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Fringe – 5×11 The boy must live

Por: em 16 de janeiro de 2013

Fringe – 5×11 The boy must live

Por: em

Assisti esse episódio três vezes para escrever essa review (substituindo o Alexandre que está de férias :D), primeiro somente para saciar a minha curiosidade do que iria acontecer. Sabe quando você corre na leitura de algo, com muita ansiedade para saber o que está para acontecer? A primeira vez que assisti foi assim, só desejando saber o que viria a seguir. A segunda vez para ver curtindo a história, e a terceira para poder ordenar os argumentos para escrever o texto, porque esse episódio me deixou um tanto quanto perdida (num bom sentido), porque eu esperava coisas completamente diferentes na história.

Os escritores de Fringe mostram que tem tudo bem planejado e esse episódio foi mais uma ode à velha Fringe, trazendo pequenas coisas que todos nós vibramos ao ver. Quão sensacional foi ver o tanque de volta, e ainda por cima com Walter dentro dela, e ainda ficando pelado? Com mais uma excelente fala? Eu esperava a hora de ver esse tanque de novo! E Walter ainda está otimista, é tão bom ver ele assim, ao invés de preocupado em ser o homem que ele costumava ser.

 

A cena dele e Peter conversando na calçada foi linda, uma das mais emocionantes entre os dois, de toda a série. O amor dos dois é importante, é importante para o Walter conseguir fazer as coisas, é inspirador, para se manter no caminho do bem, o mais lúcido possível. É importante pra série, tudo começou por conta desse amor. O Alexandre vive falando em outras reviews, e eu concordo com ele, o amor é importante em Fringe, mais do que a ciência.

Fiquei satisfeita por eles finalmente terem se encontraram com Donald. Tem acontecido muito deles chegarem num lugar e quem eles estavam procurando não estar mais lá. É frustrante quando isso acontece e, nessa altura do campeonato, nós precisávamos de mais respostas, alguns esclarecimentos, duas horas não daria conta de tudo. September tinha que aparecer novamente, e o mais importante foi que esse episódio finalmente esclareceram o plano, esclareceram quem é o Michael e como os observadores foram criados. Voltarei ao plano mais à frente. Só o September poderia contar essa história de uma forma humana. Se o capitão Windmark contasse isso, seria um pouco diferente, imagino. A historia contada pelo Donald sobre Michael, intercalada com as cenas da sua criação foi muito boa, muito bem feita. Acabou não só com as dúvidas sobre Michael, mas também sobre os observadores.

Pela primeira vez fomos tão longe no tempo, vimos que o Windmark não é o topo do comando dos Observadores, apesar de ter uma alta patente sim. E engraçado ele estar começando a absorver certas emoções, ainda que eu ache que sejam só as ruins. Isso provavelmente vai ter importância no fim, alguma hora ele não vai mais calcular os seus movimentos e vai agir por sua emoção, levando à uma falha, espero que boa para a resistência. E são muitas gerações de observadores, desde a criação em 20 de fevereiro de 2167, até o dia que Windmark foi encontrar o seu chefe, em 2609.

A cena de Windmark no apartamento do Donald foi nostálgica, ele passou por várias coisas clássicas que eu não tinha notado antes. Pôster, globo de neve, caixinhas de músicas, vitrola… coisas que eles não conseguem entender, mas em certo momento começam a acompanhar a melodia do Jazz. Como desejei que eles não tivessem visto que o apartamento ia explodir naquele momento. Mesmo que não fosse ajudar em nada no plano.

Ouvi estes dias uma entrevista com Timothy A. Good, editor de Fringe, e ele comentou sobre música, “é uma coisa especial em Fringe, é matemática e não é matemático, é um grande marco da nossa humanidade, é muito importante para a série também”. E ele ainda conta na entrevista que quando recebeu o roteiro da season finale ele ficou muito tempo em silencio, diz que é perfeito. Que a temporada foi dividida mais ou menos em três atos musicais, o primeiro sobre Etta e sua família que culmina no episódio 4 e a morte da Etta, o segundo ato com a transformação do Peter, e o terceiro vai terminar agora.

Engraçado Donald e Walter conversando sobre Peter, sobre a frase “O garoto deve viver/The boy must live”, September estava se referindo a um, Walter interpretou e lutou por outro. Mas Peter tem importância também, algumas vezes eles se referiram à ele crescer, virar um homem. Tanto que ele foi apagado, voltou e September foi acusado por isso. Então acredito que todos dois são importantes, a história fica indo e vindo nesse ponto, vai e volta no tempo, em resetar tempo. É o que os Observadores fizeram, não é? Voltaram no tempo para consertar algo. Os primeiros voltaram para observar, depois voltaram dominando o mundo para fazer algo melhor para eles. Fringe está sempre se apoderando de teorias da matemática para ilustrar algumas coisas, como a série de Fibonacci e o número de ouro, que sempre é citado na série. Nessa parte da história, eu me sinto dentro de uma curva de Möbius (ou fita de Möbius como dito por Donald no episódio, é uma equação que gera uma forma que não tem fim, um ponto se conecta com o outro e tem só um lado. Nessa imagem podem ver o conceito aplicado numa escultura), não importa para onde ande, sempre volta no mesmo ponto.

Voltando ao plano, quando escutei Donald contando o plano eu pensei: Esse é o plano? Ora, eu prevejo vários pontos falhos nesse plano. Quem não garante que não o matariam logo de cara por não conhecer o que ele é? A raça humana tem a estranha mania de eliminar o desconhecido, por temê-lo. E ainda temos a reação da Olivia. Eles são tão inteligentes, não viram que se o tempo for resetado tudo vai mudar? Não é que eles vão ter Etta de volta, mas Olivia provavelmente nunca encontrará Peter, que permanecerá no lado vermelho. Vivo, porque Walternativo vai ver a cura. Acho que Peter percebeu isso na hora que conversaram, mas não quis desmanchar a esperança que Olivia tinha no momento.

Mas ver September/Donald e Walter conversando sobre o plano naquela garagem compensou o plano não ser a coisa mais brilhante que imaginaríamos pra Fringe. E ainda tivemos mais uma volta ao passado com a Tulipa branca. Será que ela ainda será importante no final? Eu acredito nisso. Só não pude acreditar no September prometendo ao Michael que ainda se encontrariam.

E aí nós conhecemos o plano, e o Michael pula do trem. Ele entendeu o plano, Donald/September disse que ele tinha um intelectual maior do que poderíamos tentar compreender. Ele tem um plano diferente? Ou só as emoções dele o guiaram para fora? As vezes ele percebeu um peso emocional muito grande e decidiu livrar o trio do peso. Ou então ele acha que nada do plano daria certo e decidiu fazer o seu plano. É muita coisa que ainda precisamos saber em Fringe!

Coração está apertado já esperando sexta-feira chegar. Teorias para finale? Já viram os promos?


Camila

Mineira, designer, professora que gosta tanto de séries que as utiliza como material didático.

Belo Horizonte/MG

Série Favorita: Fringe

Não assiste de jeito nenhum: Supernatural

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