Nunca gostei de Robert e Kitty. Pra ser completamente sincera, nunca fui uma grande fã de Kitty. Sempre achei a republicana a mais sem graça dos Walker, embora confesse que por diversas vezes tenha me deixado levar pelas suas tramas, particularmente aquelas que envolviam a política no começo da série. Lembro que quando soube que Kitty se envolveria com um político, acreditei que pudesse ser uma virada de mesa, que Kitty estaria caminhando para finalmente se tornar uma personagem completamente interssante já que agora a polítia estaria também na sua vida amorosa. Eu não poderia estar mais enganada…
Foi então que Robert apareceu. E talvez se o personagem fosse interpretado por um ator, e não por um ex-astro dos anos 80, canastrão até o último fio de cabelo, o resultado fosse diferente… Mas tem como se deixar levar por um casal em que o homem da relação é incapaz de chorar ou, sequer, de trocar de expressão? Observem Robert no momento em que Kitty lhe conta ter câncer. É exatamente a mesma expressão que ele faz quando está cansado, irritado ou apaixonado. Se algum fã do trabalho de Rob Lowe ler isso, que me desculpe, mas opnião é opnião e pra mim até Richardo Macchi (o lendário cigano Igor) é melhor ator que o intérprete do marido de Kitty.
E eu realmente queria gostar desses dois e nesse episódio eu quase consegui. Foi só eu falar, na review do episódio anterior, que Kitty era uma cópia de Ally McBeal, para a interpretação da Sra. Indiana Jones (também conhecida como Calista Flockhart) começar a se destacar. Se bem que a interpretação de pacientes (principalmente mulheres) com câncer é quase uma receita de bolo. Sua personagem recebe a notícia e chora, tem dificuldade de contar para a família e os amigos, acaba contando, chora, encara o tratamento, sofre de enjôos intermináveis graças a quimioterapia, chora, perde o cabelo, chora, remove o tumor, chora, chupa picolé e no final você ganha algum prêmio. Ou pelo menos concorre.
Scotty, que só perde pro Marshall de How I Met Your Mother como o marido perfeito, finalmente se abriu com Norah e o motivo para ele não querer assumir a responsabilidade de criar um filho com Kevin não poderia ser mais justo. Ele conhece o marido, sabe o quão Kevin pode ser excessivamente workaholic, envolvido com a política 24 horas por dia. Se ele mal tem tempo pros dois, como teria tempo pra criança?
Concordo plenamente com Scotty, e Kevin perdeu a oportunidade de se tornar pai, pelo menos por agora, quando respondeu que não, não deixaria a política para poder ter tempo disponível para ser um melhor pai. E não adianta vir com essa conversinha mole de que jamais seria um pai ausente Kevin, como você poderia estar sempre presente se não tem tempo de se coçar? Prioridades Kevin, prioridades. Não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo… Muito menos ser o melhor pai e o melhor advogado.
Não tenho mais uma gota de paciência pra Ryan… Será que alguém ainda tem? E, sinceramente, depois de não tê-lo visto na premiere, tinha me esquecido completamente da sua malfadada existência. Aquele fedelho é um aprendiz de Holly Harper nos seus piores momentos. Depois de meter o bedelho entre Justin e Rebecca, chegou a vez do maledeto puxar o tapete da Ojai Foods. E se teoricamente eu deveria ser um poço de conhecimento por estar escrevendo sobre a série, sinto muito, minha memória é falha e eu não faço idéia de quem possa ser aquele cara pra quem Ryan entregou os tais documentos. Alguém sabe?
O resto dos personagens continua bem apagado até aqui, ou até mesmo sumido. Sarah está em Paris, ou melhor, Rachel Griffiths está de licença-maternidade; e com Tommy ainda no México, Baltazhar Gethy ganha tempo pra esfriar a cabeça e perceber que a série caminha tranquilamente sem ele, assim quem sabe ele baixe a bola e pare de provocar qualquer tipo de problema nos bastidores? Pelo menos foi esse o burburinho que rolou na temporada passada. Tanto Rachel quanto Balthazar seguem com seus nomes nos créditos iniciais, o que eu espero ser um sinal do seu breve retorno. Torço particularmente pelo retorno mais do que rápido de Griffiths, sua Sarah faz muita falta e vai ser bem esquisito se a irmã tiver que lutar contra um câncer enquanto ela continua se divertindo em Paris.
O câncer de Kitty é a chance de Calista Flockhart, Sally Field e até mesmo Rachel Griffiths abocanharem algum prêmio no ano que vem. Está dada a largada e que vença a melhor atriz!
