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Decamerão 1×03 e 1×04 – O final

Por: em 27 de agosto de 2009

Decamerão 1×03 e 1×04 – O final

Por: em

Decamerão

Depois de uma demora gigantesca, só agora consegui tirar o atraso com Decamerão e assistir aos dois últimos episódios da minissérie global. O que não faz jus à qualidade do programa, já que foram só 4 semanas, mas com todos os episódios sempre muito divertidos, com um roteiro impecável e uma qualidade técnica poucas vezes vista em produções nacionais. Fiquei morrendo de vontade pra que a série continuasse, mas, sabendo do risco que ela teria de se desgastar, é melhor guardar na cabeça esses excelentes 4 episódios que Decamerão nos apresentou, reassistindo-os sempre que sobrar uma brecha no calendário lotado dos seriados americanos. Como minha televisão não pega muito bem e a imagem do YouTube não ajuda, espero ansiosamente pelo lançamento da série em DVD pra que, enfim, eu possa assistir a Decamerão na qualidade que ela bem merece. E vamos logo aos comentários:

1×03 – O Abade

Decamerão

A trama central de “O Abade”, obviamente era a volta do Abade à cidade – o padre a quem Masetto havia roubado tudo. Mas a tensão não ficou só com o falso padre com medo de ser descoberto (o sotaque forjado de Lázaro Ramos ficou engraçado demais), Calandrino e Tessa também estavam doidos pra ver o Reverendíssimo logo ir embora da cidade, já que ele dobrava o trabalho que os dois empregados tinham que fazer. Calandrino, inclusive, teve que trabalhar de graça por ter estragado uma ceroula do patrão, e a falta de dinheiro acabou esfriando o relacionamento do casal. O episódio, pelo contrário, só esquentou, porque na tentativa de trazer o fogo de volta, Tessa, numa cena divertidíssima, experimentou algumas posições do Kama Sutra com o marido.

Por outro lado, Isabel e Filipinho só conseguiram esfriar seu relacionamento – pelo menos até a última cena do episódio. Filipinho, cada vez mais atraído por Monna, abriu passagem pra que Isabel se apaixonasse pelo tenente da cidade. Mas a paixão não durou muito – ela só serviu pra que Filipinho retomasse seu romantismo e fizesse da serenata no final do episódio a cena mais amolecedora de coração em Decamerão.

Quanto ao Abade, ele também não durou muito tempo. Tessa e o padre falso bolaram um plano pra fazer com que o padre verdadeiro saísse logo da cidade: Masetto fez com que Monna ficasse sem sua saia dentro da igreja, e Calandrino fez com que o Abade ficasse preso lá dentro junto com ela. Pegos num falso flagrante, só sobrou ao Reverendo a porta de saída, antes que um escândalo falasse mais alto e comprometesse seu cargo.

1×04 – O ciúme

Decamerão

O último episódio da minissérie ficou encarregado de fechar a história de todos aqueles casais, e selar os destinos dos amados e amantes que Decamerão nos apresentou nesse último mês. Seguindo o ótimo padrão que me fez elogiar a série até aqui, “A Comédia do Sexo” conseguiu se despedir do seu (pequeno) público com mais um episódio leve e divertido, recheado pelas falas rimadas que vão fazer falta daqui pra frente.

“O ciúme” não podia ser um título mais direto – o episódio foi focado nas situações que todos os casais passaram por causa desse sentimento. O maior deles, o de Tofano com Mona, fez com que o personagem vivido por Matheus Nachtergaele trancasse a esposa dentro de sua própria casa, pra que ela não pudesse fugir e o trair novamente. Acontece que Tofano foi pedir ajuda justamente pra Masetto, o amante de Monna, o que só facilitou pra que o adultério entre o falso padre e sua amada continuasse firme e forte, mesmo que às escondidas. O ponto fraco aqui foi a cena no confessionário. Muito provavelmente ela foi a pior da minissérie, já que, apesar de bem escrita, o efeito das imaginações ficou bem tosco e quebrou o clima da cena.

Os encontros escondidos de Monna e Masetto também afloraram os ciúmes de Tessa. Não sei porque eu nunca tinha comentado antes, mas o trabalho de Edmilson Barros é bom demais. O Calandrino é de longe o personagem que mais me fez rir na série, e as situações envolvendo os ciúmes de Tessa só ajudaram a fazer o ator subir no meu conceito. Porém, apesar de tudo isso, o melhor do episódio ficou com a presença da Fernanda de Freitas. Belisa, prima de Isabel, chegou da França e se hospedou na casa da parenta (É, eu também assisto Toma Lá Dá Cá), o que encantou completamente Filipinho. Não tinha como não encantar. Eu mesmo tô hipnotizado até agora. E aquele sotaque dela só aumentava mais o encanto. Ahhh, Belisa <3

Devaneios à parte, os ciúmes provocados pela prima francesa fizeram com que Filipinho provasse seu amor por Isabel, mantendo-se fiel à esposa. E no final das contas, foi assim que todos os casais seguiram seus destinos. Tofano e Monna reataram a paixão – ironicamente depois de um sermão do padre Masetto – e Calandrino e Tessa só mantiveram o que a série sempre nos apresentou nos outros episódios. Pra Masetto e Belisa o que sobrou foi a companhia de um ao outro, seguindo juntos, indo embora da cidade, tão sem rumo quanto à gente, que não vamos mais poder acompanhar a história de todos esses personagens que Decamerão deixou pra trás com o seu excelente final.


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Decamerão foi curta, mas vai fazer falta. Fiquei felizaço de ver que uma produção nacional pode fazer bonito igual a minissérie fez, e que cada vez mais o nível dos seriados brasileiros vem aumentando. De um tempo pra cá, tem uma galera que só sabe falar mal da Globo, mas é a emissora carioca que sempre consegue trazer as melhores produções pros fãs de séries. Que venha mais coisa boa. A TV brasileira agradece.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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