infância seja forte, seu endurecimento causado pelo tempo a faz ter 2, 3, 4 pés atrás, construindo muros ainda maiores entre eles.

A personagem de Jessica Stroup, inclusive, tem sido uma das ótimas surpresas da série, com um bom desenvolvimento e apresentando cada vez mais facetas. Foi surpreendente vê-la incorporando uma personagem no grande jogo de gato e rato de empresas e praticamente usando de chantagem para que a compra do tal píer saísse. A surpresa só não foi maior porque pelo conflito anterior que ela e Danny tiveram, já deu pra ver que a moça não é tão doce e ingênua quanto os primeiros episódios apresentavam e isso é uma coisa boa, por fugir um pouco do caminho que parecia estar sendo trilhado. O meu medo é que isso a acabe afastando ainda mais de Danny (e sim, já estávamos shippando).

É o caminho inverso do que ele tem percorrido com Collen, de quem tem se aproximado cada vez mais, ainda que de forma tímida e relutante. É bacana o como aos poucos, dentro do dojo, eles tem se entendido, graças ao poder de lábia e barganha de Danny, que cada dia tem mostrado que é uma pessoa em quem ela pode confiar. A garota, a propósito, também tem recebido um destaque interessante. Mais do que desenvolvê-la como uma lutadora (e quem sabe possível interesse romântico? Fica a dúvida), o roteiro tem mostrado que ela é uma pessoa que se importa com aqueles a quem ela ensina, que não quer que eles se sintam menores ou oprimidos, capaz até de se aventurar pelo submundo das lutas urbanas. Suas cenas no ringue, a propósito, são ótimas e até ajudam a trazer pra série um pouco do espírito urbano que as outras da parceria Marvel/Netflix tinham e que, aqui, foi substituído pelo universo místico e as entranhas do mundo corporativo.

A surpresa mais bacana, contudo, foi a presença de Jeri. A personagem foi uma das melhores coisas em Jessica Jones e foi ótimo ver a ligação que foi estabelecida entre ela e o universo dos Rand (Marvel nunca falha nisso) e como ela e Danny se encaixaram e funcionaram bem em cena. Acredito que essa trama mais empresarial tenha sido o que levou muitos a criticarem a série, mas é algo que tem me agradado e tem rendido ótimos momentos, como Danny no restaurante bradando que irá atrás de Joy e Ward e a excelente sequência da audiência, quando a advogada derruba os irmãos Meechum ao mostrar que existe uma forma de provar que Danny está mesmo falando a verdade, graças a uma digital em um presente antigo, direcionado justamente a Joy. É como dizem: O mundo dá voltas.

Outro que ganhou um bom desenvolvimento foi Ward. Fica um pouco claro o quanto ele é descontente em ser apenas um cachorrinho do pai e sua conversa com Joy ao final sobre novos começos é uma mostra do quanto ele se questiona os caminhos que está seguindo. É óbvio que ele não é flor que se cheire (afinal, ele tentou matar Danny), mas existe algum tipo de conflito entre ele e Harold e, certamente, muito do pai nas suas ações. É algo que tem um grande potencial de desenvolvimento e espero que, nos próximos episódios, a série invista nisso. Seria bem interessante se, no fim das contas, eles se reunissem com Dany em uma luta contra o Tentáculo.

“Rolling Thunder Cannon Punch” foi um episódio interessante e que conseguiu desenvolver bem a narrativa da série, que até agora, segue sendo mais um acerto (ainda que longe da qualidade de Demolidorda parceria entre Marvel/Netflix.


Outras observações:

— Como será que o Danny vai sobreviver a queda?

— Sempre me empolgo quando a mão dele começa a brilhar.

— Melhor quote: Quando o juiz diz a Collen que não quer ter que chamar uma ambulância e ela pergunta: “Pra ele?”

— Tadinho do Danny achando que Harold é alucinação.

E você, o que tem achado da série? Deixe seu comentário e siga na maratona com a gente!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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