Uma mãe. Um vendedor de tintas.
Foi assim que Crystal Bowersox e Lee DeWyze entraram no American Idol. Mas não foi assim que saíram.
Os dois candidatos mais fortes do show de calouros mais visto do planeta viraram artistas consistentes, donos de vozes e personalidades marcantes, e agora mundialmente conhecidos. Mas só um deles poderia sair campeão, em um embate equilibradíssimo em que ambos mereciam.
E para ver quem seria, só faltava um passo: a final.
Vamos ver como foi.
Lee (música favorita da temporada): Adorei o fato dele ter escolhido The Boxer, que eu já havia achado uma apresentação excelente da primeira vez. O mais legal nesse repeteco dele foi que arriscou um arranjo diferente, mas que funcionou igualmente bem. Não tem muito mais o que dizer desses finalistas depois de tantos meses, todos os elogios já foram feitos. Mas sempre é bom ver a pessoa reforçar as próprias qualidades na apresentação.
Crystal (música favorita da temporada): Gostei muito dela ter ido de Janis Joplin de novo, não gostei tanto da voz dela dessa vez. Pelo menos no começo, ela pareceu fraquejar. Pra mim, o primeiro round da final foi pro Lee. Tive uma ligeira impressão que os jurados tentaram puxar sardinha pro lado dela, por ser a favorita deles.
Lee (música escolhida pelos produtores): Everybody Hurts é uma música trista pra uma final, não acham?É uma canção linda e tal, mas meio depressiva. Ainda assim achei que o Lee mandou muito bem, embora o coral do arranjo fosse desnecessário e disputasse um pouco com ele. Mas ficou legal como um todo.
Crystal (música escolhida pelos produtores): Incrível do começo ao fim. Black Velvet até parece feita para a Crystal. Que voz que ela teve nessa, que performance. Round 2 vai pra ela.
Lee (música que eles vão gravar se ganharem): Lee cantou Beautiful Day, do U2, em um arranjo bem diferente do que conhecemos. E na minha opinião, bem inferior. Achei que ficou meio sem graça e nem valorizou a voz que sabemos que ele tem. O final até foi legal, mas ficou aquém do que vimos o Lee fazendo nas últimas semanas.
Crystal (música que eles vão gravar se ganharem): Crystal começou como a artista intimista de voz e violão nesse American Idol. E nada mais justo que terminar da mesma maneira. E embora não tenha sido grandioso como as demais finais do programa costumam ser, ficou muito bonito. Crystal é uma artista pronta, e nesse round pra mim superou o Lee mais uma vez.
Foi isso que eles cantaram, e agora só restava aos americanos votarem. E assim chegamos à final.
E me desculpe quem goste, mas final de American Idol é sempre um saco. Muita encheção de lingüiça e blá-blá-blá. Ainda mais esse ano que marcou a despedida do Simon do programa, o que motivou um tributo com a participação de Paula Abdul e com uma performance reunindo 7 dos 8 campeões, além de dezenas de participantes de todas as edições. Mas valeu a pena ver a apresentação dos finalistas juntos do Joe Cocker, mais acabado do que nunca, mas com a mesma voz dos anos 60 e 70.
Até que conhecemos o resultado. Como arrisquei semana passada, o carisma e simplicidade, assim como uma arrancada nas últimas semanas e um som mais comercial, fizeram diferença. E nessa disputa entre dois grandes competidores, onde qualquer vitorioso seria justo, o novo American Idol foi…
Lee DeWyze.
Que tanto ele quanto a Crystal façam bastante sucesso, porque além de talentosíssimos, representam gêneros musicais muito mais ricos e relevantes do que o que costuma ser empurrado nas nossas goelas.
E assim terminou o American Idol de 2010, e provavelmente toda a graça dos próximos, já que sem o Simon não vai ser a mesma coisa.
