Caraleo. Desculpem o baixo nível desse começo de review, porém não encontrei palavra melhor que definisse meu ponto de vista depois de assistir esse season finale de Arrow. Foram 40 minutos de pura ação e quando eu percebi que o episódio estava nos seus momentos finais, começou a me dar uma agonia muito grande por saber que eles iam me deixar ansioso por meses até poder ver como tudo teria um desfecho. O que posso dizer é que tenho um misto de emoções muito grande no momento que nem sei por onde começar esse texto. Primeiro pelo orgulho de ver a qualidade dramática do desfecho dessa primeira temporada de uma série que começou como procedural – e assim ainda se mantém -, mas que conseguiu levantar uma estrutura narrativa fantástica, focada no desenvolvimento dos personagens e em uma trama única que chegou ao seu grande momento em Sacrifice. Quando o nome desse episódio foi revelado, já imaginava que estaríamos perdendo alguém do elenco, mas nunca, em nenhum momento, pensei que esse alguém seria um personagem tão importante para o enredo com um todo. Arrow não só entregou uma ótima temporada, como se arriscou e não teve medo de desafiar seus espectadores. O campo para a segunda temporada se abre com infinitas possibilidades, mas antes disso, vamos olhar melhor para esse último episódio.
Com o final do episódio da semana passada, sabíamos que muita ação estava por vir, até porque mesmo estando na desvantagem nosso vigilante não desiste tão fácil de uma luta. E foi assim que começou essa season finale: Oliver completamente vulnerável nas mãos de Malcolm que estava crente que sua batalha estaria vencida ali. Uma das coisas que eu acho mais sensacional entre esse dois é o embate de personalidades que a série impõe a eles, pois apesar de terem um propósito parecido, cada um enveredou para um caminho completamente diferente, que acabou definindo o rumo de suas respectivas ações. E mesmo sabendo que não teria mais jeito naquela situação, Oliver tenta mostrar para seu oponente que nada que ele faz, faz jus àquela que perdeu. Malcolm ficara tão cego que nem mesmo o seu filho ele poupou na hora de conseguir o que queria. A sequencia da invasão da polícia no escritório de Malcolm foi uma das boas sequências do episódio e veio para comprovar que nessa busca por vingança, nosso arqueiro negro estaria disposto a sacrificar tudo, já que na sua cabeça seu tudo era nada perto do que perdeu.
Bacana também a maneira antitética que o episódio trabalho o nascimento do arqueiro na ilha com sua disposição a morrer em nome da sua cidade. Oliver sempre foi o ser mais altruísta dessa série e, quando ele decide tomar os riscos de enfrentar Malcolm mais uma vez, fica mais que comprovada essa sua característica. Na ilha, depois de uma situação de grande embate, ele foi colocado a teste e mostrou que não estava para brincadeira. Foi ali que nosso vigilante nasceu. E foi com o mesmo arco que deu a primeira flechada que Oliver enfrentou Malcolm em sua batalha final. Antes disso, como não comentar a cena fantástica de Diggle e Felicity se dispondo a ajudar Oliver em sua missão – um soldado não deixa um irmão ir para a batalha sozinho – e comprovando que realmente não temos mais o vigilante e sim uma equipe que trabalha com ele e faz com que esse herói funcione, com que todas as informações cheguem ate ele e também que sua segurança seja feita – papel brilhantemente executado por Diggle nessa semana, mais uma vez. A luta final que começa dentro do escritório e termina na cobertura do prédio, não poderia ser mais emocionante. Acredito que todos os fãs de ação ficaram vidrados na cena, acompanhando cada golpe para ver quem levaria a melhor. E olha, por mais que fosse improvável num cenário da série, eu achei que Oliver levaria a pior.
Ele estava claramente em desvantagem e nada do que ele fazia atingia de verdade Malcolm. Mas foi com a ameaça final a sua vida e a vida de sua família que Oliver retirou forças da onde não tinha e deu a “flechada” final. Apesar de ainda resistir uns minutos, sabiamos que a trajetória conturbada de Malcolm terminaria ali, porém não as consequências de suas ambições. O dispositivo que Lance foi atrás em parceria com Felicity era apenas um dos dois que existia, o que acabou gerando aquela tragédia absurda nos Glades, mesmo com a correria do policial. Paramos para comentar a ótima cena de Lance se despedindo de Laurel por telefone – o que me fez achar de verdade que ele seria a vítima fatal do episódio -, que aposto ter feito muitos ficarem com os olhos marejados. Mas, como eu disse, o dispositivo tinha um dúbio e nada adiantou. Mesmo morto, Malcolm conseguiu atingir parcialmente seu objetivo. Os Glades estavam no caos puro. Correrias, demolições, o caos implantado na face da Terra. E foi ai, que começaram as sequências finais que geraram excelentes cliffhangers para a série, os quais não podemos deixar de comentar.
Antes disso, voltando um pouco na linha do tempo do episódio, não posso deixar de comentar a atitude de Moira ao assumir sua culpa em todo o desenvolvimento do Undertaking e, ainda mais, fazendo isso em frente a imprensa. Claro que isso é uma consequência direta de toda a veemência de Oliver ao tratar do assuno, mas seja qual o motivo for, Moira se redimiu e, mesmo sendo mais uma das vítimas de toda essa tragédia, decidiu pagar pela sua parte – o que é muito justo e traz uma dose de dignidade para a personagem, que perdeu muito nos últimos episódios. Voltando para os momentos de caos total, quem apareceu foi nosso novato Roy, que já começa a despontar como um possível novo vigilante. Seus dons marciais foram demonstrados nesse episódio e sua ânsia por ajudar aos outros não poderia estar mais aflorada. Claro que o foco ainda é seu relacionamento com Thea, mas acredito que em breve devemos ver muito mais sobre ele, até porque o personagem foi promovido a regular na segunda temporada da série. Espero que tanto Roy, como a prisão de Moira, aproximem mais Thea e Oliver que, apesar de compartilharem alguns momentos legais juntos, andam bem afastados nos últimos episódios.
Laurel também foi um grande ponto desse season finale. Diria até mais, ela será o grande motivo do pesar que as consequências do season finale trarão para cada um dos personagens. Por estar presa no prédio em que trabalha, Laurel atraiu para o perigo os seus dois homens – Tommy e Oliver -, mas um deles foi mais rápido e conseguiu salvar a moça, pena que não conseguiu salvar sua própria vida. A morte de Tommy para mim foi a coisa mais chocante desse episódio, pois não via isso acontecendo em cenário algum que tinha criado na minha cabeça. Para mim, sua importância para a trama era demasiada grande para ser descartado nesse ponto da trajetória da série. Mas o roteiro se arriscou e nos entregou a melhor cena da série até então: a morte de Tommy nos braços de seu melhor amigo, se redimindo de toda a burrada que tinha feito e suplicando pela a vida daquele que sempre o desprezou. A dor de Oliver naquele momento foi algo tão absurdo que não teve como não sentir também. Foi um misto de revolta com incredulidade que simplesmente fechou o episódio (e a temporada) da maneira digna como a série merecia.
Como disse lá no começo, a série fez muito mais do que o esperado. Se superou, arriscou e desafiou nós que estávamos vendo. Arrow abre campo para uma segunda temporada com infinitas possibilidade e uma única certeza: a qualidade de uma boa trama que está por vir. Galera, valeu pela jornada acompanhando meio que aos trancos e barrancos essa primeira temporada. No mês de setembro/outubro estamos de volta, mas não pense que a série para totalmente nesse meio tempo. Lá pelo mês de julho já devem começar as filmagens da nova temporada, então as novidades vão começar a pipocar e, com certeza, nós do Apaixonados por Séries vamos trazer tudo isso para vocês. E em julho também temos a Comic-Con, que com certeza contará com um painel da série. Muito obrigado pela companhia e prestem atenção, quando vocês menos esperarem estaremos ouvindo de novo o velho bordão – YOU HAVE FAILED THIS CITY!
