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O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Brothers and Sisters – 4×20 If you bake it he will come e 4×21 Where there’s smoke…

Por: em 27 de abril de 2010

Brothers and Sisters – 4×20 If you bake it he will come e 4×21 Where there’s smoke…

Por: em

Já estava perdendo a esperança em Brothers & Sisters. O episódio duplo foi até bonzinho, mas esse não é definitivamente um adjetivo que eu costume aplicar as minhas séries favoritas, “bonzinho”.

E não é com dois ou três episódios bons que vou concluir que a série se encontrou novamente, não mesmo. Mas uma coisa pode ser dita, as coisas mudaram e Brothers & Sisters voltou a entrar nos trilhos. Se a direção apontada é a certa, só o tempo dirá.


O episódio If you bake it he will come é, sem dúvida, o melhor exemplar dessa mudança. Kevin e Scotty formal o casal favorito de 9 entre 10 fãs da série, fofos e completamente comprometidos, eles tornam praticamente impossível um homofóbico gostar de B&S. Bom, mas quem se importa com homofóbicos? Kevin com certeza não, e esse episódio foi dele.

Claro, a saga de Narrow Lake infelizmente continua, mas nada é perfeito, certo? Já está na hora dos roteiristas da série se tocarem do óbvio: é com os Walker que nos importamos, não com o dinheiro dos Walker, ou mais exatamente a Ojai Foods. Sei que a empresa é importante para a família e para o andamento das histórias, mas sempre que o foco passa a ser especificamente os negócios da família, a série se perde. A prova disso é que você, leitor, provavelmente se lembra com clareza dos momentos familiares desse episódio, mas talvez já tenha se esquecido de todo e qualquer diálogo envolvendo Narrow Lake. Até mesmo o interessante diálogo entre Dennis York e Kevin. Ele só se tornou interessante quando se falou em William, quando a família entrou em jogo.


Mas era de Kevin que eu falava. Gostei de ter visto um episódio focado na sua dor. Não basta descobrir o passado, é preciso enfrentá-lo. E enfrentar o passado aqui não é ir atrás de Aaron, muito menos de Dennis York. O problema de Kevin é com sua mãe, sempre tão correta ao lado de um pai sempre tão equivocado… Dessa vez Nora também estava errada e com certeza não é fácil pra Kevin ter que lidar com isso. Mas seu amor por Nora é maior do que qualquer esqueleto no armário e é claro que ele iria vê-la ainda na noite do seu aniversário.

E como foi bonito o encontro dos dois. Sally Field e Matthew Rhys são, ao lado de Rachel Griffiths, os melhores atores da série, e isso fica claro em episódios como esse. Não chorei, mas confesso que a vontade foi grande. Depois fiquei me perguntando se não teria sido rápido demais o acerto de contas entre Kevin e a mãe, se não seria melhor se isso se estendesse pra mais um ou dois episódios. Mas B&S tem andado tão arrastada, que é mesmo preferível que as questões se resolvam em um tempo menor, sem correrem o risco de cair no melodrama exagerado.

E por falar em Rachel Griffiths, não achem que eu esqueci de Sarah e seu amor francês, If you bake it he will come também foi deles, mas como os dois também protagonizaram o episódio seguinte, prefiro me ater um pouco mais a Kevin. Ou melhor, do pequeno representante do amor de Kevin e Scotty que vem por aí. Foi impossível não abrir um sorriso diante da possibilidade da chegada de mais esse herdeiro Walker… Quem sabe esse nascimento não nos trás um mais que esperado renascimento da série?


Mas antes disso, muita água ainda deve correr debaixo dessa ponte. E antes de sequer podermos imaginar a chegada do novíssimo Walker, nos deparamos com a volta de um velho conhecido. Ida, a mãe mais pentelha que já se viu nas séries, está de volta.

Ida inclusive talvez só perca pra outra personagem interpretada também por Marion Ross, a Trix de Gilmore Girls, mãe de Richard e detentora original do nome “Lorelai”, lembram? Ida e Trix são simplesmente insuportáveis e sempre terei pena de Nora e Emily por terem de aguentá-las. Bom, pelo menos ida agora tem um bom motivo para se mostrar sempre tão intragável… Não deve ser fácil para uma pessoa tão independente de uma hora pra outra passar a depender dos filhos. É, a velhice é implacável e não poupou a matriarca Walker.


Mas se a princípio eu não simpatizei com o seu reaparecimento, não pude deixar de me comover com a sua cena final junto a Nora. Só mesmo daquele jeito, sem se dar conta de que Nora era Nora, ela poderia ter falado bem da filha e do modo como ela criou seus netos. E para a sempre insegura Nora, não poderia ter havido maior aprovação. Também é sempre bom vê-la interagindo com Saul em assuntos que não digam respeito a Ojai Foods. Ron Rifkin é quase sempre mal aproveitado na série, tanto que as vezes é até difícil lembrar que ele continua lá.

Já Sarah talvez seja a personagem cuja ausência é sempre a mais sentida. Já notaram como todo episódio centrado nela é sempre mais leve? The Science Fair está aí pra provar, e com esse Where there’s smoke… não foi diferente. Toda review centrada nela e Luc faço questão de deixar claro que não morro de amores pelo casal, mas gostando de Sarah da forma que eu gosto, às vezes é simplesmente impossível não torcer pelos dois. Tudo bem que até um bebê teria sido infinitamente mais coerente que um greencard caído do céu, mas a olhadinha que Rachel Griffiths deu para o alto foi um toque de mestre da atriz. Só mesmo um milagre.


Já estou conformada e quem não gosta de Luc precisa se conformar também, a sua permanência na próxima temporada da série já foi garantida. É cada genro pior que o outro… Se bem que (spoiler!) Robert não deve mesmo durar muito.

Sempre soube que o Senador McCallister era o tipo de pessoa que se preocupava mais com mundo do que com a sua família. E isso não é um elogio. Sempre achei que amor demais por alguma grande causa é amor de menos pela sua própria vida. Quer salvar as baleias? Transformar o mundo? Então vire um eremita e não busque o amor das pessoas ao seu redor. Não estou dizendo que não se possa ter uma família, amar alguém, e se comprometer com alguma causa, seja a política, a guerra, o que for… Mas que faça isso moderadamente, sem deixar de colocar na balança os sentimentos das pessoas que você ama. Mas se você acha que o importante é servir o seu país, da forma que for, é esse o maior valor da sua vida, então pra quê casar e constituir família?

E pelo visto é esse o rumo que Robert deve tomar nos próximos episódios. Ainda não entendi exatamente como, alguém sabe? Mas pelo visto Kitty não vai gostar nem um pouquinho dos próximos acontecimentos. De que adianta pensar nos sentimentos e na carreira da esposa por cinco minutos e depois simplesmente decidir passar por cima de tudo? Boa Robert, fiz bem em nunca ter ido com a sua cara.


E Justin, eu esperava mais de você. Rebecca, favor dispensá-lo e sair novamente em busca de um novo amor, tenho certeza que tem um Scotty hetero por aí esperando você.

Foram dois episódios realmente bons e eu poderia facilmente colocá-los entre os melhores da temporada. O problema é que isso, até aqui, não quer dizer muita coisa. Mas o caminho é mesmo esse: jantares com todos os Walker reunidos, casais felizes, casais em crise, confrontos, reconciliações e, pelo bem da série, nada de Ojai Foods.

PS: Os arquivos correspondentes a Where there’s smoke… disponíveis na internet estão sendo considerados como o episódio 20  e encontrados  com o nome de S04E20. No entando, a ABC (responsável pela série) o divulgou como o 21° e é essa contagem que eu sigo e vou continuar seguindo. A confusão se deve ao fato de que a emissora considera o episódio Time After Time como duplo, 4×18 e 4×19. Sendo assim, a posição de 20° cabe a If you bake it he will come.


Cristal Bittencourt

Soteropolitana, blogueira, social media, advogada, apaixonada por séries, cinéfila, geek, nerd e feminista com muito orgulho. Fundadora do Apaixonados por Séries.

Salvador / BA

Série Favorita: Anos Incríveis

Não assiste de jeito nenhum: Procedurais

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