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Primeiras Impressões: Pure Genius

Por: em 31 de outubro de 2016

Primeiras Impressões: Pure Genius

Por: em

Enquanto ano passado a maior parte das séries estreantes tinha como tema o universo hospitar, as deste ano trouzeram uma mescla de temas. Ainda assim, ao menos uma dentre as novatas será uma nova aposta com a medicina mais uma vez como pano de fundo. E é esse o papel de Pure Genius, nova produção do canal CBS e já com data de estreia confirmada para novembro no Brasil pelo canal Universal. E é claro que é quase automática a comparação com outras séries de sucesso como Grey’s Anatomy. House, Chicago Med e a atemporal ER. Mas o que diferenciaria Pure Genius de suas concorrentes?

A nova série propõe unir o universo médico e o tecnológico. Apostando na premissa de um talento do Vale do Silício que decide investir parte da sua fortuna em um centro de tratamento capaz de superar o cuidado com os pacientes e a descoberta de novas curas e controversos métodos, que muitas vezes não estão aprovadas pelo governo. Trazendo assim um novo olhar por sobre a medicina, com a tradicional dualidade entre modernidade x experiência. E o que a primeira vista poderia parecer um cruzamento entre a futurista – e também estreante – Westworld,  e os dramalhões de Grey’s Anatomy, na verdade se transforma num difícil caminhar em meio a tantas informações e a necessidade de se auto afirmar o tempo todo o quanto seu foco é a tecnologia e a inovação. Errando na maioria das vezes ao tentar carregar sua dose de drama na mesma proporção que nos apresenta seus protótipos transparentes quase que em todas as cenas.

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O excesso de informação é quase sempre uma das primeiras falhas sentida quando a história não consegue de certo modo criar empatia com seu espectador. Pure Genius até tenta por várias vezes construir essa identificação, o problema é que quase sempre se perde em atuações forçadas, perfis estereotipados, como o perfil do protagonista da série, Dr. James Bell, interpretado pelo ator Augustus Prew. Um misto de Zuckerberg com doses de excesso de confiança. O resultado foi muito mais próximo de um cara mimado do que necessariamente alguém cuja empatia me ajuda a querer saber quando de fato começará a apresentar os sintomas da síndrome genética rara que ele carrega com ele. Razão principal para a criação do Instituto.

O ambiente externo da clínica tenta tanto descontruir os ambientes clássicos dos hospitais e clíncas, que mais me lembrava um cenário saído do filme Nosso Lar. Ainda me pergunto porque tantas cenas com a equipe em uma espécie de sala central com seus acrílicos em mãos. E nem mesmo os diferentes perfis de médicos da equipe do lugar conseguiram de fato me convencer que as coisas ali funcionam para a série.

Outra coisa que incomoda é a falta de tato para os tempos de comédia. Mas até aí tudo bem. O problema é que ainda consegue ser pior em se tratando de apresentar um bom drama. Já que ao invés de tentar unir suas forças em cima de um único caso bem amarrado, o roteiro insiste em conduzir boa parte do seu episódio em cima do caso da paciente grávida, vítima de violência doméstica e com um câncer raro –  que coloca ela e da criança em risco de morte. O ponto aqui é que a história é apresentada de forma ruim, me fazendo comparar mais uma vez a séries como Grey’s Anatomy, que mesmo em seus piores anos sempre soube manter seu posto de rainha do drama. Coisa que Pure Genius está longe de conseguir.

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Ou o que dizer do caso da menina em coma, capaz de se comunicar com a família através de um novo invento? Faltava ali uma melhor construção. Algum apelo, mais espaço pra nos identificamos com a dor dos pais, enfim, algo que poderia ter dado certo e não deu. Todas estas histórias na verdade serviam apenas pra introduzir o contraponto da série, o renomado e tradicional Dr. Walter Wallace, ou a.k.a. “W”. Interpretado pelo ator Dermot Mulroney – conhecido nas telonas como o eterno amigo de Júlia Roberts em “O Casamento do meu Melhor Amigo”.

Ainda que o trailer e toda a divulgação da série tenha me convencido de que aqui existia uma boa história e ganchos para excelentes dramas. A somatória de fatores só me deu a impressão de uma narrativa arrastada e um pouco perdida, o que me cansou e fez pedir pelo fim do episódio de estreia. Claro que alguns podem dizer que é preciso dar mais uma chance, afinal, muitas das séries que a gente acompanha pode ter conseguido nos fisgado a partir do segundo ou até mesmo quinto capítulo. Mas esse não vai ser o meu caso com Pure Genius. Afinal de contas, minha conta de acompanhar o drama de criaturas saídas direto do Vale do Silício já foi ocupada com outro irritante Bell, neste caso, outra.

E você, decidiu dar uma chance para Pure Genius? Assistiu? O que achou? Não deixa de dividir com a gente e nem de dizer aqui embaixo o que tem achado desta nova estreia do canal CBS.


Marcel Sampar

Paulista que puxa o erre pra falar, PHD em Análise do Drama pelas novelas mexicanas reprisadas no SBT e designer de homens palito. Com sérios problemas em se definir por aqui - sim, esta já é minha terceira tentativa em menos de um mês - mas que um dia chega lá!

Rio Preto/SP

Série Favorita: Sex and the City

Não assiste de jeito nenhum: Teen Wolf

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