Peças colocadas nos seus devidos lugares.
De tudo que vimos durante os quase 60 minutos de episódio de Punho de Ferro é que as peças estão começando a se movimentar, tanto na trama principal, quanto no plot envolvendo as empresas Rand – que conversa muito bem com o enredo da série. Depois de bater de frente com o Tentáculo e desistir para poupar a vida da filha do cientista, Danny fez uma escolha e tanto. Escolha esta que o libertou de alguma maneira, assim como aquele espírito que ele conversa já havia o alertado: “ao passar por uma porta, ao fazer uma escolha, não como voltar para trás”. E é provavelmente em decorrência disso que vimos ele se entregando a tentação da carne – olha eu fazendo o puritano – e passando a noite junto de Colleen (sempre com momentos constrangedores de falta de química).
Mas isso é quase irrelevante diante das implicações da sua conversa com Madame Gao, que tem um free pass nas empresas Rand e, não só isso, controla seu próprio escritório com funcionários especializados – essa velhinha é maravilhosa, porém ainda desconexa. Está mais do que claro que o Tentáculo é uma organização muito grande e não tem este nome a toa: ela se espalha com muitos braços, alguns impossíveis inclusive de perceber. Aparentemente, essa será a maior missão de Danny, que já se alia as gangues inimigas – boa jogada – e faz um ataque ferrado a base de comando. Curti bastante aquela cena, levei uns sustos com os barulhos de tiro, mas o que mais importa é saber que o Tentáculo pode estar diretamente relacionado com o acidente de avião que causou a desgraça na família de Danny – e também o fato do pai do Punho conhecer Gao.
Nosso garoto Danny também foi o responsável por colocar todos os Mitchuum contra a parede. Desde que voltara a empresa Rand, o herdeiro vem fazendo uma série de escolhas socialmente responsáveis, porém administrativamente controversas, principalmente perante ao conselho que comanda o negócio. A gota d’água veio com a iniciativa de parar as atividades da indústria que estava causando câncer na população – ou pelo menos é esta a suspeita. Querendo botar banca e tomar decisões importantes como esta, ele acabou tirando não só ele, mas Joy e Ward da jogada, o que deve causar uma série de conflitos na metade final da temporada.
O desenvolvimento de Ward ganhou contornos bem interessantes neste episódio. Depois dos surtos que vem passando e todo o seu relacionamento parental abusivo, era de se esperar que um grande movimento estivesse a caminho. Sem dinheiro e sem escolhas, o personagem não pensou duas vezes e acabou com a vida de Harold, seu pai, com quem tem uma relação nada saudável – mas bota NADA nisso. A minha dúvida é: será que depois dos procedimentos feitos pelo Tentáculo para Harold reviver, ele ganhara algum tipo de “poder” especial? Fiquei com um pouco de dúvida quanto a isso mas, por hora, ele está morto, mostrando que Ward é sim capaz de tudo, inclusive matar para o seu próprio benefício.
As coisas devem se complicar quando Joy descobrir que o pai nunca morreu, vivia escondido dela e agora foi morto pelas mãos do irmão. Joy é uma personagem e tanto, mas que acaba ficando de escanteio na maior parte da série até aqui. Vemos seus conflitos acontecendo claramente: ao mesmo tempo que defende com unhas e dentes o negócio que construiu ao lado do irmão – porque, para bem dizer, eles que estavam trabalhando este tempo todo mesmo -, ela sabe que a posição de Danny não é errada e até concorda parcialmente com o que ele quer fazer. O que eu gostaria de ver era ela tomando uma posição mais clara e entrando na trama de maneira mais participativa.
A passos lentos, a temporada vem ganhando formas mais bem definidas. Danny e seu caminho como Punho de Ferro, os conflitos internos de Joy, a consolidação de Ward como um cara capaz de tudo e a busca pelo propósito de Colleen. Eu sinto que tudo pode mudar e como ainda temos 6 episódios pela frente, isso é bem possível. Seguimos na maratona e queremos seu comentário por aqui. Até daqui a pouco.