Eu não trabalho para você. Eu não sou sua refém. Estes serão os meus termos.
Pois bem. Para quem achou que QotS entregaria um episódio aquém da sua capacidade, errou e errou rude. Cicatriz, como o próprio nome já denuncia, deixou marcas da vingança, da destruição e da importância da regra do “sem corpo não há morto”.
Teresa é a grande evolução dessa temporada, afinal, a série é sobre ela, é sobre a ascensão de uma mulher que não tinha muito no México, nem mesmo segurança, (e se vocês pensam que ela ao menos era feliz, isso é questão de ponto de vista, já que a vida como doleira tinha lá suas dificuldades) e de repente se vê obrigada a tomar certas atitudes por questão de sobrevivência. Então a sua evolução foi, de cara, o maior triunfo da série. Acompanhar a trajetória de uma mulher que inspirava lealdade, bondade e empatia e ver que hoje ela não pensa duas vezes em eliminar quem quer que esteja na sua frente, é satisfatório demais. É claro que a bondade permanece, mas é diferente quando se atira pela primeira vez, o juízo de valor é outro e as consequências também. É isso que queremos ver, não retrocessos de personagens que se deixam levar pelo calor da vitória, é preciso ter inteligência emocional para lidar com inúmeras questões da vida, e não digo só isso levando em conta o que assistimos nessa temporada, mas sim pro cotidiano mesmo (tá vendo? Apx também é aprendizado). Teresa se transformou a partir do momento que foi estuprada, que engoliu todas aquelas drogas para se mostrar útil, que matou alguém pela primeira vez, que matou pela segunda, terceira e quarta… A sua transformação foi necessária, ela precisava perceber que o mundo de antes não existe mais, que agora, ou melhor, que desde o pilot, a coisa é séria e tende a ficar pior daqui pra frente.
A sua imposição diante da Camila foi maravilhosa, tanto é que decidi iniciar a review com o seu diálogo. Teresa não precisa da Camila, muito pelo contrário, Camila agora se vê numa posição em que ela mesma se colocou. Ao subestimar o Epifânio inúmeras vezes, como ela mesma admitiu e ao querer engrandecer demais sobre uma pessoa que já é grande o suficiente. Agora, o que resta é a submissão diante da Teresa e a junção de ambas para derrotar o Epifânio e prováveis ameaças ao longo do caminho, que pelo finalzinho do episódio já da pra ter uma ideia de quem vai ser o calcanhar de aquiles delas.
E por falar nele, quem tá morto não aparece, não é mesmo? E com esse rapaz aí não foi diferente, Guero tá vivo, vivinho por sinal e muitas teorias pairam sobre ele e como a sua aparição terá relevância na história de Teresa. Minha aposta: 0. Isso mesmo, zero. A menos que ele tenha que dar informações privilegiadas da Teresa e do livro, não vejo ele sendo bom em nada, só mais um que vai morrer mais cedo ou mais tarde, principalmente depois que a Teresa descobrir que ele tá vivo e aprontando por aí. De qualquer forma, espero ser surpreendida com mais do que uma simples delação premiada.
Outro ponto importante, mas já previsível diz respeito a Brenda. Aquilo que mais temíamos aconteceu e da maneira mais não emocionante possível. Brenda já estava morta quando Teresa a encontrou, então não houve despedida, ultimas palavras ou um “obrigada por tudo, cuida do meu filho”. Foi doloroso porque o silêncio é uma das piores dores para o ser humano, imagina só você descobrir que alguém muito próximo a você sofreu um acidente e o seu ultimo contato com essa pessoa foi ela perguntando se você não ia pra aula logo mais? Então é realmente complicado pensar nisso, porque não houve nenhuma cena que trouxesse emoção, é desesperador pensar que talvez não tenhamos tempo para despedidas. E foi exatamente o que aconteceu com Brenda, que apesar de ter sido uma personagem muito querida e amável, com qualidades invejáveis, cometeu o erro de não ter sido inteligente emocionalmente, e para sobreviver nesse mundo ou em qualquer outro, tudo que temos que fazer é controlar nossas emoções, porque uma hora ou outra ela nos quebra e os danos podem ser irreversíveis.
Queen of the South chega ao fim da sua temporada com muitas promessas para o próximo ano, o que é uma coisa boa, se pararmos pra pensar no tempo perdido com algumas enrolações envolvendo Camila e o Epifanio e a falta de destaque da Teresita. Ao que tudo indica, os roteiristas se encontraram e conseguiram fazer com que a atriz seja bem utilizada, sem tirar a essência da série.
P.S.: Isabela é um porre, credo!!! Zzzz Todas as cenas em que ela aparece dá vontade de pegar no celular, que que isso!
P.S.: É bem capaz do César causar o maior auê tempos depois, fica esperta Camila.
P.S.: O que será do filho de Brenda?
P.S.: Epifanio é o típico satanáries, “se eu não brincar, ninguém mais brinca”.
P.S.: James e Teresa pra sempre. Inclusive já passou da hora de desenvolver uma relação mais afetiva entre eles.
P.S.: Teresa perdeu Brenda, mas ganhou um novo amigo e ao que tudo indica, um aliado. Gostei.
Acabou!! Agora só ano que vem! Obrigada a todas e todos que contribuíram de alguma forma com as reviews, seja comentando ou só dando umas bizoiadas mesmo, cês são 10. Nos vemos por aí e até a próxima. Beijo!
