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Big Love – 5×03 Certain Poor Shepherds

Por: em 3 de fevereiro de 2011

Big Love – 5×03 Certain Poor Shepherds

Por: em

Quando a gente acha que não pode piorar, os Henrickson recebem mais uma facada…e dessa vez dentro da própria casa.

Já não bastasse tudo que estão enfrentando, cada qual com seus próprios demônios; parentes enfermos e complicados e além de toda a revolta contra todos como um só, a família se desestabiliza de vez, e agora nem o Natal consegue salvar. Então Margie tinha apenas 16 anos quando se casou!! Tudo para fazer parte de uma família que ela veio a amar. Margie sempre foi a mais jovem das três, com grandes aspectos de sua adolescência ainda presentes e sentimentos conflitantes, mas esse erro muda todo o quadro do esquema. Bill pode ser acusado de pedofilia e o pior para a própria família, tudo o que Bill e as esposas acusam Juniper Creek de fazer, como o livro dos prazeres com garotas de 16 anos casando com homens bem mais velhos, é exatamente o que ele fez. Claro, Margie não foi forçada e tudo foi feito diferente, mas explicar isso para todas as pessoas que já odeiam a família de nada adiantaria.

Para mim nem foi um choque o suficiente o fato de Margie ter mentido. Sim, ela sabia todos os problemas que isso poderia trazer para a família, ainda mais quando Bill quis concorrer ao senado e sair em público sobre sua forma de vida, mas o que me assustou foi que apenas com essa revelação, todos se viraram contra Margie. Bill diz não ser culpa dela, mas vai demorar para olhar para a esposa com os mesmos olhos…bem agora que ela tinha a escolha de deixá-los, mas preferiu ficar pelo amor que sente ao marido, irmãs-esposas e filhos. Barb cedeu a pressão e Nicki…bom…agiu como Nicki. Impressionante que mesmo admitindo ser totalmente “quebrada” por dentro, ela não dá o braço a torcer um instante. Quando Margie pediu ajuda com a carteira de motorista dizendo ter multas a pagar, Nicki não ajudou. Mas e quando ela estava devendo milhares de dólares em compras, Margie se voltou contra ela? Não!! O pior foi ver ela dizendo para Barb que o problema era dela, visto que nunca foi condescendente com o casamento de Bill e Margie. Sério Nicki?

Bill continua pressionando. Ele não entende e não sabe quando parar. Sua família se despedaça ao seu redor e ele continua com os olhos virados para o trabalho ao invés de unir todos. O Natal foi uma confusão só e a ideia do presépio no final do episódio pior ainda. Apenas um brinde para o povo curioso que gosta de fotografar os momentos da família polígama mais famosa e odiada do país. Nem Nicki, que geralmente apóia Bill em tudo (como na hora da patinação) estava gostando do presépio. Bill está desesperado e agindo sem pensar como nunca, levando a família a passar por momentos de vergonha alheia. O que foi todos eles cantando na porta do escritório do senador Dwyer apenas para tentar amolecer o coração do cara? Bill acusa Alby de falso profeta, mas tudo o que faz dá errado, mesmo que isso venha com um discurso muito bonito e na maioria das vezes, convincente.

Não bastasse as esposas, agora Lois está com demência…pode ser Alzheimer ou diversas outras doenças, mas de qualquer forma é triste. A personagem sempre foi fantástica, e vê-la sofrer assim agora na reta final da série é perturbador. A cena em que Lois implora por Papai Noel no drive-through foi simplesmente triste, porque nem engraçada chega a ser quando a gente sabe, ou tenta imaginar, toda a confusão que está acontecendo na mente dela. Além disso, todos correm para Bill quando precisam de ajuda. Adaleen também passou o Natal com a família. Eu adoro Mary Kay Place e todo o trabalho dela na série, mas confesso a raiva que sinto quanto as escolhas da personagem. Pensei mesmo que ela iria contestar sua fé e acabar vivendo com a filha, mas Adaleen retornou para Juniper Creek sem tomar seus hormônios e perderá o filho, ou monstro, que espera. Toda essa história dela ter ido passar o feriado com os Henrickson serviu bem para Cara Lynn descobrir a verdade. Aliás, como a personagem evolui da temporada passada para cá. Ela está muito mais interessante, seguindo os mesmos passos de Sarah. Não sei exatamente o que acontecerá agora que sabe da morte do pai, mas aposto que contestará ainda mais a poligamia e sua própria mãe. Já mente para sair com o namorado e na própria aula (aliás, o professor está apenas querendo mostrar que existem outros caminhos ou tem outras intenções com Cara Lynn?).

Mostrar outros caminhos também é o que Barb quer para Cara Lynn. Gostei de vê-la continuando o discurso de Bill no jantar da família. Livre arbítrio precisa existir em qualquer religião, e afinal, se Bill deixou Sarah seguir outro caminho, por que Cara Lynn não pode? Ele já não tem Ben seguindo cada um de seus passos? Senti muita, mas muita pena da Barb na cena em que Bill pede para Ben dar a bênção a hóstia. Ela estava crente que seria chamada e que Bill aceitaria as mudanças em sua religião, deixando uma mulher fazer esse trabalho. Mas não, as únicas coisas que Barb pode fazer é cozinhar e cuidar dos filhos, ou do cassino, que está lucrando muito mais com dançarinas e bebida a vontade. Quanto a Ben, me dá uma certa angústia vê-lo virando um novo Bill. Também fiquei pensando qual a utilidade da volta de Heather para a trama. Será que ela viria para afastar Ben da poligamia? Heather sempre teve uma certa curiosidade apesar de dizer ser contra o modo de vida. De qualquer forma, gostei de ver a personagem mais uma vez e que ela possa ser útil nessa reta final.

Ainda nesse episódio tivemos Lura fugindo de Juniper Creek. Gostei muito de todo esse plot, principalmente da cena em que Bill enfrenta Alby. Todos sabemos o quão falso profeta Alby é, e do que ele é capaz para conseguir o que quer. Ele é apenas mais um fruto de uma criação errada em um local que abomina a homossexualidade, o que o repreendeu até o último fio de cabelo. Ele desconta toda a frustração cometendo atos horrendos contra a própria família e agora, humilhado na frente dos próprios filhos, tentará fazer com que Bill pague, ainda mais que o culpa pela morte do amado Dale. Lura está salva, mesmo que em sua mente e em suas crenças, ela esteja condenada ao inferno e nunca mais verá seus familiares.

Big Love continua indo muito bem no que propõe. Mostrar a vida de uma família mórmon fundamentalista praticante da poligamia e dos dramas pessoas de cada um. Não faço ideia de como os Henrickson irão se erguer e mal posso esperar para saber.


Caio Mello

São Bento do Sul – SC

Série Favorita: Lost

Não assiste de jeito nenhum: Séries policiais

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