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Quantico – 1×16 Clue/ 1×17 Care

Por: em 15 de abril de 2016

Quantico – 1×16 Clue/ 1×17 Care

Por: em

Como série, Quantico melhorou nas últimas semanas quanto à um aspecto: ritmo. Desde que o misterioso terrorista começou a manipular Alex para atingir seus interesses que, mesmo ainda incertos, provavelmente são escusos – nós vimos um compasso mais regular da história, deixando as coisas um pouco mais interessantes.

Como minha vida ficou um pouco difícil por conta dos estudos no último mês, acabei colocando as series em 2º plano, mas agora creio que eu consiga estabilizar a minha vida e a minha colaboração com o Apaixonados! Assisti aos últimos capítulos em maratona, logo venho aqui fazer a resenha de Clue e Care em apanhado, analisando os acontecimentos e tentando entender para onde estamos indo.

Em Clue (exibido dia 3 de abril) os focos foram às situações em que não há nenhuma alternativa de ação, ou seja, onde devemos nos resignar com o destino, aceitando que não há nada ao nosso alcance que possa ser feito para mudar um determinado cenário. No universo mitológico de Star Trek, Kobayashi Maru é uma nave usada como simulador de treinamento de Capitães, onde eles são colocados em uma situação onde não existe solução possível.

Como para bom entendedor meia referência basta, me interessou saber que tal dinâmica acabou também dando nome para essas situações na “vida real”, leia-se, fora do contexto intergaláctico de Star Trek. A atividade aparece no filme A Ira de Khan (1982), quando Saavik comanda a Entrerprise quando vai resgatar o Kobayashi Maru e acaba sendo destruída por Klingons – ainda na película é dito que Kirk foi o único cadete que conseguiu vencer o teste. Já no infame filme de J.J. Abrams (2010), ao passo que mostra a juventude do famoso personagem, acabamos por ver como ele conseguiu tal proeza (in casu usando um vírus de computador – ou seja, ele trapaceou).

Apesar da menção, não existe em Clue qualquer brecha para que nossa agente descabelada de engane o seus algozes. Ela vê como única alternativa cooperar para não sacrificar mais nenhum dos seus amigos. Depois dos acontecimentos do denso Turn, com o ataque da Freste Islâmica e onde finalmente descobrimos o que afastou Miranda da coordenação da academia do FBI, vimos que os instrutores se empenharam em trabalhar o psicológico dos cadetes depois de tudo aquilo – com um Perales colocando banca por ter matado um dos terroristas, fazendo com que Alex se preocupe com a atitude do ex-jogador de futebol americano.

Aqui aproveito para novamente criticar o clima de High School Musical que Quantico decidiu instalar. É tão pífio crer que o clima da escola de formação de uma das organizações mais complexas e eficientes do mundo seja esse bundalelê de flertes e alunos que se portam de qualquer forma que não madura. Eu sei que posso estar pedindo muito em se tratar da ABC, mas é que a minha expectativa para o desenvolvimento da trama era completamente outra, logo cada vez que coisas bobinhas como a Alex dando piti por conta do Booth depois de não conseguir ser a primeira pessoa no treino do aeroporto, não consigo segurar o pensamento de “Por que eu to vendo isso mesmo?”.

Mais uma vez as coisas mais interessantes se distanciaram da protagonista: Shelby decidiu lidar com a notícia da falsa morte dos pais de uma forma nada ortodoxa, bem como agir de forma intempestiva depois dos fracassos no treinamento do avião. Caleb delicinha, que sempre é colocado como um potencial suspeito, mais uma vez prova que a série gosta mesmo desses subterfúgios pontuais para criar uma desconfiança em cima de todos os seus, para depois provar que era uma pegadinha – o principezinho do FBI divide suas preocupações com Alex (que obviamente foi escolhida para assumir a posição de líder da galera) que tenta então manejar a situação da melhor maneira possível para evitar a exposição da amiga. Acontece que, como falamos anteriormente, o cenário de um sequestro de avião é muito complicado para se resolver e qualquer coisinha pode ser fatal. No final das contas, Shelby acabou extravasando tudo em frente da turma toda.

A reflexão que ela fez depois foi muito bem colocada. A mentira dos seus pais não fez só do sofrimento dela algo completamente subestimado, mas também colocou toda a sua vida depois do 11 de setembro em cheque. Ela ficou de luto junto com milhares de outras pessoas, cujas vidas acabaram se tocando depois da tragédia e é isso que torna o reaparecimento dos seus pais mais repugnante. Toda conversa dela com Alex foi muito verdadeira, provando que a amizade construída por elas ali dentro realmente se solidificou – variando um pouco a pegada de Quantico no que tange a exploração de seus personagens em um viés romântico (amém). A cena das duas abraçadas, enquanto Shelby desaba em lágrimas, foi uma das únicas que conseguiram me tocar até agora.

Nos dias atuais, Hannah entra com força no #TeamAlex e, juntamente com Simon, ajudam a agente à tentar conseguir alguma coisa que diga algo sobre as intenções da Voz (nome temporário do terrorista). A única coisa que tivemos algum tipo de noção é que qualquer que seja o motivo, a Senadora Haas figuraria como peça em qualquer que fosse o jogo aqui. Hannah, que poderia ter entregado a situação para o FBI, acabou se sacrificando – não mortal, mas profissionalmente pela Alex. O fato dela ter feito uma confusão desnecessária em ambas as situações potenciais de perigo, não afasta o fato de que ela realmente foi leal ao que disse e optou por mentir à possibilidade de manter o seu cargo, por acreditar que a sua ex-rival seja a única capaz de ter chance de solucionar o problema.

Mas era óbvio que Booth, mesmo com todos os indicadores de que Alex está realmente passando por algo além da paranoia (ora, ele sacou que Simon estava trabalhando com ela!), resolveu ser completamente legalista em sua função dentro do FBI. Todo problema é que essa dicotomia parece ter sido criada apenas para polarizar o eventual casal, já que eu não acredito que alguém (em tese) capaz como ele não sacaria que o buraco era realmente mais embaixo – até porque no caso do terrorismo, sempre é melhor checar do que ignorar, não?

Enfim, o nome do episódio – Clue – foi motivado pela primeira pista concreta que Alex e Simon conseguiram para tentar compreender a Voz. Enquanto a senadora Haas estava fortemente guardada devido a um suposto perigo, um laboratório da Universidade de Columbia foi invadido e alguns dos seus itens foram roubados – um indício de que tudo o que o terrorista queria era criar uma distração. Em nenhum momento há menção do que foi levado de Columbia, mas agora se não dois, o #TeamAlex deu seu primeiro passo nessa corrida contra o tempo.

Já em Care (exibido dia 10), os acontecimentos dos dias atuais finalmente pareceram começar a se encaminhar para alguma conclusão do plot principal da temporada – e, talvez, o que se passou no flashback também sirva para explicar o surpreendente envolvimento de um dos protagonistas em toda teia de eventos que se desenrolou desde o Piloto, com o ataque a Grand Central Station. Mas nada é certo, como eu disse ali em cima, a série assumiu como caráter de narrativa não deixar ninguém isento de suspeita (só Alex), então pode ser que qualquer conclusão tirada agora no episódio 17 possa se provar equivocada.

Na academia vimos que o projeto das gêmeas está sub judice com o afastamento de Miranda do cargo, o que poderia fazer com que todo o trabalho duro que Nimah e Reyna tiveram até aqui fosse em vão. Miranda uma vez disse que uma não concluiria a graduação em Quantico sem a outra, logo a possibilidade delas serem avaliadas separadamente significaria uma grande frustração para ambas – o que faz com que a reversão desse quadro dependa somente delas, que resolvem se empenhar em provar que o trabalho merece ser levado para frente pelo FBI.
Elas então alinham tudo o que as afastou desde que elas entraram em Quantico e ficamos sabendo que Nimah, ao contrário do que eu pensava, não passou o réveillon pegando os boy da Frente Islâmica, mas sim de Love com o Simon – que claramente estava muito feliz por estar em um não relacionamento que fosse com a gêmea. Mas isso não ia durar muito tempo, é claro – até porque o menino Simon parece que nasceu para ficar na bad.

O treino prático da semana para burlar a segurança no aeroporto canadense caiu como uma luva para Nimah e Raina, e aos outros NAT’s foi uma maneira de tentar criar situações cômicas das tentativas frustradas de entrar nos Estados Unidos sem documentação. Obviamente Alex foi colocada em uma situação nada interessante quando fez birra por ser separada de Drew no treinamento e depois por acreditar que isso e a sua dificuldade na execução da tarefa era toda em função de um recalque de Ryan pela sua aproximação com Drew. Sério, por que vocês fazem isso comigo, roteiristas? A moça tinha tudo para ser uma personagem feminina forte e é chato nutrir ranço dela pelas condutas bobas que ela tem em campo por causa de homens.

Como eu disse ali em cima, apesar de ser protagonista, acabamos por não criar nenhuma conexão com Alex por conta dessas coisas. A dinâmica de treinamento para ela serviu apenas como engrenagem para colocar ela e Drew em uma situação onde os dois finalmente deram uns beijo – ora, nada mais justo que um rala e rola no meio de uma coisa séria como parece ser o curso de formação de agentes do FBI, não?

Superada a questão, o destaque do flashback foi todo o drama familiar de Shelby. Caleb (muso) provou realmente estar impregnado pelo seu amor pela moça, resolvendo dar todo o suporte necessário para que ela conseguisse lidar com a bomba que caiu no seu colo dois episódios atrás. O filho da Senadora Haas esbanjou empatia ao dar total suporte para sua amada, inclusive providenciando um encontro com seus pais durante o treinamento no aeroporto do Canadá – deixando completamente de lado e até arriscando jogar pelo ralo a sua carreira no FBI.

Em nenhum momento eu comprei o afeto incondicional dos pais da loirinha, mesmo com uma história louca e até satisfatória (levando em consideração as proporções por estarmos dentro de uma obra de ficção), o fato de eles NUNCA terem sequer tentado dar qualquer sinal para a filha não me desceu (foi mais razoável inventar uma falsa irmã). Que amor é esse que, mesmo depois da densa poeira do 11 de setembro baixar (15 anos depois), não sente necessidade de justificar todo sofrimento imposto à ela para que eles mantivessem a liberdade e o dinheiro.

Tava na cara que era o dinheiro – já que a farsa da falsa irmã foi descoberta por Caleb (sem ele). O principezinho do FBI está se provando ser a única pessoa que realmente nutriu um sentimento verdadeiro por Shelby e, como eu, ele também desconfiou de toda aquela celebração no reencontro da família Hyat. Sua dor ao confirmar as suas suspeitas foi realmente tangível (um dos poucos lapsos de boa interpretação em Quantico), por isso representar mais um 7×1 na vida de Shelby. Já que ele não é bobo, a forma que ele lidou com a mãe da Serena Van der Woodsen e seu novo marido (#sdds Gossip Girl) foi maravilhosa – só faltou sair sambando na cara deles, né? Difícil mesmo vai ser administrar as expectativas de Shelby quanto ao relacionamento dela com os pais.

Nimah e Reyna, sem nenhuma surpresa vencem o teste e recebem sinal verde para continuar o trabalho de formação proposto por Miranda. Liam diz que para serem bem sucedidas elas precisam combinar perfeitamente e ficar mais afinadas do que nunca, para, quando necessário, parecer que são a mesma pessoa. Isso faz com que o envolvimento com Simon seja colocado para escanteio e em uma cena dolorida, Rayna se coloca no lugar da irmã para terminar tudo com ele (que deve ter ficado em uma bad tremenda).

A última informação relevante do passado é de que Caleb não havia criado o alter ego dele apenas para conseguir informações dos pais da Shelby, mas também para tentar se infiltrar na seita em que ele se viu preso quando adolescente. Will, o único dos novatos que parece ter algum tipo de destaque na trama, vendo isso como uma oportunidade de interagir e conquistar o seu espaço deseja ajudar ele nessa personificação, já que a liderança do culto mudou para alguém que conheceu Caleb, tornando o disfarce inútil para o loiro. De alguma forma acredito que isso fará com que Olsen se ferre, tendo em vista os acontecimentos que comentarei agora.

Os dias atuais em Care acabaram por ser, creio eu, o mais legal até então. A Voz dá o que parece ser o último trabalho de Hércules para Alex, que munida de um grampo colocado em Ryan por Asher, vai atrás de um valioso recurso que está sendo guardado e segurado a sete chaves pelo FBI. Eu achei toda a dinâmica pertinente e bem construída (apesar de ter sido muito fácil de enganar aqueles agentes especiais, né)?, sendo uma surpresa ver que um Will – completamente acossado – seria o pecúlio almejado pela Voz.

Não foi explicado o contexto, mas Olsen decorou todos os procedimentos de segurança do governo e já foi provado que isso é algo completamente possível. Tal fato fez com que ele tenha ficado nas mãos do FBI por 7 meses, sem falar com ninguém – ele só não perdeu a noção de tempo por causa da sua condição de super dotado intelectualmente. Quando eu afirmei que ele parece ser o mais relevante dos cadetes que apareceram depois, conto também com o fato de parecer que Quantico trabalhou o personagem de uma forma a criar uma conexão dos espectadores com o personagem em um tempo exíguo. (não podemos falar o mesmo dos outros, né?)

Em uma manobra digna de Jack Bauer (exagerei), Alex e Simon conseguem fintar a vigilância e tirar Will daquele esconderijo. Eles o colocam a par da situação e, como no passado, ele novamente se mostra disposto em ajudar – já que não parece haver outra alternativa proficiente diante de toda situação. Will, com todas as suas dificuldades de se entrosar, parece pensar que sacrifícios como esses são importantes para conseguir fazer com que as pessoas superem os seus problemas de relacionamento interpessoal. Morri de pena dele, realmente espero que não façam nenhum mal (a não ser que ele se prove um agente duplo, né, sei lá!)… Bem como ao Simon que, em uma reviravolta da história, é alçado ao posto de peça providencial para a voz. Tate Ellington mais uma vez me fez ficar com o coração na mão e, se tudo realmente for como parece, Alex vai não só se empenhar em desvendar tudo para evitar outro ataque terrorista – agora há o elemento muito forte em perigo: Simon só se meteu nisso porque ela pediu ajuda, querendo ou não – mesmo imerso em um sentimento de derrota, que lhe deu pensamentos suicidas – Simon estava lá de boa na sua cabaninha quando ela apareceu.

Se não bastasse isso, choque mesmo veio quando Shelby se revelou como motorista daquela van. Quando Alex ouviu o comando de entregar o celular para quem quer que seja que estivesse atrás do insufilme, por conta de toda relevância da loira no episódio, acabou ficando um pouco previsível que a carinha dela surgisse ali – mas isso deu a entender que a Voz não é apenas uma pessoa – não dá para saber se Shelby estava naquele volante por livre vontade ou sob coação. Mas de qualquer forma não deixa de ser uma revelação importante nessa altura do campeonato, onde a série entra em sua reta final.

Dito isso, com a sua tarefa em tese terminada para com a Voz, somando-se aos sangue nos olhos de Booth para tirar o cavalinho de Alex da chuva, creio que veremos novamente o contexto de gato e rato do início de Quantico, mas creio que os pombinhos vão se juntar logo. O FBI vai cair em cima da moça, o que deve deixá-la bem descabelada nos próximos episódio, já que muito provavelmente a Voz vai começar a colocar seu plano em tática, e a protagonista não tem mais Simon ao seu lado nessa guerra.

Fique agora com a promo de Soon, que vai ao ar dia 18 de abril:

Qual a sua teoria para a identidade da voz? Fique a vontade para comentar e complementar a review!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

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