Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Quantico – 1×19 Fast

Por: em 27 de abril de 2016

Quantico – 1×19 Fast

Por: em

Finalmente um episódio que não me incomodou! Quantico essa semana veio com uma trama mais simples e com menos melindres, diria até que conseguiu mostrar aquilo que venho comentando nas últimas reviews: Verossimilhança. “Mas Lívia, estamos falando de uma série de ficção, por que isso te incomoda tanto?”

Responderei de pronto. Eu tenho um gosto muito plural, que viaja pelas aventuras de heróis até Westeros, de Zumbis a um Jack Bauer tentando salvar o mundo em 24 horas. Mas o que eu nunca curti são essas séries meio novelas, onde as coisas são feitas de forma previsível. Temos a mocinha linda e corajosa, homens maravilhosos aos seus pés. Em um momento ela é injustiçada e todo o mundo parece estar virando contra si, mas, da sua sede de justiça a força para enfrentar as dificuldades aparecem fazendo com que ela consiga seguir em frente. Esta é a sinopse de Quantico e de mais zilhões de outras histórias, então por isso que venho criticando (duramente) a evolução desta 1ª temporada.

Mas Fast teve uma pegada diferente, dirá que até foi um acerto. Sem o excesso de clichês que vêm permeando todos os episódios até aqui. O flashback, considerado por mim inútil na maioria das semanas desta vez não perturbou. As coisas que foram mostradas nele finalmente fizeram jus à utilização desse recurso.

Os cadetes estão mais próximos da conclusão do curso, o “exaustivo” ciclo de treinamento de uma das agências de segurança mais conhecidas do mundo está chegando ao fim – depois de muitas aventuras, romances, intrigas… Um verdadeiro High School do FBI, RS. Drew, que no final de Soon mostrou sinais de alguma patologia que lhe causa tremores nas mãos, vem escondendo o fato e mantendo normalmente o treinamento. A questão toda é que Alex (sempre ela) percebe a perigosa situação em que seu ex-peguete se encontra.

Tão logo o curso está se aproximando do seu termo, cabeças de diversas áreas do FBI aparecem na academia para expor um pouco das suas áreas aos potenciais interessados em fazer parte. As escolhas não são muito imprevisíveis e, obviamente, ao final do dia eram os alunos que estavam sendo avaliados, não o contrário. Previsivelmente Alex recebe o envelope indicando o interesse em tê-la em inúmeros setores, bem como Perales – que, mais uma vez, não consegue esconder seus tremores da nossa agente L’oreal.

A questão toda é: Alex tem o dever de reportar a situação do colega aos seus superiores, vide que o quadro dele pode colocar vidas em risco, inclusive a dela. Quando eu digo que eu até consegui aproveitar essa simples premissa é exatamente por ela ser elementar dentro de um contexto como o da série. Não há nada de mirabolante, Parrish se vê no dilema de – muito provavelmente – acabar com mais uma oportunidade da vida de Drew, e isso a deixa reticente.

Eu gosto bastante quando eu consigo me relacionar – nem que seja um pouquinho – com as coisas que eu assisto. Ainda mais se eu puder transportar a situação para o mundo real. O que eu faria? Acho que foi a primeira vez que pude me perguntar isso desde a estreia de Quantico. Por isso que eu digo que apostar em pontos certos e despretensiosos aumenta a chance de acertos. O desfecho aqui era previsível, por Perales acabou mesmo colocando a nossa protagonista em um perigo real, mas nem mesmo por isso foi ruim.

Alex se deparou com o dever de levar à situação de uma pessoa que ela gosta à Liam e Ryan, sabendo que muito provavelmente isso significaria o fim da carreira do ex-jogador de futebol. Ela também teve que enfrentar a frustração dele quando, depois de se negar a fazer os exames, teve que desistir de mais um futuro em potencial. Eu consegui me colocar no lugar dela, surgindo uma empatia que a série ainda não havia logrado êxito em construir. Não diria que consegui me conectar de vez com a mocinha, mas é um começo não? (e será que Drew levou esse ressentimento às última consequências?)

As gêmeas até agora, para mim, são um dos poucos acertos de Quantico até aqui. Ambas já se mostraram tridimensionais e conseguiram me cativar com seus dramas e dificuldades em se estabelecer, se comparada aos outros cadetes. Desde o princípio, por puro preconceito, elas foram questionadas – tanto nos flashbacks quanto nos tempos atuais. Raina e Nimah foram as NAT’s (talvez podendo ser comparadas com Simon) que realmente tiveram que suar a camisa para ter chance de fazer parte do quadro de agentes do FBI..

O coach que elas escolheram também não fez a vida delas mais fácil. Babaca desde o princípio, fez questão de mostrar para elas que as coisas muito provavelmente não se desenrolariam da forma que elas esperavam – o que, para mim, fez todo o sentido. Quando ele às colocou para limpar as suas armas, explicando que seria aquela seriam as suas potencias atribuições caso acabassem se infiltrando em alguma célula terrorista, o que não deixa de ser verdade. É de ciência geral que, por conta dos costumes radicais desses indivíduos, as mulheres acabam figurando lugares comuns de uma sociedade patriarcal. Mas era óbvio que elas não engoliriam a atitude sexista e acabaram reportando toda a situação para Liam. O problema é que no final elas perceberam o erro e acabaram tentando remediar sendo francas com o treinador, que deixou claro que no dia em que a principal ameaça dos Estados Unidos mudarem de rosto, elas acabariam se transformando em elefantes brancos. Por isso ele quis mostrar uma realidade diferente à elas, fazendo com que Nimah e Raina acabassem optando pela área responsável por cartéis de drogas, buscando uma maior e compreensível versatilidade.

Toda o drama envolvendo a Sistemics não me convenceu. Eles não deram nenhum contexto necessário para que nós comprássemos essa história, apesar de envolver dois dos personagem que mais cativaram o público em Quantico (O casal Shelby e Caleb têm muitos fãs nas redes sociais!). Mas eu não engoli, nadinha ali, tudo muito forçado – desde o retorno de Caleb para lá, quanto a conclusão da investigação do líder da seita. Pareceu tudo uma desculpa para afastar mais uma vez as nossas versões da Barbie e do Ken. O que eu fiquei sem entender foi a permanência de Iris, ela não tinha sido eliminada? E coitadinho do Will, ele realmente provou sua lealdade para com Caleb e a operação.

De volta para o futuro, Alex levou um Caleb abstêmio para sua casa, enquanto os dois – quer dizer, Alex – tentam encontrar pistas que possam levar ao paradeiro de Shelby. Mas foi ficando bege que Parrish deu de cara com a loira não só dentro do prédio do FBI, como responsável pelo novo software utilizado pela agência. Ora, mas suspeito que isso, só se Shelby estivesse com uma bomba nas mãos (quer dizer…).

Tentando evitar uma possível intervenção terrorista onde ela mais poderia fazer estrago, Alex consegue fazer com que Miranda interrompa a instalação depois de contar para a diretora a verdade sobre os pais de Shelby (Que no final das contas parecem realmente ter morrido). A ex de Caleb logo é levada para interrogatório e, mais uma vez, a pessoa que parecia suspeita se provou estar do lado de Alex. A loira foi coagida à buscar Will e Simon, sob a ameaça de morte do filho da senadora Haas. Ela então viu em seus próprios negócios uma oportunidade de tentar rastrear Voz, já que por meio da tecnologia da sua empresa, ela não só descobriu que a distorção utilizada para mascarar as ligações é uma combinação das vozes de todos os seus colegas, como ela estava sendo feita de dentro do prédio do FBI.

Eu não me surpreendi com a revelação pois, pelo momento na trama em que Shelby apareceu como potencial suspeita não faria sentido isso já ser definitivo. Além disso, mais uma hipótese de culpa cai quando ela revela que ela e Caleb têm mantido contato desde sempre, e que ele sabia de toda a situação. Quando elas chegam em casa, vendo o menino Haas dormir (não sem antes Shelby reafirmar o seu amor para amiga), elas conseguem mais uma vez rastrear uma ligação do terrorista.

Obviamente elas vão atrás da pista e dentro de uma igreja se deparam com um Will debilitado, dizendo estar doente e ter construído um tal de Nuke com as suas próprias mão. O jovem colapsa na frente das amigas que, mais uma vez, retornam a desorientação costumas do lado do “bem”. Ao passo que Ryan, depois de ser procurado pela mãe de Natalie, finalmente começa a perceber que algo muito de errado está acontecendo (Amém) e divide seu incômodo com Nimah. Juntos eles parecem vislumbrar a patente relação de Alex com esse sumiço, já que a mesma apareceu desesperada na casa de Booth depois da explosão que vitimou Natalie.

A dupla então procura Miranda, que dá carta branca para eles irem atrás de mais informações. Não sei dizer o motivo – quer dizer, sei sim – desde semana passada, com todo aquele esquema armado pela ex-diretora de Quantico para tentar reverter sua remoção da academia, eu a coloquei dentre as pessoas que podem estar envolvidas com a Voz (ou mesmo ser a própria). Apesar de todo aquele discurso sobre o papel da mulher dentro do FBI, Miranda se utilizou de um recurso muito mesquinho para tentar provar o seu ponto, bem como o brilhantismo de Alex pode muito mesmo tê-la incomodado no final das contas. Toda aquela ajuda que ela deu no início da série poderia muito bem ser uma forma de manter Alex no caminho que fosse mais interessante ao seu plano, caso ela acabe se provando mesmo a terrorista, vamos ver.

Com um episódio simples, Quantico conseguiu ser correta pela primeira vez em tempos, Acho que todo o problema da série foi a excelente construção do Piloto, que de forma intrigante, conseguiu colocar todos os personagens em cheque depois daquela sessão de acareação que acarretou inclusive no suicídio do moço de Sense 8, RS. Nenhum capítulo conseguiu repetir aquela construção ou o clima que ficou instalado na estreia, causando em mim uma certa desilusão. Logo, para fazer algo do gênero e provar que realmente merece o nosso tempo (e a exaustão do meu português fazendo resenhas), eu espero que nessa reta final uma porcentagem daquele clima volte para concluir a primeira temporada de forma, no mínimo, satisfatória.

Fique agora com a promo de Drive, que vai ao ar dia 1º de maio, nos Estados Unidos:

E você, o que achou do episódio? Sinta-se em casa para dividir as suas impressões!


Lívia Zamith

Nascida em Recife, infância no interior de SP e criada no Rio. Vivo e respiro Séries, Filmes, Músicas, Livros... Meu gosto é eclético, indo do mais banal ao mais complexo, o que importa é ter conhecimento de causa.

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita: São muitas!

Não assiste de jeito nenhum: Friends (não gosto de sitcoms)

×